Uma ilha de lixo com 1,8 trilhão de pedaços de plástico, pesando 100 mil toneladas, flutua no Pacífico, devastando espécies marinhas e crescendo sem controle a cada ano.
Uma ilha feita inteiramente de lixo, flutuando no meio do oceano. A Grande Mancha de Lixo do Pacífico (GPGP) é uma verdadeira “ilha” composta por 1,8 trilhão de pedaços de plástico, ocupando uma área três vezes maior que a França. Esse fenômeno é um reflexo direto da nossa relação negligente com o consumo e o descarte de plástico.
A poluição plástica nos oceanos é um problema global, mas a GPGP é, sem dúvida, o símbolo mais impactante dessa crise ambiental. Vamos explorar o que é essa “ilha de lixo”, por que ela é tão devastadora e o que podemos fazer para enfrentar essa ameaça.
O que é a ilha de lixo?
A GPGP é a maior zona de acúmulo de plástico nos oceanos, localizada entre a Califórnia e o Havaí. Com quase 618 mil milhas quadradas de extensão, ela é como um monstro silencioso flutuando em nossas águas. Além de seu tamanho colossal, a ilha pesa cerca de 100 mil toneladas, o equivalente a mais de 740 aviões Boeing 777.
Essa “ilha” não surgiu do dia para a noite. Correntes oceânicas conhecidas como giros levam plásticos descartados ao mar para pontos de convergência, onde eles se acumulam ao longo de décadas. Sacolas plásticas, escovas de dente, isqueiros e até telefones formam esse depósito flutuante de irresponsabilidade humana.
Impactos devastadores no ecossistema marinho
A ilha de lixo afeta diretamente pelo menos 267 espécies marinhas. Entre elas, 86% das tartarugas marinhas e 43% dos mamíferos marinhos já sofreram com ingestão de plástico ou enredamento.
Imagine que um pequeno peixe consome microplásticos. Agora, pense no predador que come esse peixe. Essa cadeia continua até chegar a nós, humanos. O plástico não é só um problema dos oceanos; ele já está no nosso prato.
Por que o problema está piorando?
Desde 1945, a quantidade de plástico no oceano aumenta dez vezes a cada década. Com bilhões de toneladas de plástico entrando nos mares anualmente, a GPGP segue crescendo sem controle. É um problema que não para de se multiplicar.
Além dos grandes pedaços, os microplásticos representam uma ameaça silenciosa. Pequenos demais para serem filtrados, eles se misturam na água, tornando-se praticamente impossíveis de remover.
- Existem aproximadamente 250 pedaços de plástico para cada ser humano na Terra flutuando na ilha.
- Alguns itens datam de mais de 50 anos, como escovas de dente e garrafas antigas.
- A estimativa mais alta aponta para até 3,6 trilhões de pedaços de plástico presentes na mancha.
Crise do plástico nos oceanos
Projetos como o The Ocean Cleanup estão trabalhando para remover o plástico dos oceanos. A meta é ambiciosa: eliminar metade da poluição plástica até 2027. Barcos equipados com barreiras flutuantes têm sido fundamentais nesse esforço.
Pequenas mudanças no dia a dia fazem uma diferença enorme. Reduza o uso de plástico descartável, opte por materiais reutilizáveis e participe de campanhas de conscientização. Cada gesto conta para salvar nossos oceanos.