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Cientistas desenvolveram uma película protetora que permite às células solares de perovskita resistirem por mais de 1.000 horas em ambientes com calor e umidade extremos

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 15/04/2025 às 23:34
células solares
Foto: IA

Avanço tecnológico melhora estabilidade e vida útil das células solares, aproximando sua aplicação em larga escala

Uma equipe de cientistas desenvolveu uma célula solar de perovskita capaz de suportar condições extremas de calor e umidade.

O avanço foi possível graças a uma nova película protetora e pode representar um grande passo para tornar esse tipo de tecnologia viável comercialmente.

Alta eficiência e resistência térmica

O projeto foi liderado pelo Professor Dong Suk Kim, da Escola de Pós-Graduação em Neutralidade de Carbono da UNIST, na Coreia do Sul, em parceria com o Professor Tae Kyung Lee, da Universidade Nacional de Gyeongsang (GNU).

Juntos, os pesquisadores conseguiram fabricar uma célula solar com eficiência inicial de 25,56%, que manteve mais de 85% dessa performance após 1.000 horas de exposição a 85 °C e 85% de umidade relativa.

Esses resultados foram divulgados na revista científica Energy & Environmental Science e destacam a importância da nova película aplicada. A camada atua como um escudo protetor, aumentando a estabilidade térmica da célula, um dos principais obstáculos à sua comercialização.

Substituição de componente-chave

Para atingir esse desempenho, a equipe substituiu um aditivo tradicionalmente usado em células solares de perovskita: o 4-terc-butilpiridina (tBP).

Esse composto melhora a eficiência energética, mas reduz a temperatura de transição vítrea (Tg) da célula para menos de 80 °C, tornando-a vulnerável a deformações em altas temperaturas.

No lugar do tBP, os pesquisadores utilizaram o carbonato de etileno (EC). Esse novo aditivo permitiu elevar a temperatura de transição vítrea para 125 °C, aumentando significativamente a estabilidade da célula solar.

Além disso, o EC apresentou uma capacidade maior de dissolver uniformemente o dopante LiTFSI, o que resultou em um transporte de carga mais eficiente dentro da célula.

Desempenho mantido em escala maior

Mesmo quando o módulo foi ampliado para uma área de 100 cm², a célula solar manteve alta eficiência, atingindo 22,14%. Isso é um indicativo de que a tecnologia pode ser viável não somente em laboratório, mas também em aplicações de maior escala.

A eficiência energética registrada de 25,56% é a mais alta entre as células solares que não utilizam tBP. Após o encapsulamento, o desempenho se manteve praticamente estável.

Em testes simulando condições extremas, a eficiência ainda alcançou 21,7% após mil horas de operação contínua.

O professor Kim destacou que essa inovação no sistema da camada de transporte de lacunas é essencial para garantir alta eficiência e estabilidade. Ele classificou os resultados como um avanço importante rumo à aplicação prática das células solares de perovskita.

A durabilidade atingida em calor e umidade extremos indica que a nova abordagem pode ajudar a superar as limitações que ainda impedem a adoção comercial em larga escala desse tipo de célula solar.

Os resultados foram publicados na revista Energy & Environmental Science.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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