Em tempos de alta instabilidade do mercado financeiro, a plataforma de investimentos XP anunciou a redução de 11% do quadro de funcionários no primeiro trimestre de 2023.
O que representa uma diminuição de 782 colaboradores, conforme balanço apresentado nesta segunda-feira, dia 15. A medida se deu em decorrência da alta taxa de juros que desestimulou a demanda dos investidores por ativos de maior risco e pressionou negócios de tecnologia.
A XP encerrou o mês de março com 6.146 colaboradores, contra 6.928 em dezembro de 2022. Segundo a empresa, um fator que contribuiu para a redução do quadro de funcionários foi o aumento da eficiência por meio do aumento da digitalização de suas operações.
Além disso, um excesso de contratações ocorridas durante a pandemia também foi citado entre as razões para a diminuição no número de trabalhadores. “A XP Inc. demonstrou humildade ao reconhecer alguns excessos cometidos ao longo da pandemia, e agilidade com capacidade de execução para recolocar sua estrutura de custos onde deveria estar, como deveria ser em qualquer empresa de donos”, afirmou Bruno Constantino, sócio e diretor financeiro da XP Inc.
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O CEO da XP, Thiago Maffra, destacou que as perspectivas macro no Brasil permanecem desafiadoras.
Segundo ele, a plataforma de investimentos tem enfrentado um ambiente de alta taxa de juros semelhante ao observado em outras economias mundiais. Maffra acrescentou que a reestruturação dos custos é fundamental para que a XP se mantenha competitiva e alcance seus objetivos.
Durante a teleconferência que aconteceu para comentar os resultados, Maffra informou que a XP não prevê cortes adicionais no quadro de colaboradores. Entretanto, o executivo informou que o episódio envolvendo a recuperação judicial da Americanas impactou negativamente o mercado de capitais e o crédito corporativo, pressionando a atividade da assessoria financeira, uma vez que muitos investidores estão mantendo seus recursos em produtos líquidos de baixo risco enquanto aguardam a melhora de cenário.
A XP apresentou um lucro líquido de R$ 796 milhões no primeiro trimestre do ano, o que representa uma queda de 7% na comparação com o mesmo período do ano passado. Analistas esperavam, em média, um lucro líquido de R$ 800,8 milhões no período, segundo dados da Refinitiv.
Já a captação líquida da plataforma registrou queda de 65%, totalizando R$ 16 bilhões, enquanto a receita líquida ficou estável na comparação anual, totalizando R$ 31 bilhões. Para Maffra, frente ao nível elevado de incertezas no mercado, dificilmente o ritmo de captações deve retomar padrões vistos no passado recente.