Metrô de SP completa 50 anos com malha ainda insuficiente
Cinquenta anos de história, milhões de passageiros transportados e… adivinha? O Metrô de SP continua correndo atrás do prejuízo! Inaugurado em 1974 com a promessa de transformar a mobilidade urbana da maior cidade do Brasil, o sistema metroviário de São Paulo ainda não conseguiu acompanhar o crescimento da cidade e a demanda de seus habitantes.
Meio século de Metrô de SP: promessas e desafios
O Metrô de SP nasceu em 14 de setembro de 1974 com uma grande festa: balões de gás, desfiles e até sambistas. Na época, o sistema foi considerado revolucionário, e o Brasil finalmente entrou na rota do transporte sobre trilhos, seguindo o exemplo de grandes cidades como Londres, Paris e Nova York. No entanto, enquanto essas metrópoles já contavam com suas robustas malhas ferroviárias há décadas, São Paulo começou sua jornada com apenas 7 quilômetros de extensão, ligando Jabaquara a Vila Mariana.
De lá para cá, muita coisa mudou, mas a expansão do metrô ainda é tímida. Hoje, são 104 quilômetros de linhas que atendem cerca de 5 milhões de passageiros diariamente, mas o crescimento da malha ferroviária é muito aquém do que a cidade precisa. Segundo especialistas, São Paulo deveria ter, no mínimo, seis vezes mais quilômetros de trilhos para dar conta da demanda da população.
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Comparações internacionais: estamos ficando para trás
Vamos falar de números? Enquanto o Metrô de SP tenta se virar com suas 6 linhas e 91 estações, o metrô de Nova York tem nada menos que 24 linhas, 468 estações e 369 quilômetros de extensão. Londres, com seu sistema centenário, conta com 400 quilômetros de trilhos e 272 estações. E nós? Continuamos com filas intermináveis, trens lotados e um sistema que já nasce sobrecarregado. Cada nova linha inaugurada mal tem tempo de respirar antes de ser tomada por multidões.
O engenheiro de transportes Sergio Ejzenberg destaca que, para uma cidade como São Paulo, é necessário cerca de 50 quilômetros de metrô para cada milhão de habitantes. Ou seja, com seus 12 milhões de moradores, a cidade deveria ter 600 quilômetros de malha ferroviária. A realidade, porém, é que estamos muito longe desse número.
Malha ferroviária brasileira: uma história de atrasos
A verdade é que o Brasil, como um todo, não dá a devida atenção ao transporte sobre trilhos. Além de São Paulo, apenas Rio de Janeiro e Brasília possuem sistemas de metrô que realmente podem ser chamados assim. Outras cidades, como Recife e Belo Horizonte, adaptaram linhas ferroviárias para funcionarem como metrô, mas esses sistemas não têm a mesma eficiência de um metrô planejado do zero.
O engenheiro Creso de Franco Peixoto explica que o metrô, tecnicamente, é projetado para operar em regiões densamente povoadas, com paradas próximas e planejadas com base em estudos detalhados dos fluxos de origem e destino da população. Ou seja, não é só ligar uma linha de trem e chamar de metrô, tem todo um planejamento por trás.
O preço da ineficiência
Mas por que o Brasil demorou tanto para investir no metrô? Parte da culpa é da nossa cultura “carrocrata”. Durante décadas, o transporte rodoviário foi priorizado, tanto para passageiros quanto para cargas. O resultado? Trânsito caótico, poluição e perdas econômicas gigantescas. Só em São Paulo, os congestionamentos e acidentes de trânsito geram um prejuízo de até 50 bilhões de reais por ano.
Investir no Metrô de SP é caro, mas especialistas argumentam que o retorno compensa. Cada quilômetro de metrô custa cerca de 80 milhões de dólares, mas, a longo prazo, o sistema sobre trilhos é mais eficiente e barato do que depender de ônibus ou carros.
E o futuro?
Há esperança. Atualmente, há cerca de 120 quilômetros de novos projetos de metrô em andamento no Brasil, com previsão de conclusão nos próximos cinco anos. Em São Paulo, 20 quilômetros devem ser inaugurados até o final de 2024, o que trará um alívio para a população que depende do Metrô de SP todos os dias.
No entanto, especialistas alertam: metrô sozinho não é a solução mágica para os problemas de mobilidade urbana. O investimento em transporte sobre trilhos precisa ser combinado com melhorias nas calçadas, ciclovias e transporte público de superfície. A integração entre os diferentes modais é essencial para que a cidade funcione de forma eficiente.
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O Metrô de SP pode estar completando 50 anos, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido. E, se não houver um investimento sério e contínuo, corremos o risco de passar mais meio século tentando resolver os mesmos problemas. E você, o que acha dessa história toda?