Planos de desinvestimentos na área de refino fazem a Petrobras reavaliar o acordo com os chineses nas obras do Comperj
O acordo assinado em outubro do ano passado, entre a Petrobras e a chinesa CNPC para construção da refinaria do Comperj, em Itaboraí (RJ), corre sério risco por estar em desalinho com a linha de raciocínio do presidente da estatal brasileira.
Internamente é sabido por todos que o novo modelo a ser adotado é de desinvestimentos e menor participação na área de refino e o pré acordo com os chineses, assinado sob a gestão dos ex-presidentes da companhia, Pedro Parente e Ivan Monteiro estão hoje em desacordo com o que pensa o atual presidente Roberto Castello Branco.
Pelo acordo com os chineses, a CNPC ficaria com 20% da joint venture a ser formada para conclusão e operação do primeiro trem (módulo) da refinaria do Comperj, que terá capacidade para processar 165 mil barris/dia de petróleo.
Até hoje ainda não foi definido o acordo definitivo da sociedade devido a estudos de viabilidade e de planejamento que se arrastam desde julho de 2017.
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Roberto Castello Branco já deu declarações de que não pretende vender fatias pequenas das refinarias e que seu pensamento é que se vender, venderá 100%.
O projeto original de desinvestimentos da antiga gestão de Pedro Parente previa a venda de 60% dos polos regionais do Sul e do Nordeste, mas isto também será revisto pelo atual presidente que não compactua com esse pensamento e que quer definir o novo modelo ainda neste semestre.
O Comperj
Na segunda feira (18/03) o presidente da Estatal e o governador do estado do Rio de janeiro, Wilson Witzel, estiveram reunidos para somar esforços na retomada das obras do Comperj e o governador disse que dará todo o apoio que for necessário.
Chegando-se a um acordo sobre a retomada das obras do Comperj, a Petrobras acredita necessitar de mais dois anos para finalizar as obras, que hoje estão com 80% concluídas e foram interrompidas em 2015.
O Comperj consumiu investimentos da ordem de US$ 13 bilhões e a Petrobras condicionou a retomada das obras á entrada de um sócio, pois acredita-se que ainda sejam necessários cerca de US$ 13 bilhões para finalizar o projeto.
Hoje a Petrobras toca sozinha as obras de conclusão da (UPGN) Unidade de Processamento de Gás Natural do Comperj e já gastou cerca de R$ 1,95 bilhão no empreendimento.
A Petrobras quer faturar aproximadamente US$ 40 bilhões em venda de ativos de refino e o pensamento é ficar com apenas 50% do controle deste segmento.