20 anos depois da explosão na plataforma P-36 da Petrobras, familiares e petroleiros do mundo todo sofrem com a lembrança do naufrágio
O acidente ocorrido com a explosão na plataforma da Petrobrás P-36, no campo de Roncador, na Bacia de Campo, que ocorreu a 20 anos atrás e matou 11 petroleiros, dos quais apenas dois tiveram os corpos encontrados deixou marcas na indústria de petróleo do mundo todo.
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Apesar de haver irregularidades na operação até os dias de hoje, o acidente na plataforma P-36 serviu de lições aprendidas pelas empresas petroleiras. Regras de segurança ficaram mais rígidas, inclusive em outros países e a cobrança por medidas de mitigação dos riscos ganhou importância na pauta dos sindicatos de petroleiros. .
Na última década petroleiras foram multadas em R$ 769 milhões por falhas nas operação de plataformas pela a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
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Ainda continuam a existir falhasnas plataformas com detecção de vazamentos de gás e da presença de fogo. Por exemplo, em algumas delas, o sistema de combate ao incêndio é insatisfatório. E são muitos os riscos nos processos de paralisação de plataformas e de abandono de poços.
“Qualquer metal no meio do mar sofre ação da natureza, vai corroendo, os equipamentos vão quebrando. A gente acaba improvisando, vivendo com o que tem. As pessoas ficam em risco”, disse um técnico em Segurança de Operação ao jornal Terra, que pediu anonimato, sobre as condições de segurança de plataformas paralisadas na bacia de Campos.
A Petrobras diz ter aprendido com a P-36. “A companhia criou o Programa de Excelência Operacional das Unidades Marítimas, baseado nas conclusões da investigação do acidente”, afirmou, por meio da sua assessoria de imprensa. Segundo a empresa, foram aprimorados os procedimentos de emergências e as exigências técnicas na hora de definir um projeto.
Petrobras investiu desde que a plataforma P-36 naufragou, R$ 81,6 bilhões na área de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS)
Apesar da Petrobras ter investido desde que a plataforma P-36 naufragou, R$ 81,6 bilhões na área de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS), a petroleira não conseguiu ser absolvida na ação movida pelo Ministério Público Federal e Ibama, da qual recorre até os dias atuais.
De acordo com diretor-geral da agência na época, David Zylberstajn, para o órgão regulador, o acidente não teve consequências, já que não houve falha de regulamentação. Mas foram tomadas medidas corretivas após a tragédia, como ocorre em grandes acidentes.
A visão de Francisco Duarte, professor de Engenharia de Produção da Coppe/UFRJ, é também de que acidentes como esse não acontecem de uma hora para a outra. “São erros latentes. Não adianta procurar no operador (trabalhador) as causas. Elas são de processo”, avalia.
Privatização e redução do efetivo, aumenta risco de acidentes nas refinarias, terminais e plataformas da Petrobras
“Por conta desse processo de sucateamento da empresa, com a redução do efetivo nas unidades operacionais, próprios e terceirizados, temos receio de um acidente ampliado de processo ocorrer nas refinarias, terminais e plataformas da Petrobras”, afirma o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar.
A Petrobras respondeu que “o controle de estabilidade nas unidades próprias da Petrobrás é realizado por profissionais certificados pela Marinha do Brasil”.
O acidente na P-36 serviu, no entanto, para endurecer algumas regras internacionais, como as da Associação das sociedades classificadoras (IACS), segundo Segen Estefen, coordenador do Laboratório de Tecnologia Submarina da Coppe/UFRJ.