Projeto do túnel promete revolucionar o transporte no litoral. Com um custo de R$ 6 bilhões, a construção incluirá seis pistas, ligação com o VLT e acessos facilitados para pedestres e ciclistas. Mais de 9 mil empregos serão gerados, e a travessia levará apenas dois minutos.
Um túnel submerso, o primeiro de toda a América Latina, está prestes a se tornar realidade no litoral de São Paulo, conectando as cidades de Santos e Guarujá em uma travessia que deve durar apenas dois minutos.
O projeto promete revolucionar a mobilidade urbana da região e impactar profundamente a logística do Porto de Santos, com uma estrutura que atravessará o mar e incluirá seis pistas de tráfego, permitindo que pedestres, ciclistas, veículos e até o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) façam a ligação entre as duas cidades de maneira rápida e segura.
Um projeto bilionário em andamento
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A obra do Túnel Santos-Guarujá, avaliada em R$ 6 bilhões, já possui apoio significativo do Governo de São Paulo e do Ministério de Portos e Aeroportos, que juntos cobrirão 86% do valor total.
O montante restante será financiado por meio de uma parceria com empresas do setor privado, segundo informações do governo estadual.
O leilão para definir a empresa responsável pela construção está previsto para o segundo semestre de 2025, e a previsão de inauguração da obra é para 2028.
Como será o túnel que cruzará o mar?
O túnel terá 860 metros de comprimento e estará localizado a uma profundidade de 21 metros.
Contará com seis pistas, sendo três em cada sentido, e ainda possibilitará a passagem do VLT em uma das pistas.
Os acessos serão feitos a partir do cais de Outeirinhos, no bairro Macuco, em Santos, e pelo Linhão da Codesp, em Vicente de Carvalho, no Guarujá.
Somando as vias de acesso, a extensão total da obra atingirá 3 quilômetros, permitindo uma conexão direta entre as duas cidades que, atualmente, leva quase uma hora de carro.
Redução drástica no tempo de travessia
Atualmente, a travessia entre Santos e Guarujá é feita por balsas e estradas. Com a balsa, o tempo médio é de 18 minutos, mas pode se estender devido ao tempo de espera de até 15 minutos.
Já pela rodovia Cônego Domenico Rangoni, que conecta as cidades em um trajeto de 43 km, o percurso dura cerca de uma hora.
O novo túnel submerso reduzirá essa travessia para apenas dois minutos, de acordo com projeções da Autoridade Portuária de Santos (APS).
A estimativa é que mais de 21 mil veículos, além de 7.700 ciclistas e 7.600 pedestres, utilizem o túnel diariamente.
Impacto urbano e ambiental
Para viabilizar o projeto, várias adaptações urbanísticas foram planejadas.
Em Santos, será criada uma “superquadra” no bairro Macuco, em um espaço que equivale a quatro campos de futebol, com o objetivo de minimizar o impacto da obra sobre as residências.
Essa intervenção inclui a realocação de 700 famílias para novas áreas residenciais, garantindo a preservação da qualidade de vida dos moradores locais.
Já no Guarujá, o traçado do túnel será desviado de áreas em reurbanização, adicionando 1,5 km de extensão até a rodovia Cônego Domênico Rangoni, para facilitar o acesso de veículos pesados e transporte coletivo.
A estrutura contará com ciclofaixa e passagem para pedestres, tornando-se um espaço multifuncional e acessível.
Empregos e desenvolvimento para a região
A construção do túnel é vista não apenas como uma solução de mobilidade, mas também como uma oportunidade econômica para a região.
Estima-se que a obra criará cerca de 9 mil empregos diretos e indiretos, beneficiando trabalhadores de diversos setores e movimentando a economia local.
Além disso, o túnel permitirá uma integração mais fluida com o Aeroporto Regional do Guarujá, que está em desenvolvimento, e contribuirá para o crescimento da infraestrutura logística do Porto de Santos, que é um dos mais movimentados da América Latina.
Segundo a Autoridade Portuária, o túnel não interferirá nas obras de aprofundamento do canal portuário, assegurando que o fluxo de navios também se mantenha sem interrupções.
Próximos passos e expectativas
Com a sanção do projeto de lei que autoriza a Parceria Público-Privada (PPP) pelo Governo de São Paulo, as etapas de contratação e desenvolvimento estão avançando.
Segundo a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o projeto engloba desde a construção até a operação e manutenção do túnel, garantindo a responsabilidade contínua da empresa vencedora do leilão.
A expectativa é que, com a finalização das obras, a mobilidade entre Santos e Guarujá se transforme completamente, proporcionando não apenas uma alternativa mais rápida e segura, mas também incentivando o desenvolvimento urbano sustentável para os próximos anos.
Com isso, a população local e os milhares de turistas que visitam o litoral de São Paulo poderão usufruir de uma nova experiência de mobilidade, enquanto a região ganha um novo impulso para o crescimento e a inovação.
Como você acha que essa obra bilionária impactará o dia a dia dos moradores e a economia do litoral de São Paulo?
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