Frios extremos, ondas de calor, avanço do mar. Vidas em extinção e economia em colapso. O que pode ser pior do que esses possíveis cenários que só de imaginar já dão dimensão do quanto são trágicos? O que parece cenas de filme de fim do mundo é, na verdade, para onde a humanidade está caminhando, segundo a ONU.
O anúncio de uma “catástrofe climática” foi do ministro britânico e encarregado pela 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26), Alok Sharma, como um último aviso. A chegada da conta de anos de dependência dos combustíveis fósseis como o petróleo e gás. Apesar de várias alternativas como as energia renováveis, a exemplo da energia solar e eólica.
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A COP26 é um encontro anual. Em 2021 começa no dia primeiro de novembro). E faz parte da Convenção Quadro da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, reunindo 197 nações para discutir as mudanças climáticas e como os países pretendem fazer para combatê-la.
Mundo só tem até 2030 pra reduzir dependência de combustíveis fósseis
Em setembro de 2015, representantes dos 193 países-membros da ONU se reuniram em Nova York adotarem o documento “Transformando o Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável” (A/70/L.1). As nações comprometeram-se a adotar práticas em relação ao desenvolvimento sustentável sem combustíveis fósseis.
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Apesar da incredulidade de especialistas do setor de petróleo e gás, a meta é reduzir a dependência dos fósseis em todos os setores da economia, pois seria os combustíveis provenientes de fósseis o principal causador do aquecimento global.
Para Alok Sharma, dizer que o planeta está na beira de uma catástrofe climática é que “não há outra palavra para isso” e que a COP26, que vai acontecer na Escócia, estaria entre as últimas chances de limitar o aquecimento global e salvar vidas. A entrevista aconteceu ao jornal britânico The Observer.
Temperatura não para de crescer e acelera catástrofe climática
Ainda segundo Alok Sharma, um dos líderes da ONU, anunciar uma catástrofe climática é, portanto, o aviso mais forte de que o comportamento humano e falta de práticas para adotar as energias renováveis estão acelerando o aquecimento global de forma preocupante. “Não podemos esperar dois anos, cinco anos, 10 anos. Este é o momento”, comentou.
Mesmo com a pandemia, houve um aumento da temperatura média de 1,25 ºC em relação à era pré-industrial, o maior já registrado. O ano de 2020 já tinha sido o mais quente da história ao lado de 2016, segundo o Programa de Observação da Terra da União Europeia.
De acordo com a ONU, a temperatura média do planeta no período entre 2021 e 2025 está no caminho para se tornar a maior desde o quinquênio 2016-2020.
O estudo, que reúne dados dos principais modelos de projeção climática do mundo, diz que a probabilidade de que a média dos próximos cinco anos seja superior à dos últimos cinco já é de 80%.
No Brasil, o desmatamento acumulado entre agosto de 2020 e julho de 2021 na Amazônia já é o terceiro maior da série histórica, iniciada em 2015, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ligado ao Ministério da Ciência.
O mês de julho fechou com 1.417 km2 de desmatamento na Amazônia. Pará e Amazonas ocupam o primeiro e o segundo lugar nesse triste ranking entre os estados mais atingidos, com 498 km2 e 402 km2, respectivamente.
A relação do desmatamento com a seca e o aumento da dependência dos combustíveis fósseis
O Brasil enfrenta a maior crise hídrica dos últimos 90 anos. A seca que afeta os reservatórios que servem de produção de energia elétrica, tem a ver com a derrubada de árvores na floresta amazônica.
Quantos menos árvores no processo de absorção de chuvas do atlântico e emissão da umidade para precipitação, naturalmente faltam nuvens carregadas de chuvas para abastecer os reservatórios. Ou seja, o ser humano pouco adota as energias solar e eólica e ainda causa danos à natureza.
Para que não haja apagão, as hidrelétricas têm que ser acionadas para fornecer energia ao país. O problema é que elas precisam de combustíveis fósseis para funcionar. A dependência do petróleo continua de formar relevante. E assim temos que refletir: é possível zerar a emissão de gases poluentes até 2030 ou a catástrofe climática é mais certa de acontecer?