O Standard Bank Group Ltd, da África do Sul, encorajou as empresas brasileiras de engenharia e construção na terça-feira a explorar oportunidades africanas, como os maiores projetos de gás natural líquido do mundo em Moçambique. Enquanto o presidente eleito Jair Bolsonaro diz que se concentrará nas relações com as economias avançadas, o Standard Bank está apostando em empresas brasileiras que precisam se diversificar no exterior para se recuperar de uma recessão em casa.
O maior credor da África do Sul em ativos atende clientes brasileiros na África, como a mineradora Vale e a Petrobras, e vê oportunidades para outros no continente, particularmente em dois grandes projetos de GNL em Moçambique com um investimento combinado projetado em cerca de US $ 55 bilhões.
“Nosso objetivo hoje é traçar os benefícios e a escala das oportunidades moçambicanas para os clientes brasileiros”, disse Paul Taylor, diretor global de petróleo e gás dos bancos, em entrevista por telefone antes de se reunir com empresas brasileiras em São Paulo.
Os dois projetos rivais de GNL desenvolvidos pela Exxon Mobil e pela Anadarko Petroleum vão explorar grandes reservas encontradas no mar, uma área onde o Brasil tem experiência, e o gás será liquefeito em terra, disse Taylor.
O Standard Bank Group, do qual o Banco Industrial e Comercial da China (ICBC) é o maior acionista, com 20 por cento de participação, financiou as exportações brasileiras de alimentos para a África e está assessorando empresas brasileiras em fusões e aquisições no continente.
Natalia Dias, presidente do banco no Brasil, disse que seus clientes brasileiros estão tentando desenvolver uma estratégia de negócios mais internacional após a recente crise no Brasil, e ainda é cedo para ver quais seriam as políticas de Bolsonaro depois que ele assumisse o cargo em 1º de janeiro. “Essa é a nossa aposta. Ainda precisamos ver quais medidas-chave o novo governo tomará em relação à política externa. Precisamos esperar e ver o que os motoristas serão ”, disse ela.
A África é um mercado relevante para o Brasil que continuará a crescer, não apenas para as empresas que constroem estradas, pontes e portos, mas também para as exportações brasileiras de alimentos.
Com 60% de toda a terra cultivável e não cultivada no mundo e condições de solo semelhantes, as empresas brasileiras do agronegócio devem procurar produzir na África para proteger sua participação no mercado, disse Dias.
Bolsonaro apresentou um plano de política para seu governo em potencial bem como uma revisão do regime de partilha de produção do país para os campos de pré-sal. O plano reforçou as expectativas que Bolsonaro provavelmente continuará com os esforços de reforma que atraíram investimentos de pesos-pesados como BP, Equinor, ExxonMobil, Shell e Total. Saibam mais sobre estas reformas aqui.