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Cientistas da Austrália desenvolvem tecnologia que permite gerar energia solar durante a noite

23 de maio de 2022 às 11:22
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energia solar - energia solar a noite
Uma câmera de imagem térmica destaca a quantidade de calor que irradia da baía de Sydney, voltando à atmosfera no período noturno. | Crédito: UNSW

Cientistas australianos desenvolveram uma tecnologia que permite a geração de energia solar à noite por meio de ondas infravermelhas.

Um grupo de cientistas da Universidade de New South Wales (UNSW), em Sydney, na Austrália, criaram uma tecnologia capaz de produzir energia solar durante a noite. O equipamento gera energia por meio da chamada energia solar noturna, uma novidade descoberta recentemente na comunidade científica. Isso foi possível a partir do calor irradiado com luz infravermelha, da mesma maneira que a Terra esfria ao irradiar para o espaço à noite.

Como a tecnologia que gera energia solar à noite foi produzida?

O estudo foi liderado por uma equipe de cientistas da Escola de Engenharia de Energia Fotovoltaica e Renovável da Universidade. Para atingir esse feito, a equipe utilizou um dispositivo semicondutor conhecido como diodo termorradiativo, que é feito de materiais encontrados em óculos de visão noturna.

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O estudo gerou energia a partir da emissão de luz infravermelha. Apesar de que a quantidade de energia solar útil gerada pela tecnologia seja pequena, os cientistas afirmam que isso poderá ser melhorado futuramente. De acordo com o professor associado Ned Ekins-Daukes, líder da equipe, foi feita uma demonstração inequívoca de eletricidade de um diodo termorradiativo.

Segundo Ned, utilizando câmeras de imagem térmica, é possível ver quanta radiação existe durante à noite, mas apenas no infravermelho, e não nos comprimentos de onda visíveis. O que os cientistas fizeram foi desenvolver um dispositivo capaz de gerar energia elétrica por meio da emissão de radiação térmica infravermelha.

Como funciona a tecnologia de energia solar à noite?

Energia solar à noite? Novo estudo sugere que pode ser possível – Reprodução/Youtube

De acordo com o professor, o invento aproveita a energia solar à noite e, à medida que escurece, a mesma energia irradia de volta para o espaço em forma de luz infravermelha. Sendo assim, o diodo termorradiativo se mostrou capaz de gerar energia aproveitando esse processo. De acordo com Phoebe Pearce, uma das coautoras do artigo, sempre que há um fluxo energético, é possível convertê-lo em várias formas.

A energia solar, ou seja, conversão direta da luz solar em energia, é um processo artificial que os humanos desenvolveram. Sendo assim, o processo feito pela tecnologia é semelhante. Os cientistas estão desenvolvendo a energia que flui no infravermelho de uma Terra quente para o universo frio.

Phoebe ainda afirmou que da mesma maneira que uma célula solar pode gerar energia absorvendo a luz solar emitida, o diodo termorradiativo gera energia solar emitindo luz infravermelha em um ambiente mais frio. Nos dois casos, a diferença de temperatura é o que permite gerar eletricidade. 

Da teoria à prática

A tecnologia de energia solar à noite da Universidade de New South Wales é uma confirmação empolgante de um processo que até então, era teórico, e o primeiro passo para desenvolver dispositivos muito mais eficientes que um dia serão capazes de capturar a energia solar em uma escala maior que a atual.

Para se ter uma ideia, o professor Ned explicou que o primeiro painel solar de silício em prática foi apresentado em 1954 e esta primeira célula solar possuía uma eficiência de 2%. Entretanto, as células atuais possuem capacidade de converter aproximadamente 23% da luz solar em energia elétrica.

O cientista entende que esta é uma tecnologia inovadora e que nós não devemos subestimar a necessidade de as indústrias intervirem e realmente impulsioná-las. Caso a indústria veja que esta é uma tecnologia de grande valor, então o processo de aprimoramento desta tecnologia será extremamente rápido. Ned espera que seu achado possa ser reproduzido em escala industrial nos próximos anos, gerando benefícios para milhões de pessoas em todo o mundo.

Créditos: ABC Austrália

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