As empresas Econowind e Hartel Shipping & Chartering fecharam parceria para o desenvolvimento de um navio com tecnologia que poderá dar um novo rumo a sustentabilidade no setor marítimo.
No caminho rumo ao transporte sem emissões de CO₂, o setor marítimo, considerado um dos mais difíceis de descarbonizar, pode aproveitar uma das formas mais puras de energia: o vento. A energia eólica pode ser a chave para impulsionar a transição dos navios de transporte para operações com foco na sustentabilidade. Enquanto algumas empresas já estão utilizando embarcações de madeira equipadas com velas para transportar mercadorias como antigamente, outras empresas buscam combinar as velas com tecnologias de propulsão.
A Hartel Shipping & Chartering, ao lado da Econowind, é uma das empresas do setor marítimo testando esse modelo de inovação.
Embarcação contará com potência de 759 kW
A empresa está desenvolvendo três navios que unem um trem de força a diesel e elétrico com uma nova tecnologia de velas chamado de VentiFoil. Desenvolvido pela Econowind, o conceito é uma versão futurista e mais eficiente das velas antigas, a novidade é definida como uma asa de sucção não rotativa com respiradouros e ventilador interno. Basicamente é um tipo de vela dobrada que pode girar em torno de seu próprio eixo.
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Todos serão cargueiros e visam atuar em operações em regiões costeiras, normalmente fazendo operações de curta duração. A potência principal das embarcações no setor marítimo será disponibilizada por dois motores elétricos que geram 759 kW no total, o suficiente para mover os gigantes de 89,4 metros com capacidade de carregar 5.530 metros cúbicos de mercadoria a bordo.De acordo com a Econowind, a configuração de motores, sozinha, já possui capacidade para gerar uma economia de 35% em gasto com combustível.
A Hartel afirma que a primeira embarcação já está quase toda finalizada para receber o VentiFoil, que corta o consumo de combustível em mais de 12%. No fim, os navios podem navegar com quase 50% menos emissões de gases na atmosfera.
Noruega lança o primeiro navio de carga elétrico
Além da nova tecnologia da Econowind, a Noruega realizou a primeira viagem do Yara Birkeland em novembro do ano passado. Trata-se do primeiro navio de carga elétrico e autônomo do mundo. O primeiro-ministro do país, Jonas Gahr Store, estava presente para testemunhar a inauguração.
Desde então, o Yara Birkeland passará dois anos realizando viagens de teste que já serão também operações comerciais. Elas serão tripuladas, entretanto, a ideia é reduzir gradativamente o número de pessoas a bordo até que a autonomia do navio esteja assegurada.
Conseguindo carregar 120 contêineres, este novo navio com alta tecnologia fez uma rota de uma fábrica de fertilizantes na cidade de Porsgrunn até o porto de Brevik, a cerca de 10 km de distância. Não foi algo simples, tendo em vista a inovação no setor marítimo teve que enfrentar as correntes marítimas e um fiorde estreito, passar sob duas pontes, disputar espaço com outras embarcações, entre outros obstáculos.
Embarcação evita mais de 1 mil toneladas de CO2 por ano
O navio possui 80 metros de comprimento e pesa 3,2 mil toneladas. Com sua operação transportando fertilizantes, ele substituirá cerca de 40 mil viagens de caminhão por ano, evitando a emissão de 1 mil toneladas de CO2 anuais.
A propulsão do navio ficará a cargo de 8 compartimentos de baterias que dão ao barco capacidade de 6,8 MWh, o equivalente a 100 carros Tesla. Projetado desde 2017, o veículo do setor marítimo é fruto da soma de esforços entre a Yara, produtora de fertilizantes, a Massterlys, que atua na operação, e a Vard, que atuou na construção do navio.