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A arma mais antiga dos EUA; Pesquisadores encontram artefato com quase 500 anos

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 28/11/2024 às 21:47
arma mais antiga dos EUA
Foto: Reprodução

Pesquisadores revelaram a descoberta da arma mais antiga dos Estados Unidos, um artefato histórico de quase 500 anos, que lança luz sobre os primeiros colonizadores e indígenas.

Pesquisadores encontraram no sul do Arizona uma arma de 480 anos, considerada a arma mais antiga dos Estados Unidos. Trata-se de um canhão de bronze, conhecido como “canhão de parede“, diretamente ligado à expedição liderada pelo conquistador espanhol Francisco Vázquez de Coronado no século XVI.

A arma mais antiga dos EUA

Entre 1540 e 1542, Coronado liderou uma missão épica em busca das míticas Sete Cidades de Cíbola, que acreditava serem repletas de ouro. Sua jornada atravessou vastas regiões do sudoeste americano, incluindo os atuais estados do Arizona, Novo México, Texas, Oklahoma e Kansas.

Estima-se que cerca de 2.800 pessoas tenham participado da expedição, entre soldados, aliados indígenas, escravizados e outros membros de apoio.

Essa empreitada marcou uma das primeiras incursões europeias significativas no território americano, embora as cidades douradas nunca tenham sido encontradas.

A descoberta do canhão

O canhão de parede foi encontrado no sítio arqueológico conhecido como Suya ou San Geronimo (III), no sul do Arizona. Pesquisadores acreditam que ele tenha permanecido no local por quase 480 anos, protegido pelo solo de uma estrutura espanhola em ruínas.

Deni Seymour, principal autor do estudo sobre o achado, destacou a singularidade da descoberta. “Nenhuma arma de fogo da Expedição Coronado havia sido encontrada até então. Isso faz dela uma peça histórica sem precedentes nos Estados Unidos continentais”, afirmou em entrevista ao Gizmodo.

A análise do artefato revelou que ele foi produzido em meados ou no final dos anos 1400, tornando-se obsoleto para os padrões da época da expedição. Apesar disso, sua portabilidade e versatilidade o tornavam ideal para os desafios enfrentados pela equipe de Coronado.

Características da arma

Pesando aproximadamente 18 quilos e com cerca de 1 metro de comprimento, o canhão de parede era compacto e fácil de transportar. Ele podia ser montado em diferentes suportes, como garfos de árvores, selas ou tripés, adaptando-se rapidamente às necessidades do grupo.

Os pesquisadores destacaram que essa flexibilidade o tornava crucial para a expedição. O canhão era usado tanto para destruir barreiras, como paredes de madeira ou adobe, quanto para repelir inimigos. Sua carga de pólvora podia ser ajustada para diferentes tipos de alvos, ampliando ainda mais sua utilidade.

Preservação e mistérios do artefato

O estado de conservação da arma é considerado notável. A corrosão mínima sugere que as condições específicas do sítio arqueológico de San Geronimo (III) ajudaram a proteger o artefato ao longo dos séculos.

Além disso, há indícios de que o canhão tenha sido fabricado no México ou no Caribe, em vez de na Espanha, o que adiciona uma camada de mistério ao achado. Esse detalhe pode revelar mais sobre as redes de produção e distribuição de armas na era colonial.

Significado histórico

Embora a expedição de Coronado não tenha alcançado seus objetivos de encontrar riquezas, a descoberta desse canhão de parede fornece informações valiosas sobre a história inicial das armas de fogo nas Américas.

A jornada enfrentou inúmeros desafios, incluindo conflitos com povos indígenas e dificuldades logísticas. Ao retornar à Cidade do México em 1542, Coronado trazia poucos resultados concretos, mas sua incursão deixou marcas significativas na história da exploração europeia no continente.

Este canhão, agora identificado como o mais antigo do país, é um símbolo tangível desse período de grandes descobertas e conflitos. Ele não apenas reflete a tecnologia militar da época, mas também a complexidade das interações culturais e sociais nas fronteiras do Novo Mundo.

A descoberta reforça a importância de investigações arqueológicas em áreas de relevância histórica, permitindo que fragmentos de histórias esquecidas venham à tona. Como peça única, o canhão de parede oferece um vislumbre da complexa herança deixada pelas primeiras expedições europeias nas Américas.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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