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Tempo de leitura 4 min de leitura Comentários 198 comentários

Escassez de mão de obra chega no Nordeste! Trabalhadores recusam carteira assinada com medo de perder o Bolsa Família

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 06/11/2024 às 11:46
Setor agrícola nordestino vive crise de mão de obra. Trabalhadores recusam emprego formal para manter o Bolsa Família. Solução à vista?
Setor agrícola nordestino vive crise de mão de obra. Trabalhadores recusam emprego formal para manter o Bolsa Família. Solução à vista?

No Nordeste, o temor de perder o Bolsa Família faz trabalhadores rejeitarem a carteira assinada, gerando uma crise de mão de obra sem precedentes.

Uma onda de dificuldades atinge o setor agrícola do Nordeste brasileiro, afetando diretamente fazendas e empresas que enfrentam um desafio crescente na contratação de trabalhadores.

O fenômeno, impulsionado pelo temor de muitos trabalhadores em perder o benefício do Bolsa Família, colocou a economia regional em estado de alerta, com impactos em colheitas e produção.

Na região do Polo Fruticultor de Petrolina, em Pernambuco, a falta de mão de obra formal ameaça colheitas inteiras, especialmente a de uva.

De acordo com o jornalista Egídio Serpa, do Diário do Nordeste, o cenário é similar no Ceará, onde a escassez de trabalhadores se acentuou nos últimos meses.

Em meio a esse impasse, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec) busca soluções junto ao governo federal para aliviar a crise que se agrava.

Bolsa Família e o “dilema da carteira assinada”

Segundo especialistas do setor agrícola, muitos trabalhadores recusam ofertas de emprego formal, preocupados em perder o benefício mensal de R$600, uma quantia significativa para famílias de baixa renda.

O dilema se intensifica, já que aceitar a carteira assinada implicaria um vínculo formal que pode levar à suspensão do benefício do Bolsa Família.

Em Pernambuco, empresários do Polo Fruticultor relatam a dificuldade de preencher vagas necessárias para a colheita, situação que já impacta negativamente a produção.

As empresas, por outro lado, enfrentam um dilema jurídico.

Contratar trabalhadores de forma informal poderia resultar em sérias penalidades por parte do Ministério do Trabalho, que mantém uma fiscalização rigorosa sobre práticas trabalhistas.

Portanto, sem mão de obra disponível, a produção corre o risco de enfrentar uma desaceleração perigosa.

Reuniões e negociações com o governo federal

Conforme explicou Egídio Serpa em sua cobertura, a situação gerou mobilização por parte das federações de agricultura e pecuária, que buscam um acordo para evitar que colheitas sejam perdidas.

No Ceará, a Faec participou de uma reunião com o secretário estadual do Trabalho, Vladyson Viana, para debater o impasse e propor alternativas que incentivem o trabalhador rural a aceitar o emprego formal sem perder os benefícios sociais.

O setor agrícola acredita que uma mudança temporária na regra do Bolsa Família poderia trazer alívio.

A proposta discutida com o governo estadual sugere que beneficiários do Bolsa Família possam trabalhar com carteira assinada durante a colheita, sem que isso represente uma perda automática do benefício.

Impactos no setor de cajucultura

No Ceará, a situação é especialmente crítica para a cajucultura, que se viu drasticamente prejudicada nos últimos dois meses.

Esse setor, que necessitava de pelo menos 20 mil trabalhadores para realizar a colheita deste ano, conseguiu contratar apenas metade dessa quantidade.

Segundo fontes da Faec, essa falta de mão de obra não se restringe a uma única safra e representa um desafio contínuo para a produção de caju, uma das atividades agrícolas mais tradicionais do estado.

A falta de trabalhadores gerou um verdadeiro gargalo para o setor de cajucultura, com impacto direto na produtividade e na economia local.

Conforme dados do setor agrícola, muitas famílias dependem desse trabalho sazonal, mas temem que a adesão ao emprego formal prejudique o recebimento do auxílio financeiro, que já é uma realidade em suas vidas.

O silêncio do governo e a expectativa de mudanças

Atualmente, o governo federal ainda não deu uma resposta definitiva sobre a possibilidade de ajuste temporário na regra do Bolsa Família para beneficiar o setor agrícola.

Essa expectativa se tornou um ponto de tensão entre empresários, produtores e trabalhadores, que aguardam ansiosos por uma solução que traga estabilidade para todos os envolvidos.

O jornalista Egídio Serpa destacou que o silêncio governamental tem gerado frustração.

Sem uma resposta oficial, a situação permanece estagnada, e produtores continuam enfrentando dificuldades para preencher as vagas necessárias para manter suas operações.

Desafios e perspectivas para o futuro

Enquanto a resposta do governo não chega, o cenário preocupa todos os setores envolvidos.

Segundo lideranças do setor, a crise de mão de obra no Nordeste representa um risco real para a produção agrícola e para a economia local, especialmente para pequenos agricultores que não têm a capacidade financeira de absorver prejuízos significativos em suas colheitas.

As propostas das federações de agricultura incluem incentivos e um programa de trabalho sazonal que permita ao trabalhador formalizar seu vínculo por tempo determinado sem perder o benefício do Bolsa Família.

Esse tipo de iniciativa já foi adotado em outras regiões e é visto como uma solução viável para amenizar a crise.

A questão que permanece sem resposta é: até quando o Nordeste enfrentará esse impasse sem uma ação concreta?

Os produtores aguardam por uma decisão do governo que viabilize o trabalho formal sem comprometer o benefício dos trabalhadores.

Em um cenário onde a produção agrícola é fundamental para a economia local e a subsistência de milhares de famílias, uma solução urgente se faz necessária.

E você, acha que o governo deveria flexibilizar as regras do Bolsa Família para apoiar o setor agrícola nordestino? Comente abaixo!

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Victor Porangaba
Victor Porangaba
06/11/2024 15:22

Escassez de mão de obra

Victor Porangaba
Victor Porangaba
06/11/2024 15:27

Não é só no setor agrícola e pecuário. Os empregados domésticos não querem mais assinar carteira com medo de perder o benefício.

Maria Clara sobreira Abreu
Maria Clara sobreira Abreu
Em resposta a  Victor Porangaba
06/11/2024 18:46

Graças a Deus Vitor eu não só desses aliás esse bolsa família tá formando um bando de gente que não quer fazer mais nada

Jose wellington Alves d carvalho
Jose wellington Alves d carvalho
06/11/2024 15:59

O governo federal fez está loucura de almento para estes valores. Porém, é simples, é sazonal a contratação; o benefício fica suspenso até o término do contrato. Acabou? A própria empresa informa ao MT e o benefício volta automaticamente.

Jânio lima
Jânio lima
Em resposta a  Jose wellington Alves d carvalho
07/11/2024 05:13

O patrão não quer pagar 2400 ninguém e **** pra trabalhar por 1500 e perder o bf

Gilberto
Gilberto
06/11/2024 16:18

Interessante que esses operários temporários migram para o sul do Brasil pra trabalhar nas colheitas de uva e de maçã. Acho que estão explorando demais os trabalhadores por aí.

Lucinéia
Lucinéia
Em resposta a  Gilberto
06/11/2024 16:51

Sim, pensei a mesma coisa!
Reportagem tendenciosa!
O que acontece é que querem explorar ao máximo a pobreza!
Não querem trabalhar nas condições precárias e desumanas que tais setores oferecem!

Januzi Soares
Januzi Soares
Em resposta a  Lucinéia
07/11/2024 15:59

Boa tarde pra todos sou do Rio de janeiro, meu nome é januzi Soares. Isso na verdade são mentiras inventadas e muito nocivas ao país, nossa agricultura cada vez é mais mecanizada e duvido que alguém e Sam consciência iria preferir receber 600,00 reais a receber um salário mínimo, mesmo que mínimo. Vivemos num país que prefere inventar mentiras e propagalas ao invés destruir os mentirosos . Vivemos uma recessão há mais de dez anos. Emprego na área agrícola só pra quem se especializou em máquinas agrícola. Prosperidade e vida longa pra todos

Tavares
Tavares
Em resposta a  Januzi Soares
07/11/2024 21:51

Se enganou mano, o miserável pensa assim : que o do governo é certo. E outra qndo era 80 reais já falavam em não trabalhar… com 600.. lascou tudo.. E outra o papai lules que ama o agro, sabendo dessa fulga de trabalhadores pode esperar mais benefícios para sua massa de manobra…

Waldir Rodrigues Reigota
Waldir Rodrigues Reigota
Em resposta a  Tavares
08/11/2024 10:50

Você está certo, concordo. Mas infelizmente as nossas opiniões perante a esse bando de oportunistas de políticos que tbm recebe uma bolsa família de 42 mil reais e não tá nem aí para os problemas do Brasil, querem mais que todo dia 1 de cada mês chega rápido para receber a sua bolada.

Skbr
Skbr
Em resposta a  Waldir Rodrigues Reigota
10/11/2024 08:09

**** detectado!

Skbr
Skbr
Em resposta a  Tavares
10/11/2024 08:08

Aê! Mesmo escrevendo mal prá ****, conseguiu expressar ódio e ignorância! FuLga é de trincar os ****!

Eduardo Cândido de Avelar
Eduardo Cândido de Avelar
Em resposta a  Januzi Soares
08/11/2024 08:18

Com todo respeito, tbm sou do Rio, e aqui a nossa agricultura é muito pequena em relação a outros estados, aí vc vem falar essa **** dessa, a realidade é que a maioria das pessoas que recebem o bolsa família, não querem trabalhar, preferem ficar f de boa e receber outros benefícios de igreja e outras instituições, só pq recebem bolsa família

Amilcar
Amilcar
Em resposta a  Januzi Soares
08/11/2024 10:25

Meu querido, sou do sul de Minas e aqui acontece isso. Preferem ficar sem assinar carteira e trabalhar no informal para não perderem o benefício do Nine.

ALEXANDRE
ALEXANDRE
Em resposta a  Januzi Soares
08/11/2024 12:53

Minha querida, vc não conhece a realidade no Nordeste:
1. Os patrões exploram e humilham.
2. Os trabalhadores preferem os R$600,00 a trabalhar por R$1.400,00.
3. Os nordestino que migram para o Sul e Sudeste são os melhores. Os que ficam aqui não são tão bons quanto aqueles que migraram.

Naidh
Naidh
Em resposta a  ALEXANDRE
08/11/2024 15:23

Verdade eu ganhava 1400pra fazer serviço de 3pessoas e o quer eu ganhei foi 5lecos degerenativa na coluna e o INSS não aceitou me dar meu direito de benefícios e a empresa não me deu nada hj estou doente com um filha pequena já tentei me mata 4veses

Washington Luis
Washington Luis
Em resposta a  Naidh
09/11/2024 05:17

Tenha fé dias melhores virão.

Douglas
Douglas
Em resposta a  Naidh
11/11/2024 11:59

E não conseguiu?

Tiago
Tiago
Em resposta a  ALEXANDRE
09/11/2024 07:56

Sou do Espírito santo, e aqui eles falam assim, se eu já ganho 600 sem fazer nada, porque diacho vou me matar o mês todo pra ganhar só 800 a mais, aí vai trabalhar na diária uns 10 dias do mês, dias esses que eles escolhem sem fazer compromisso com ninguém tira mais de 1000, aí o resto é matemática.

LordMikeias
LordMikeias
Em resposta a  ALEXANDRE
11/11/2024 09:50

Verdade, 600 sem esforço nenhum tá bom, eu trabalhava na Azaléia em Itapetinga para ganhar 460,00, pagava 200,00 de aluguel a vida era uma miséria só, migrei para São Paulo, estudei, e hoje ganho razoavelmente bem, não penso em voltar para passar nem raiva e nem fome!

Leonardo Oliveira
Leonardo Oliveira
Em resposta a  ALEXANDRE
12/11/2024 16:11

Como pode dizer que os que migram são melhores do que os que ficam, se eu estou aqui na Bahia, ganhando quase 5 salários mínimos, fazendo horas extras tiro mais que 6 salários mínimos, fracos são aqueles que não se valorizam, estudam e viram profissionais de alto escalão,. Daí precisam migrar para o sul.

Antônio
Antônio
Em resposta a  Januzi Soares
08/11/2024 13:20

Moro exatamente na cidade de Petrolina e posso lhe afirmar com a mais absoluta certeza de que o que a reportagem citou aí é completamente verdadeira.

Bartolomeu
Bartolomeu
Em resposta a  Antônio
08/11/2024 17:22

Sou p4odutor de acerola na região de Petrolina tou pagando vinte reais pra colher a caixa de vinte quilos mesmo assim tá muito difícil trabalhador

Helder
Helder
Em resposta a  Bartolomeu
09/11/2024 08:52

Ae tbm não vai né meu amigo ? Colher 20 kg para ganhar 20 reais por caixa não dá. Colher acerola é uma por uma…com certeza faltará mão-de-obra.

Gilsimar Silva
Gilsimar Silva
Em resposta a  Januzi Soares
09/11/2024 04:51

Ôpa, aqui em Ouro Branco, MG, há de montão que ficam em casa e recebem bolsa, seguro desemprego e fazem um bico por fora, 2 a 3 dias na semana, só!

PAMILA RAMOS HERBST OLIVEIRA
PAMILA RAMOS HERBST OLIVEIRA
Em resposta a  Januzi Soares
09/11/2024 08:52

Vc está em um estado que a produção agrícola não é principal meio de subsistência da população portanto não tem conhecimento de causa, o medo das pessoas é que estes trabalhos em lavouras são temporários ou seja há o medo do após e por isso muitos recusam, há tbm a questão da exploração da mão de obra, pois muitos vão para o sul pq os valores pagos são maiores e maiores são as safras tbm.

Iona linda
Iona linda
Em resposta a  Lucinéia
07/11/2024 20:36

Perfeitamente, os empresários do setor devem oferecer melhores ofertas se quiserem mão de obra, trabalhadores. Pagam pouco, menos que o bolsa família, folga quinzenal ou mensal, uma verdadeira escravidão a oferta do setor agrícola…a mudança tem que vir do setor agrícola, não do governo federal.

Eduardo
Eduardo
Em resposta a  Iona linda
08/11/2024 00:09

Dos dois. E o BF foi para 600 reais num momento de extrema necessidade, a pandemia COVID 19 e o nome era AUXILIO BRASIL, que seria de 200 reais, mas como deveria ser pra suprir minimamente as necessidades dos que não estariam recebendo nada, passou para 600 reais. E realmente o BF era uma ajuda básica complementar, hoje com esse valor virou “salário”…. e como um cidadão que recebe certo 600 reais vai trocar por uma carteira assinada que não lhe dá segurança de receber como o BF dá. Lembro o programa do Eduardo Suplicy… o Renda Minima para todos brasileiros. Poderia ser usado para todos que trabalham em serviços sazonais comona agricultura, construção civil etc. Resolveria o problema.

Joseildo
Joseildo
Em resposta a  Lucinéia
07/11/2024 21:52

Se o Bolsa Familia valessem alguma coisa eu ate concordaria sensacionalismo
tendencioso

LordMikeias
LordMikeias
Em resposta a  Lucinéia
11/11/2024 09:44

Cara, a mais pura verdade, sou sergipano de Aracaju e morava na Bahia, lá é um absurdo, um ex colega de trabalho viu a minha carteira assinada de 2011 até 2013, ele ficou possesso, achou um absurdo, “como uma pessoa se rebaixa a ganhar isso!”, palavras dele, de tanto que moro em São Paulo, me formei técnico em Eletrotécnica, e sou contratado por uma empresa do Rio Grande do Sul, início jeito de ganhar um salário razoável!

BRASILEIRO DE VERDADE
BRASILEIRO DE VERDADE
Em resposta a  Lucinéia
12/11/2024 12:52

TRABALHO TEMPORÁRIO durante dois meses não põe comida na mesa o ano todo, ninguém vive apenas no período de safra. Por isso o trabalho temporário é criticado, as pessoas infelizmente comem durante os 365 dias do ano.
Sem pensar vem um e fala que o trabalhador quer ficar sem trabalhar, que a pessoa deveria pegar o trabalho temporário de 2 meses e ficar os outros 10 meses sem receber renda. Isso é piada de mau gosto.

Andrea
Andrea
Em resposta a  Gilberto
09/11/2024 08:29

Provavelmente deve ser isso. Aqui no Nordeste a falta de respeito ao trabalhador é imensa, pagam 1 diária baixíssima, não dão benefícios e ainda se acham no direito de reclamar?
As pessoas estão envelhecendo e os jovens não estão dispostos a passar o dia inteiro embaixo do sol para ganhar pouco, ou diga-se uma miséria de salário para enriquecer agricultores.
Repensem suas maneiras de gestão e quem sabe as coisas mudam.

Felipe
Felipe
Em resposta a  Andrea
09/11/2024 08:57

Concordo

Josafá Barreto
Josafá Barreto
06/11/2024 17:27

Esse governo não está preocupado com isso! Ter o pobre submisso é o que interessa para a esquerda e o sistema produtivo que se exploda!

JOSE
JOSE
Em resposta a  Josafá Barreto
06/11/2024 17:42

O que os empresários querem é mão de obra barata. Paguem melhor que os trabalhadores não vão ficar dependentes do auxílio do governo.

Jorge Alberto de Souza
Jorge Alberto de Souza
Em resposta a  JOSE
06/11/2024 19:23

O governo criou o bolsa preguiça. O povo vai deixar de receber sem trabalhar para ir trabalhar, vai muito.

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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