Você já imaginou morar em uma cidade que pode ser destruída a qualquer momento por um vulcão? Parece coisa de filme, mas essa é a realidade de milhares de pessoas na Itália.
Uma ameaça silenciosa e devastadora pode estar prestes a ressurgir em Nápoles, colocando em risco a vida de 500 mil pessoas. O supervulcão Campi Flegrei, um dos maiores da Europa, está mais ativo do que nunca, e os cientistas estão em alerta.
A Situação vulcânica na Itália
De acordo com o geofísico e youtuber Sergio Sacani, a situação na Itália é preocupante. “A Itália é um dos países com os vulcões mais ativos do mundo, como o Etna, na Sicília, e o Stromboli, em uma pequena ilha ao norte”, explica Sacani.
O Etna, que atualmente está em erupção, já causou a paralisação de aeroportos devido à grande quantidade de cinzas vulcânicas. “Quando o Etna entra em erupção, ele não destrói cidades, mas paralisa a aviação, pois as cinzas podem destruir motores de aviões ao transformar-se em vidro ao entrar em contato com as turbinas”, alerta o especialista.
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Campi Flegrei: o supervulcão de Nápoles
Nápoles, no entanto, enfrenta uma ameaça ainda maior: o Campi Flegrei, um supervulcão que tem o poder de engolir uma cidade inteira. “Este supervulcão está localizado na caldeira de Nápoles, onde vivem cerca de 500 mil pessoas. Se ele entrar em erupção, essas pessoas precisarão ser evacuadas imediatamente, e muitas vidas estarão em risco”, afirma Sacani.
A cidade de Nápoles já possui uma história marcada por catástrofes vulcânicas. O Monte Vesúvio, famoso por ter destruído as cidades de Pompéia e Herculano em 79 d.C., é um lembrete constante do poder devastador dos vulcões. O Campi Flegrei, por sua vez, é ainda mais perigoso devido à sua enorme caldeira vulcânica, que se estende por dezenas de quilômetros.
Sinais de atividade e preocupações atuais
Conforme Sergio Sacani, o Campi Flegrei tem apresentado sinais de atividade. “Temos registrado um aumento significativo nos terremotos na região, o que indica que o magma está se movimentando sob a terra”, explica o geofísico. Esses tremores são um prenúncio de que o vulcão pode entrar em erupção a qualquer momento, e os moradores de Nápoles estão cada vez mais preocupados.
Em agosto de 2024, especialistas em vulcanologia relataram que o alerta para o Campi Flegrei foi elevado para o nível amarelo, o que significa que o risco de erupção aumentou. Muitos moradores já começaram a deixar suas casas e buscar refúgio em áreas mais seguras, montando acampamentos em praças e locais abertos. A incerteza sobre o que pode acontecer nos próximos dias tem gerado pânico na população.
Motivos para permanecer em área de risco
Segundo Sacani, a decisão de muitas pessoas permanecerem na área, apesar dos riscos, se deve ao fato de que a região onde o vulcão está localizado é conhecida por suas águas termais e spas luxuosos. “Nápoles é um destino turístico famoso por suas fontes de águas termais. Muitos hotéis e resorts estão construídos nas encostas do vulcão, e seus proprietários não querem abandonar seus negócios, mesmo sabendo dos riscos”, comenta o geofísico.
Além disso, a geologia da região, rica em rochas vulcânicas, foi utilizada na construção de Nápoles ao longo dos séculos. A cidade, que já foi destruída e reconstruída várias vezes, tem sua arquitetura intimamente ligada à atividade vulcânica. Conforme Sacani, “a rocha amarela, ou ‘tufa’, é um material geológico formado por erupções passadas do Campi Flegrei e é amplamente utilizada na construção da cidade”.
Monitoramento e previsões futuras
Enquanto isso, as autoridades italianas estão em alerta máximo, monitorando o vulcão 24 horas por dia. Os cientistas continuam a estudar os padrões sísmicos e os gases emitidos pela caldeira vulcânica para tentar prever quando o Campi Flegrei poderá entrar em erupção. Contudo, mesmo com toda a tecnologia disponível, prever a erupção de um vulcão dessa magnitude ainda é um desafio.
De acordo com informações atualizadas em agosto de 2024, os especialistas estimam que uma erupção do Campi Flegrei poderia liberar uma quantidade de cinzas vulcânicas e gases tóxicos suficiente para causar um inverno vulcânico em partes da Europa. Isso poderia resultar em impactos climáticos globais, prejudicando a agricultura e causando uma crise alimentar em várias regiões.
A questão da permanência em áreas de risco
Em um cenário tão alarmante, muitos se perguntam por que as pessoas continuam vivendo em uma área tão perigosa. Segundo Sergio Sacani, a resposta está na cultura e na história de Nápoles.
“A cidade é resiliente. Os napolitanos convivem com a ameaça dos vulcões há séculos, e essa é uma parte intrínseca de sua identidade. Eles sabem dos riscos, mas também sabem que é impossível prever com exatidão quando o vulcão vai entrar em erupção”, conclui.
Com todos esses fatores em jogo, a questão que fica é: você teria coragem de continuar em uma cidade que pode ser engolida por um supervulcão? O que você faria nesta ocasião? Deixa sua resposta nos comentários.