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A volta da estrada de ferro? Trens de ‘dois andares’ são responsáveis pelo transporte de mais de 170 mil contêineres entre cidades brasileiras

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 05/01/2025 às 14:59
Atualizado em 06/01/2025 às 12:49
Trens double stack transportam mais de 170 mil contêineires no Brasil, trazendo eficiência e sustentabilidade ao transporte ferroviário.
Trens double stack transportam mais de 170 mil contêineires no Brasil, trazendo eficiência e sustentabilidade ao transporte ferroviário.

Trens de dois andares revolucionam a logística no Brasil! Mais de 170 mil contêineires transportados entre Sumaré e Rondonópolis, aumentando a eficiência em 40% e reduzindo emissões de poluentes. Este é o futuro da ferrovia brasileira! Descubra como essa tecnologia está mudando o mercado nacional e trazendo benefícios inesperados.

A volta da estrada de ferro? Trens de ‘dois andares’ ampliam operações e são responsáveis pelo transporte de mais de 170 mil contêineres entre cidades brasileiras.

Os trens de “dois andares”, também conhecidos como double stack, estão mudando o panorama do transporte ferroviário no Brasil.

Embora a ferrovia tenha perdido espaço ao longo dos anos, uma iniciativa surpreendente ressuscitou sua relevância e trouxe eficiência à logística nacional.

Mas como uma tecnologia consagrada nos Estados Unidos se tornou responsável por movimentar mais de 174 mil contêineres entre Sumaré, em São Paulo, e Rondonópolis, no Mato Grosso? Este avanço tem mais impacto do que se imagina.

Uma revolução na logística ferroviária brasileira

Entre 2019 e 2024, os trens double stack percorreram 1,3 mil viagens transportando milhares de toneladas de mercadorias pelo Brasil.

Segundo a Brado Logística, empresa responsável pelo projeto, a adoção dessa tecnologia permitiu um aumento de cerca de 40% na capacidade de carregamento.

Isso se traduziu não apenas em eficiência, mas também em benefícios ambientais, com a redução significativa de emissões de gases de efeito estufa.

Hoje, a diversidade de produtos transportados é impressionante. Desde bebidas, detergentes e ração para animais até cimento e tintas, o sistema conecta mercados de forma ágil e sustentável.

Conforme Luciano Johnsson, CEO da Brado, o projeto abriu portas para que uma ampla gama de produtos utilizasse a ferrovia como alternativa logística, algo antes impensável no Brasil.

Um projeto inspirado em soluções globais

A história do projeto começa em 2017, quando engenheiros da Brado viajaram aos Estados Unidos para estudar o funcionamento dos trens double stack.

Essa tecnologia é amplamente utilizada nas ferrovias norte-americanas, conhecidas pela alta eficiência e capacidade de transporte.

No retorno ao Brasil, a empresa realizou testes rigorosos para adaptar o modelo à realidade nacional.

Isso incluiu a verificação de velocidade, balanceamento e possíveis interferências nas linhas ferroviárias. Adicionalmente, foi necessário ajustar os terminais ferroviários, como o de Sumaré, criando soluções inovadoras do zero.

Infraestrutura renovada e expansão da frota

Para viabilizar o uso dos trens de dois andares, a Brado investiu pesado em infraestrutura. Foram adquiridos 148 vagões double stack e três locomotivas.

Hoje, a frota cresceu para 298 vagões dedicados a essa rota. Além disso, 60 pontos ao longo da ferrovia passaram por reformas significativas, incluindo o remanejamento de fios elétricos, elevação de viadutos e rebaixamento de trilhos.

As intervenções também ampliaram a capacidade logística. Na rota entre São Paulo e Mato Grosso, o transporte não se limita a insumos para a agropecuária.

O trajeto inverso é marcado pelo envio de milho para indústrias alimentícias paulistas, fortalecendo a integração entre os estados.

Pioneirismo na América Latina

Embora os trens double stack sejam comuns nos Estados Unidos, a rota entre Sumaré e Rondonópolis foi a primeira na América Latina a operar com essa tecnologia.

Com vagões que chegam a quase seis metros de altura, o sistema desafiou padrões e impulsionou o transporte de cargas no país.

“O mercado interno brasileiro se beneficiou enormemente com essa novidade.

Hoje, o consumidor de Mato Grosso pode comprar diversos produtos que chegaram ao estado pela ferrovia, sem sequer perceber que foram transportados de maneira mais sustentável e eficiente”, destacou Luciano Johnsson.

Impactos ambientais e logísticos

Os trens double stack trazem impactos positivos tanto para o meio ambiente quanto para a economia. Segundo a Brado, o transporte multimodal com base ferroviária aproveita o melhor de cada modal, com trens percorrendo as longas distâncias e caminhões fazendo os trechos curtos, solução que reduz a emissão de gases poluentes.

Outro ponto destacado é a redução de custos operacionais. Com uma maior capacidade de transporte, os trens podem atender demandas crescentes sem sobrecarregar as rodovias.

Além disso, a maior previsibilidade e segurança oferecida pelas ferrovias atraiu novos clientes e tipos de carga, ampliando o portfólio de serviços da empresa.

O futuro da ferrovia brasileira

A Brado Logística é uma subsidiária da Rumo Logística, que tem investido continuamente na expansão de sua malha ferroviária.

Atualmente, a Rumo é responsável pela operação da Malha Paulista, que cobre 2,1 mil quilômetros e passa por 117 municípios do estado de São Paulo, incluindo cidades como Americana, Nova Odessa e Hortolândia.

Os avanços obtidos com os trens de dois andares mostram que o transporte ferroviário pode ser uma solução viável para o Brasil.

O sucesso da rota Sumaré-Rondonópolis pode inspirar novos projetos e ampliar o uso dessa tecnologia para outras regiões do país.

E você, o que acha? Será que o Brasil está pronto para apostar mais na ferrovia como solução logística? Deixe sua opinião nos comentários!

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Mario Gomes
Mario Gomes
05/01/2025 22:18

A Ferrovia deve ser totalmente reimplantada no país e muito mais eficiente econômica e antipoluente . E a mesma malha ferroviaria pode ser utilizada tbem para trens de passageiros e passeios turísticos.
Acorda Brasil.

Everardo
Everardo
06/01/2025 01:44

A noticia é um espanto? Deveria também ser um espanto quando simplesmente abandonaram o transporte ferroviário no início desta democracia fajuta em que o Brasil vive. Meteram os caminhôes pesados nas estradas por anos até destruí las, culpando os carros de passeios com taxas elevadíssimas! Bando…

Semíramis
Semíramis
06/01/2025 07:34

Só pensam em ferrovias como transporte de cargas. Como grãos. a mentalidade Brasil fazendão dos empresários e governos continua. E o transporte de pessoas? Por que não investir nas ferrovias como transporte de passageiros? É a mentalidade do atraso que continua. Não interligando as pessoas nos diversos Estados desse imenso país. A passagem rodoviária para se visitar um Estado no nordeste do país por exemplo para quem está no Sul, é caríssima, a aérea então, nem pensar. Começaram a destruição das ferrovias na era Juscelino, para favorecer o transporte rodoviário, consolidaram na era FHC, entregaram de mão beijada para a iniciativa privada sem qualquer contrapartida. É preciso reativar as ferrovias com trens modernos para investir também no transporte de passageiros. Reativar,restaurar as estações de trem ao longo das ferrovias para que todos brasileiros possam viajar por este país e conhecer seu próprio país. Não faz sentido elitizar turismo e deixar milhões de brasileiros praticamente ilhados do resto do país pelas dificuldades e o encarecimento das passagens de ônibus e avião. Não Europa os trens são velozes as ferrovias transportam milhares de passageiros por todos os países do bloco. Os governos precisam parar de pensar só em transporte de grãos. As pessoas também importam.

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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