O CEO e outros executivos da Petrobras disseram que não houve mudanças na política de preços dos combustíveis e que continua a seguir indicadores
Executivos da Petrobras apresentaram ontem, segunda-feira (dia 27), em uma entrevista coletiva convocada às pressas, explicações sobre a formação do preço dos combustíveis, cuja alta foi mencionada mais cedo pelo presidente Jair Bolsonaro em cerimônia em Brasília como um dos fatores que alimentam a inflação. O diretor-executivo de comercialização e logística, Cláudio Mastella disse que a Petrobras está avaliando elevar preços de combustíveis em suas refinarias. Leia ainda esta notícia: Combustíveis – Petrobras diz que novos concorrentes nas refinarias de petróleo podem ajudar na redução do valor aos consumidores
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Possível aumento dos combustíveis
Mastella, executivo da Petrobras pontuou que, nos últimos meses, houve mudanças significativas no mercado internacional, mas que grande parte delas foi compensada por flutuações do câmbio no sentido contrário. No entanto, uma redução de oferta de petróleo, especialmente nos Estados Unidos, e uma perspectiva de elevação da demanda internacional de energéticos tem puxado os valores para cima. “Em função disso, a gente está olhando com mais carinho, com cuidado, a possibilidade de reajuste nos combustíveis sim”, disse Mastella.
“Pontualmente os preços estão sim defasados, em parte, de alguns derivados, o que significa que a gente está, sim, avaliando um ajuste dos preços. Essa avaliação é interna, técnica, depende de uma análise dos cenários… a gente não toma decisão baseada em como está instantaneamente a defasagem de preços, mas sim nessa defasagem e na expectativa de evolução dela ou de manutenção dela.” O diretor ressaltou que há atores atualmente realizando importações ao Brasil, em uma sinalização de que os preços da Petrobras não estão “descolados” do mercado.
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A Petrobras anunciou hoje (28/09) que fará ajuste no preço do diesel
Em comunicado publicado hoje pela manhã, a Petrobras divulgou que após 85 dias com preços estáveis, nos quais a empresa evitou o repasse imediato para os preços internos devido à volatilidade externa causada por eventos conjunturais, a Petrobras realizará ajuste no preço do diesel A para as distribuidoras.
Segundo a estatal, esse ajuste é importante para garantir que o mercado siga sendo suprido em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros produtores, além da Petrobras. Reflete parte da elevação nos patamares internacionais de preços de petróleo e da taxa de câmbio. Desta forma, a partir de quarta-feira (29/09), o preço médio de venda de diesel A da Petrobras, para as distribuidoras, passará de R$ 2,81 para R$ 3,06 por litro, refletindo reajuste médio de R$ 0,25 por litro.
Confira ainda esta notícia: Vendas de refinarias da Petrobras podem atrasar, em consequência do risco de interferência nos preços dos combustíveis
Em entrevista concedida à epbr, o diretor executivo de Exploração e Produção da Petrobras, Fernando Borges ressalta que o risco de interferência nos preços dos combustíveis é um fator que tem atrasado a venda das refinarias da Petrobras. O executivo diz que é preciso preservar a competitividade da indústria de óleo e gás, o que passa pela liberdade na formação de preços.
Fernando Borges, além de defende que é preciso preservar a competitividade da indústria de óleo e gás, o que passa pela liberdade na formação de preços, diz também pela manutenção da política de conteúdo local vigente e de participação governamental, que inclui a tributação e os royalties baseados no valor da produção. O diretor executivo ainda cita que é um dos riscos que não está tornando fácil a Petrobras vender suas refinarias. Esse histórico de interferência no Brasil é longo e, quando se tem alternância de governo, pode ter um outro que acha que é a solução controlar preço.
Ele ainda cita que a percepção no mercado é que, de fato, o risco afeta o valor das refinarias. Das oito unidades à venda, a Petrobras fechou uma – a RLAM, na Bahia – e decidiu reiniciar a concorrência pela Repar, no Paraná, justamente porque as propostas ficaram muito abaixo do esperado.