Foi publicado na última semana o edital para a campanha de conciliação de dívidas com 700 credores trabalhistas, em processo de recuperação judicial do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Pernambuco. A medida, autorizada pela 1ª Vara Cível de Ipojuca, possibilitará o pagamento parcial de valores antes da assembleia geral de credores, que envolve um passivo total de R$ 2,4 bilhões.
Com isso, os credores serão chamados a negociar os créditos, que são os de menor valor em todo o processo. A fiscalização do procedimento será do escritório Medeiros & Medeiros Administração Judicial que, em fevereiro, foi nomeado administrador judicial do Estaleiro.
“A mediação extrajudicial é uma ferramenta nova e muito positiva para o processo de recuperação. Permite que os credores de menor porte recebam boa parte de seus créditos, atenuando os impactos para os trabalhadores e as empresas. Além disso, encerra conflitos e evita que outras ações sejam ajuizadas”, explica João Medeiros Fernandes Jr., sócio do escritório.
Controlada pelos grupos Queiroz Galvão e Camargo Corrêa, a Estaleiro Atlântico Sul está entre as 20 maiores recuperações judiciais em andamento no país. A EAS tem capacidade de processamento de 160 mil toneladas de aço por ano e chegou a empregar mais de seis mil funcionários. Em janeiro de 2020, a companhia entrou com o pedido de recuperação devido à crise econômica, principalmente no setor de construção naval.
A situação é semelhante à da Ecovix, que teve seu plano de recuperação judicial aprovado em 2018, em processo também administrado pelo escritório Medeiros & Medeiros. A empresa, proprietária do Estaleiro Rio Grande, uniu-se ao grupo chileno Asmar para apresentar uma proposta de produção de um navio antártico da Marinha, em julho.
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