Com a Petrobras listada na Bolsa de Nova York, sanções americanas contra estaleiros chineses podem impactar diretamente a estatal, dificultando a contratação de embarcações e encarecendo operações no pré-sal. Sem uma indústria naval própria, o Brasil ficará refém das decisões externas?
A decisão dos EUA de colocar a indústria naval de grandes estaleiros chineses na lista negra pode parecer um problema distante, mas a verdade é que isso pode afetar diretamente o Brasil e a Petrobras. Afinal, a estatal tem ações negociadas na Bolsa de Nova York e, por isso, precisa seguir sanções americanas.
Mas a pergunta que fica é: como o Brasil pode manter sua soberania no setor naval sem depender das decisões de Washington? São indagações pertinentes levantadas pela TradeWinds, um portal especializado.
Indústria naval brasileira: abandono ou salvação?
A Petrobras é uma das maiores operadoras de plataformas de petróleo offshore do mundo, e isso significa dependência direta da indústria naval. Sem navios, plataformas e barcos de apoio, simplesmente não há como produzir petróleo no pré-sal.
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Nos últimos anos, a indústria naval brasileira foi praticamente desmontada, com a justificativa de ineficiência e altos custos. Enquanto isso, China e Coreia do Sul dominaram a construção de navios e plataformas no mundo. Agora, com a tensão entre EUA e China, o Brasil pode ficar sem opções e totalmente vulnerável.
Brasil refém das decisões dos EUA?
Se os EUA endurecerem ainda mais as sanções contra os estaleiros chineses, a Petrobras pode ter dificuldades para contratar novas embarcações. Além disso, o custo de plataformas e navios pode subir absurdamente, já que os poucos estaleiros sul-coreanos e japoneses disponíveis ficariam sobrecarregados.
Ou seja, o Brasil pode ser forçado a pagar mais caro para operar sua frota, enquanto concorrentes como a China e até mesmo a Rússia seguem sem restrições. Isso não colocaria o país em desvantagem no mercado global? 🤯
O Brasil precisa ou não de uma indústria naval própria?
Muitos defendem que o Brasil deve retomar seus estaleiros para garantir independência e não ficar à mercê de decisões externas. Outros alegam que o protecionismo encarece os custos e gera ineficiência.
Mas com os EUA apertando o cerco contra a China, o Brasil corre o risco de não ter outra escolha senão reconstruir sua indústria naval.
E aí, vale a pena esperar até que o problema estoure, ou já passou da hora de agir? ⚠️
Eu espero que não venha outro **** como o Bolsonaro para vender e desmantelar as Empresas estatais.
Já está mais do que na hora de reconstruir tudo o que os outros países tem de melhor e nós aqui ainda fica dependendo dos outros, se não tivesse matéria prima ficaria calado, mais tendo e com força podemos ter poderio naval, melhor do que muitos países do mundo!
A Indústria Naval Brasileira começou a ser desmobilizada no início da década de 1980. Éramos o 2° do mundo atrás apenas do Japão. O governo do presidente Figueiredo não efetivou o 3° plano de Concentração Naval , pois foi implementada a “Economia de Guerra” e não havia dinheiro. Nós não tínhamos como manter a coisa funcionando, especialmente, pela concorrência da Coreia do Sul, que tinha uma mão de obra praticamente sem custos, pois utilizava operários das suas forças armadas. A nossa fôrça não era em Plataformas e sim em Navios de Carga, embora, tenhamos em 1979 entregue à Petrobras a P1, construída no Estaleiro Mauá, da qual tive o prazer de participar da construção. Ora, o problema de reativar a construção naval está em recompor a força de trabalho. Tenho 81 anos, tenho experiência nesta construção, participei de trabalhos em jumborizacao de petroleiros, reforma do Navio Estimulador Discovery, mas não acompanhei a evolução tecnológica da Construção. Há muita coisa mais. O assunto é complexo e desafiador.