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Brasil se torna o maior alvo da China: somente em 2021, foram investidos mais de R$ 30 bilhões nos setores de petróleo, energia e tecnologia, e chineses prometem muito mais!

Escrito por Flavia Marinho
Publicado em 02/09/2022 às 11:50
Xi Jinping e Jair Bolsonaro comemoram parcerias e investimentos entre Brasil e China – Imagem Valter Campanato / Agência Brasil
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Brasil lidera ranking global de investimentos chineses. Etanol brasileiro, produção de carros elétricos e usinas de energia renovável entram na mira da China!

Brasil na mira da China! De acordo com o relatório do Conselho Empresarial Brasil-China, país foi maior destino de investimentos dos chineses em 2021. Somente no ano passado, foram injetados US$ 5,9 bilhões em eletricidade, petróleo e tecnologia, totalizando 28 grandes projetos, sendo os maiores no setor de petróleo.

O valor total investido pela China no Brasil subiu mais de 200% em relação ao ano de 2020 e país ficou acima do crescimento dos investimentos chineses no mundo como um todo, que subiram só 3,6%, totalizando US$ 113,6 bilhões na esfera global.

Confira abaixo os principais investimentos da China no Brasil

  • No Brasil, o setor de energia teve 46% dos projetos chineses em 2021, com 13 empreendimentos;
  • Tecnologia de Informação teve 36%, com dez projetos;
  • O petróleo foi destaque, com 85% do total investido pelo país asiático, totalizando mais de US$ 5 bilhões.

O setor do petróleo levou destaque, sobretudo, por dois investimentos específicos de coparticipação no Campo de Búzios, no pré-sal em Santos (SP), da gigante do petróleo brasileiro Petrobras com as estatais China National Offshore Oil Corporation (CNOOC) e China National Oil and Gas Exploration and Development Company (CNODC).

Os dados do CEBC da última quarta-feira, 31, apontaram que, apesar do destaque no pré-sal, a pauta de investimentos chineses tem se tornado mais diversificada e com transferência de tecnologia.

“Os chineses não vem aqui para investir só em commodity, isso fica muito claro”, diz Tulio Cariello, Coordenador de Análise e Pesquisa do CEBC, em evento sobre o relatório.

Há presença de empreendimentos chineses em mais de 20 estados brasileiros!

Segundo o CEBC, há presença de empreendimentos chineses em mais de 20 estados brasileiros.

Tatiana Rosito, consultora sênior do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), aponta que os investimentos vistos em 2021 não são algo de “um ano para outro”. “Em muitos casos, empresas chinesas estão no Brasil no longo prazo”, diz, listando exemplos como eletricidade, onde China e Brasil têm semelhanças como a dimensão continental, além de um ambiente de regulação clara e “respeito mútuo” construído no setor, segundo Rosito.

Na contramão do Brasil, a China tem retirado sua presença e investido cada vez menos em mercados como EUA e Austrália devido a embates políticos. Nos EUA, os investimentos chineses chegaram ao menor patamar desde 2005, com queda de 27%.

“Dentre as apostas para os próximos anos, investimentos em energia seguirão pautando os aportes chineses no Brasil”, diz Cariello, “sobretudo pelo alto volume de recursos demandados nesse setor e relação de longo prazo já existente”.

O Brasil tem um grande mercado consumidor, mais celulares do que habitantes e ainda há falta de internet em várias regiões. Apesar de ser o mais promissor, o setor tecnológico é também sensível nas relações internacionais no momento, como mostrou o leilão do 5G no Brasil.

Produção de carros elétricos e energia renovável no Brasil viram alvos dos chineses!

Em evento do CEBC – dos setores bancário, de energia e automotivo, o diretor de relações externas e governamentais no Brasil da montadora Great Wall, Pedro Bentancourt, disse que a matriz chinesa não encontrou dificuldade para investir no país.

“Além desse primeiro investimento inicial que tem mais ou menos R$ 4,5 bilhões, R$ 4,6 bilhões para instalação da fábrica que nós adquirimos, temos um planejamento de dez anos”, diz. Ele afirma que investimentos em um “primeiro ciclo” podem chegar a “R$ 10 bilhões ou R$ 12 bilhões”.

O Brasil é o primeiro país nas Américas com fábricas da Great Wall, que chegou ao Brasil neste ano para construir sua quarta fábrica – fora da China. “E por alguns anos talvez seguirá o único”, diz Bentancourt.

O Brasil é a “porta de entrada” para o mercado não só sul-americano como dos Estados Unidos. “Por que não exportar pro México, pros EUA, pro Canadá?”, diz.

Etanol brasileiro entra na mira de investimentos da montadora chinesa Great Wall

E os investimentos da fabricante de carros elétricos chinesa não param por aí! Estão inclusos nos planos da montadora, a partir dos próximos anos, parcerias com universidades brasileiras para desenvolvimento de projetos e planos sobre como explorar o etanol como alternativa de recursos.

A operação brasileira é a maior da companhia fora da China, afirma José Renato Domingues, vice-presidente corporativo da CTG Brasil, braço local da empresa de energia chinesa China Three Gorges.

Domingues informa que o investimento em pesquisa e desenvolvimento interno já atingiu R$ 25 milhões e que R$ 3 bilhões foram investimentos em modernização das usinas de Jupiá e Ilha Solteira, no Rio Paraná, cuja concessão foi vencida pela CTG em 2016.

“Projetos de expansão em renováveis para nós são a maior prioridade”, diz Domingues. Ele afirma que a CTG está desenhando o “maior parque solar brasileiro” em Minas Gerais e que dois parques eólicos começarão a ser construídos no ano que vem, na região Nordeste. “A ideia é trazer não só placa solar, mas poder trazer para cá o que existe de mais moderno e interessante em alta tecnologia.”

por – Exame

Flavia Marinho

Flavia Marinho é Engenheira pós-graduada, com vasta experiência na indústria de construção naval onshore e offshore. Nos últimos anos, tem se dedicado a escrever artigos para sites de notícias nas áreas da indústria, petróleo e gás, energia, construção naval, geopolítica, empregos e cursos. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal.

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