Egito monta satélite com ajuda chinesa e Brasil avança no monitoramento ambiental com tecnologia CBERS
As parcerias espaciais da China estão redefinindo os rumos da cooperação internacional. O país asiático já assinou quase 200 acordos espaciais com mais de 50 países, fortalecendo setores como satélites, exploração lunar e monitoramento ambiental.
Egito conquista capacidade própria de montagem de satélites
Um exemplo emblemático vem do Egito, que em dezembro de 2023 lançou o MISRSAT-2 com tecnologia chinesa. O satélite foi projetado em conjunto por engenheiros dos dois países e montado na Cidade Espacial Egípcia, um complexo financiado com assistência técnica e financeira da China.
Essa estrutura tornou o Egito o primeiro país africano com capacidade completa de montagem e testes de satélites, o que representa um salto estratégico para todo o continente africano.
O satélite já fornece imagens de alta resolução que auxiliam:
- o planejamento urbano do Cairo e de outras cidades;
- o monitoramento de plantações e gestão da água no Vale do Nilo;
- o desenvolvimento de infraestrutura estratégica, alinhado à Visão 2030 do país.
Brasil se beneficia com tecnologia CBERS
No Brasil, a longa cooperação sino-brasileira no projeto CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) tem gerado impacto direto no meio ambiente. Os satélites CBERS, seis no total desde 1988, monitoram o desmatamento em tempo real no Pará, ajudando a coibir a mineração ilegal e o corte clandestino de madeira.
Os dados dos satélites têm aplicações técnicas e estratégicas:
- apoio à agricultura de precisão;
- controle de recursos hídricos e florestais;
- mapeamento geológico e resposta a desastres naturais, como incêndios e inundações.
Parcerias espaciais da China têm alcance global
O modelo de colaboração da China na área espacial se diferencia por incluir:
- transferência de tecnologia, como no caso do Egito;
- uso civil de dados satelitais, como no Brasil;
- investimentos em infraestrutura e treinamento técnico em países em desenvolvimento.
A expansão do programa espacial chinês não se resume à presença em órbita. Ela também está moldando o futuro da observação da Terra, da conectividade global e da diplomacia tecnológica.