Retomada da produção de urânio na Bahia vai gerar 2400 de empregos na região, com 600 postos diretos e cerca de 1.800 indiretos, diz INB
Cerca de 2400 empregos serão gerados com a retomada de produção de urânio! Após cinco anos sem produzir concentrado de urânio, o Brasil retomou ontem (01/12), a produção do metal com inauguração de uma nova mina, em Caetité, na Bahia. O anúncio ocorreu em cerimônia na Unidade de Concentração de Urânio das Indústrias Nucleares do Brasil (INB).
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O evento contou com a presença do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Durante a cerimônia, foi feita uma detonação, simbolizando o início da lavra a céu aberto na Mina do Engenho.
Na Unidade de Concentração de Urânio (URA) são realizadas as duas primeiras atividades do ciclo do combustível nuclear: a mineração e o beneficiamento do minério. O resultado será o Concentrado de Urânio, também conhecido como yellowcake (U3O8).
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“Trata-se de uma determinação do Presidente Jair Bolsonaro. Uma conquista para a INB e também para o país. Representa um fator importante para a geração de empregos e recursos para a região sudoeste da Bahia”, enfatiza o ministro Bento Albuquerque.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, numa primeira etapa, a nova unidade tem capacidade para produzir 260 toneladas de concentrado de urânio por ano. Mas a expectativa é que, até 2025, esteja produzindo 1.400 toneladas de concentrado de urânio; e, até 2030, 2.400 toneladas anualmente, pois existe o planejamento de entrada de outra mina em operação, em Santa Quitéria, no Ceará.
Segundo estimativa da INB, a retomada da produção tem impacto na geração de empregos na região, com 600 postos diretos e cerca de 1.800 indiretos. A expectativa da empresa é que haja uma injeção de R$ 76 milhões na economia, com cerca de R$ 30 milhões/ano em recolhimento de impostos estaduais e municipais.
Produção de urânio no Brasil
A produção do urânio no país começou em 1982, com a produção e extração em uma mina em Poços de Caldas, em Minas Gerais. Durou 13 anos, da ordem de 1.200 toneladas, e abasteceu a Usina de Angra 1. A produção foi interrompida porque exauriu a reserva do metal. Ela foi retomada, em 2000, em Caetité, na Bahia. Em 2015, foi novamente paralisada, também porque a reserva se exauriu.
Saiba como o urânio se transforma em um combustível para gerar energia
O metal é retirado da terra e triturado. Sob ele, então, se joga uma solução ácida, que separa o urânio do minério. Esse processo resulta num líquido chamado de licor de urânio. Depois de filtrado e decantado, esse líquido se transforma em um concentrado, o yellowcake, que é o urânio natural em forma de pasta. Ele é então embalado e segue para outra etapa: a conversão, que transforma esse concentrado no gás hexafluoreto de urânio.
Para que possa gerar energia elétrica, o urânio tem de ser enriquecido, ou seja, concentrado. Isso é feito em diversas cascatas de ultracentrífugas, instaladas na fábrica de enriquecimento de urânio da INB em Rezende, no estado do Rio de Janeiro. Dentro desses equipamentos, o gás hexafluoreto de urânio gira numa velocidade extremamente alta, separando os átomos mais leves dos mais pesados. Isso faz com que a concentração de urânio natural passe de 0,7% para até 3,65%. É esse enriquecimento que permite ao átomo de urânio liberar calor e gerar energia.