Fechamento do Carrefour reflete uma transformação no varejo brasileiro. Especialistas apontam o crescimento dos atacarejos e o declínio dos hipermercados tradicionais. Com mudanças no comportamento do consumidor, pequenos mercados e empórios ganham espaço. O futuro do varejo aponta para adaptações necessárias frente às novas demandas.
Carrinhos de compras abandonados e prateleiras vazias agora ocupam o espaço que, por décadas, foi sinônimo de variedade e conveniência para milhares de consumidores.
O encerramento das atividades do hipermercado Carrefour no Shopping Center Norte, na zona norte de São Paulo, acendeu o debate sobre o futuro do modelo de negócios que dominou o varejo brasileiro por anos.
O fechamento desta unidade, que funcionava desde 1987, é mais do que uma mudança local; representa uma tendência de transformação no varejo nacional.
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A queda dos hipermercados e a ascensão dos atacarejos
De acordo com a consultoria Euromonitor International, o segmento registrou uma queda de 25% no faturamento em 2023, comparado a 2019.
Enquanto isso, os atacarejos tiveram um salto expressivo de 84%, alcançando R$ 136,7 bilhões no mesmo período.
O consumidor, cada vez mais em busca de economia, prefere as ofertas dos atacarejos para compras de alimentos e itens básicos.
Alberto Serrentino, sócio da Varese Retail, destacou que os hipermercados enfrentam um declínio inevitável diante da competitividade dos atacarejos.
Segundo ele, o modelo que antes fazia sentido nos anos 80 e 90 não consegue mais atrair o mesmo fluxo de consumidores.
A busca por preços baixos em atacarejos e a praticidade de lojas menores e especializadas têm moldado o comportamento do consumidor brasileiro.
Essa tendência não está restrita ao Brasil.
Conforme reportagem da Folha de S. Paulo, hipermercados em outros países também enfrentam dificuldades similares, devido ao crescimento do comércio eletrônico e à popularidade de lojas de conveniência.
A decisão do Carrefour e o impacto na região
O Carrefour anunciou o fechamento da unidade no Center Norte em 21 de dezembro de 2024, antes mesmo da data prevista, que seria o último dia do ano.
A decisão ocorreu após uma queima de estoque que atraiu muitos consumidores nos dias finais de funcionamento.
A administração do Shopping Center Norte informou que a área anteriormente ocupada pelo Carrefour está passando por estudos para definir sua futura ocupação. Especula-se a possibilidade de um novo supermercado menor ou até mesmo um espaço de lazer.
Em nota oficial, o Carrefour afirmou que o encerramento foi solicitado pela administração do shopping.
Dos 168 funcionários da unidade, a maior parte já foi realocada em outras lojas do grupo, e a empresa ainda busca alternativas para os demais colaboradores.
Apesar disso, especialistas veem o movimento como parte de uma reestruturação mais ampla.
Entre janeiro e setembro de 2024, o grupo fechou 174 pontos de venda em todo o país, conforme a Folha de S. Paulo.
O papel do Shopping Center Norte
Com 40 anos de existência, o Shopping Center Norte é um dos principais centros comerciais da zona norte de São Paulo.
Em 2024, o empreendimento anunciou uma expansão de mais de 6 mil m² de área bruta locável, com investimentos de R$ 100 milhões e a chegada de novas marcas renomadas, como Diesel, Farm e Zara.
Este movimento indica que o shopping busca se modernizar e diversificar seu portfólio de lojas para atender melhor as demandas atuais dos consumidores.
O fechamento do Carrefour, no entanto, representa uma mudança significativa na dinâmica do shopping, que anteriormente contava com o hipermercado como uma de suas âncoras principais.
Eugênio Foganholo, sócio da Mixxer Desenvolvimento Empresarial, ressaltou que os consumidores modernos preferem soluções mais especializadas e práticas, afastando-se do modelo tradicional de hipermercados.
Além disso, o Shopping Center Norte faz parte de um complexo multiuso chamado Cidade Center Norte, que inclui o Lar Center (especializado em móveis e decoração), o Expo Center Norte e o hotel Novotel.
Para o futuro, o complexo promete trazer ainda mais novidades, como o condomínio residencial Bioma, consolidando-se como um hub diversificado na região.
O declínio dos hipermercados: uma tendência global?
Especialistas apontam que o declínio dos hipermercados não é exclusivo do Brasil. Em vários países, esse modelo enfrenta desafios semelhantes, como a ascensão do comércio eletrônico e o crescimento de formatos menores e mais ágeis.
Conforme a Folha de S. Paulo analisou, o fechamento de lojas e a adaptação ao novo comportamento do consumidor são tendências inevitáveis para grandes redes como o Carrefour.
Um exemplo desse movimento global é o crescimento de lojas especializadas e mercados locais, que oferecem experiências mais personalizadas e convenientes.
No Brasil, hortifrútis, empórios e pequenos mercados têm conquistado espaço, apresentando-se como alternativas viáveis e atraentes para os consumidores.
O futuro do varejo alimentar
Embora o Carrefour afirme acreditar na força dos hipermercados, a realidade aponta para um mercado cada vez mais fragmentado.
Pequenos mercados locais, empórios e hortifrútis têm conquistado espaço, oferecendo experiências mais personalizadas e convenientes aos consumidores.
A ascensão dos atacarejos, com preços competitivos, também consolida uma mudança de paradigma no varejo brasileiro.
O caso do Carrefour no Center Norte simboliza o início de uma nova era para o varejo brasileiro. A pergunta que fica é: será o fim definitivo dos hipermercados ou uma transformação necessária para sua sobrevivência?
O debate continua aberto, enquanto consumidores, empresas e especialistas observam o próximo capítulo dessa história.
Carrefurto bom, é carrefurto morto
Tudo no carrefour é mais caro que em qualquer mercadinho de vila
A França saqueia Amazônia e suas colônias…
Vivemos sem vocês aqui!