Obstáculos para a Evolução das Energias Renováveis no Brasil
A disseminação de informações falsas sobre energias renováveis, como energia solar, hidrelétricas, biodiesel, biogás e biometano, tem se apresentado como um obstáculo significativo para o crescimento destes setores. Este problema foi discutido durante o encerramento do XI Seminário da Energia, realizado pelo Sindenergia/MT na Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), de 8 a 10 de maio.
No vídeo abaixo, um breve resumo sobre o evento no canal do Youtube da Fiemt
As Fake News e suas Consequências para Cada Setor
As notícias falsas têm características específicas em cada setor. No âmbito do biodiesel, por exemplo, as fake news associam o biocombustível a problemas em motores e equipamentos a diesel.
- O preço da energia na Alemanha disparou para R$ 5.864/MWh devido ao dunkelflaute, o terror das renováveis, enquanto o custo médio no Brasil gira em torno de R$ 600/MWh
- PUC-Rio à frente da inovação! Novo método revolucionário para hidrogênio verde, com materiais inéditos, promete energia limpa, segura e ecológica, liderando a corrida pela sustentabilidade global!
- Energia elétrica offshore: Projeto com incentivo ao CARVÃO no Brasil pode custar R$ 595 bilhões e aumentar conta de luz em 11%
- Nova lei do governo ameaça setor de energia renovável no Brasil, podendo afetar 1,8 MIL empregos e prejuízo de R$ 200 MILHÕES por ano
No que tange à energia solar, a disseminação de informações errôneas a respeito de manutenção constante, funcionalidade em dias nublados ou chuvosos, ou até mesmo a ideia de que é um sistema apenas para pessoas ricas, tem dificultado a expansão dessa fonte de energia. Já as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) são erroneamente apontadas como subsidiadas.
União dos Setores Renováveis para Desmistificar as Fake News
Durante o evento, os participantes identificaram uma necessidade comum: combater as fake news que prejudicam os setores de energias renováveis. Segundo o presidente do Conselho da Associação Brasileira das Pequenas Centrais Hidrelétricas (ABRAPCH), Paulo Arbex, a raiz dos problemas está distante da eficiência das fontes renováveis. “O Brasil é um dos poucos países do mundo que faria tranquilamente a transição definitiva para 100% renováveis até com custo menor do que o atual das fósseis”, declarou Arbex.
Arbex também apontou para a necessidade de diminuir a burocracia e criar uma maior sinergia entre os setores de energia renovável. Ele argumentou que os maiores subsídios atualmente são destinados aos combustíveis fósseis, chegando a R$ 123 bilhões por ano. A energia renovável no Brasil, de acordo com ele, é mais barata do que a fóssil, mas as regras do setor elétrico permitem contratar termelétricas fósseis a R$ 2.500 reais, porém não permitem contratar PCHs 100% brasileiras com menos pegada de carbono a R$ 300.
Para combater as fake news e trazer mais sinergia para o mercado de energia, é necessário unir as forças de todas as fontes geradoras do país, ressaltou o presidente do Sindenergia e organizador do evento, Tiago Vianna Arruda. A criação de um Grupo de Trabalho (GT) com a Fiemt e os sindicatos envolvidos com a energia de fonte renovável foi proposta, buscando soluções para o problema das notícias falsas no setor.
Juntos Contra as Fake News: Ação Conjunta dos Setores de Energia Renovável
O vice-presidente da Fiemt, Rodrigo Guerra, frisou que a entidade é parceira nessa luta pela verdade sobre o setor. Ele reconheceu os desafios, dada a novidade do setor de energia renovável e a quantidade de adversários. Guerra ressaltou a necessidade de unir forças para avançar em bloco e destacou a Fiemt como um parceiro nesse avanço.
“Quando unirmos todas as fontes – solar, PCHs, biogás, biometano, biodiesel – conseguiremos atingir um sistema elétrico mais seguro e preços menores a médio e longo prazo para os consumidores”, apontou Arruda.
O presidente do Sindibio, Rômulo Morandin, enfatizou a urgência em combater as fake news e sugeriu a criação de um documento a ser encaminhado para as associações nacionais, além de trabalhar junto ao Estado.
O Futuro das Energias Renováveis: Combate às Fake News e Crescimento Sustentável
Enfrentar as fake news é fundamental para assegurar o crescimento sustentável das energias renováveis no Brasil. A conscientização sobre a eficiência e a acessibilidade das fontes renováveis, aliada ao combate às informações falsas, será decisiva para consolidar o setor e permitir a transição para uma matriz energética mais limpa e sustentável.
A união dos setores de energias renováveis em um esforço conjunto para combater as fake news demonstra a importância de uma abordagem integrada e colaborativa para superar os desafios do setor. O futuro da energia no Brasil passa, sem dúvida, pela ampliação das fontes renováveis e pela desmistificação das informações falsas que circundam esses setores.