Uma jornada de trem épica de 19.000 quilômetros, cruzando três continentes por apenas 1.200 euros, que prometia ser o sonho dos aventureiros, mas foi destruída por conflitos e barreiras logísticas.
Uma jornada épica, cruzando 13 países ao longo de 19.000 quilômetros em um trem. Essa é a proposta da viagem de trem mais longa do mundo, um trajeto que conecta Lagos, em Portugal, a Cingapura. Mas, infelizmente, esse sonho foi interrompido – e Vladimir Putin tem grande parte da culpa.
A ideia de uma viagem que levaria 21 dias, custando cerca de 1.200 euros, parece fascinante. No entanto, fatores logísticos e, sobretudo, o conflito na Ucrânia tornam essa aventura inviável. Vamos explorar os detalhes e entender por que essa rota é atualmente impossível.
A Rota de Lagos a Cingapura
A rota planejada é um verdadeiro espetáculo: começaria em Lagos, em Portugal, e seguiria pela Europa, Sibéria e Ásia até chegar a Cingapura. A ideia era atravessar diversas culturas e paisagens incríveis, proporcionando aos passageiros uma experiência única.
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O custo dessa viagem de trem? Relativamente acessível: apenas 1.200 euros. No entanto, o preço “baixo demais para ser verdade” é só uma das complicações. Mesmo que a viagem pareça simples no papel, a realidade conta outra história.
Os obstáculos logísticos para essa viagem de trem
A principal barreira para essa jornada épica é a complexidade logística. Diferente de comprar uma única passagem para um destino, a viagem de trem exigiria cerca de 20 bilhetes separados, adquiridos em plataformas diferentes. Isso já seria um grande desafio para qualquer viajante.
Muitas rotas-chave, como os famosos trens Transmongoliano e Transmanchuriano, que conectam Moscou a Pequim, estão suspensas desde 2019. Assim, o trajeto não só é complicado, como também depende de uma série de fatores que estão fora do controle dos passageiros.
O papel da guerra na impossibilidade da jornada
O maior fator que impede a viagem é a guerra entre Rússia e Ucrânia. O conflito tornou impossível viajar da Europa Ocidental para Moscou, um ponto crucial da rota. As sanções e a instabilidade na região dificultam qualquer tentativa de conexão ferroviária com a Rússia.
Para muitos, a guerra não é apenas uma tragédia humanitária, mas também uma barreira para projetos ambiciosos como esse. Sem a possibilidade de cruzar a Rússia, o sonho da viagem de trem mais longa do mundo permanece distante.
O mito da viagem direta
A ideia de que essa jornada poderia ser realizada de forma simples é, na verdade, um mito. Segundo Mark Smith, especialista em viagens ferroviárias, seria necessário organizar um intricado itinerário com várias transferências. Ele ironizou a ideia de um “homemzinho em uma barraca” vendendo passagens diretas de Lagos a Cingapura, enfatizando que a realidade é bem diferente.
Smith explica que, mesmo com todos os trens funcionando, o planejamento seria complexo e envolvente. Atravessar fronteiras, especialmente em regiões politicamente instáveis, tornaria a viagem um pesadelo logístico.
Apesar das dificuldades, a ideia de uma viagem de trem tão longa continua a fascinar entusiastas de trens e aventureiros. Se a guerra terminar e as rotas forem restauradas, talvez esse sonho possa se tornar realidade. Até lá, iniciativas como essa nos lembram da importância da paz e da cooperação global para viabilizar projetos grandiosos.