1. Início
  2. / Curiosidades
  3. / O navio que é uma cidade: conheça o Symphony of the Seas, um dos maiores cruzeiros do mundo, com capacidade para mais de 6 mil pessoas e maior que a Torre Eiffel
Tempo de leitura 7 min de leitura Comentários 1 comentários

O navio que é uma cidade: conheça o Symphony of the Seas, um dos maiores cruzeiros do mundo, com capacidade para mais de 6 mil pessoas e maior que a Torre Eiffel

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 16/05/2025 às 09:52
O navio que é uma cidade: conheça o Symphony of the Seas, o maior cruzeiro do mundo, com mais de 9 mil pessoas a bordo
SBW-Photo / Divulgação

Inaugurado em 2018, o Symphony of the Seas consolidou o domínio da Royal Caribbean no mercado global de cruzeiros. Com 362 metros de comprimento e capacidade para mais de nove mil pessoas a bordo, ele não é apenas um dos maiores cruzeiros do mundo: é um projeto de engenharia naval que redefiniu o que se entende por transporte marítimo de passageiros.

A Royal Caribbean International entregou ao mundo, em março de 2018, o Symphony of the Seas, uma embarcação que se tornou imediatamente um dos maiores cruzeiros do mundo em tonelagem, capacidade e dimensão física. Com 228 mil toneladas de arqueação bruta, 362 metros de comprimento e mais de 65 metros de largura, ele é mais comprido do que a Torre Eiffel é alta, e sua largura equivale a quase um quarteirão urbano.

O Symphony foi construído no estaleiro Chantiers de l’Atlantique, em Saint-Nazaire, na França, e faz parte da classe Oasis — a maior série de navios de passageiros já desenvolvida até hoje. A obra consumiu mais de três anos de trabalho, envolvendo milhares de engenheiros, operários e técnicos especializados. O custo estimado da embarcação ultrapassa US$ 1,35 bilhão. Conheça o navio que consome 300 mil litros de combustível por dia – e mesmo assim é mais eficiente que um avião.

Projetado para comportar até 6.680 passageiros, distribuídos em 2.759 cabines, o navio também opera com uma tripulação de aproximadamente 2.200 pessoas. Em pleno funcionamento, o Symphony of the Seas abriga uma população superior à de cidades como Gramado (RS) ou Tiradentes (MG), funcionando com total autonomia por semanas, o que justifica a expressão frequentemente usada para descrevê-lo: um navio que é uma cidade.

Dia
Xaomi 14T Pro tá um absurdo de potente e barato! Corre na Shopee e garanta o seu agora!
Ícone de Episódios Comprar

Conheça os bairros flutuantes do Symphony of the Seas, um dos maiores cruzeiros do mundo

YouTube Video

Um dos conceitos que diferenciam o Symphony of the Seas de qualquer outro cruzeiro é a organização de seus espaços internos. A Royal Caribbean adotou um modelo inspirado na lógica urbanística das cidades modernas, dividindo a embarcação em sete “neighborhoods” ou bairros temáticos.

Cada um desses bairros tem função, estética e público específicos. O Central Park, por exemplo, é um jardim a céu aberto com mais de 20 mil plantas vivas, árvores e arbustos mantidos por um sistema automatizado de irrigação e controle climático. O Boardwalk simula um calçadão de praia, com carrossel, lojas e restaurantes. O Royal Promenade atua como centro comercial e social, enquanto a Youth Zone concentra áreas voltadas ao público infantil e adolescente.

Essa setorização facilita a mobilidade de milhares de pessoas e contribui para reduzir a sensação de superlotação, distribuindo o fluxo de visitantes por áreas distintas e tematicamente planejadas. O resultado é uma experiência de navegação com organização espacial semelhante à de uma pequena metrópole.

Symphony of the Seas e a engenharia por trás de um dos maiores cruzeiros do mundo

A operação de um navio com mais de 9 mil pessoas a bordo exige soluções de engenharia equivalentes às utilizadas em plataformas offshore ou em grandes navios de guerra. O Symphony of the Seas é equipado com um sistema de propulsão diesel-elétrico composto por seis motores Wärtsilä e três propulsores azimutais ABB. Esses motores são capazes de gerar até 100.000 kW de potência, permitindo uma velocidade de cruzeiro de 22 nós, aproximadamente 41 km/h — desempenho notável para uma estrutura desse porte.

O casco do navio foi desenvolvido com perfil hidrodinâmico otimizado e incorpora um sistema de liberação de microbolhas sob a linha d’água, que reduz o atrito com o mar e melhora a eficiência energética. O consumo de combustível é monitorado em tempo real por sensores distribuídos ao longo da quilha e nos compartimentos de propulsão.

No aspecto ambiental, o Symphony adota soluções de última geração. Toda a iluminação do navio é feita por sistemas LED, e o tratamento de água é realizado por unidades de dessalinização a bordo, capazes de produzir até dois milhões de litros de água potável por dia. Os resíduos sólidos são separados, processados e reciclados por sistemas autônomos, e o esgoto é tratado antes do descarte, respeitando normas internacionais da IMO (International Maritime Organization).

Entretenimento de grande escala: do teatro ao simulador de surfe

Uma cidade precisa de serviços e lazer. Um navio que se propõe a funcionar como cidade flutuante não poderia ser diferente. O Symphony of the Seas dispõe de uma estrutura de entretenimento que rivaliza com parques temáticos em terra firme. Há dois teatros de grande porte, sendo o principal deles voltado a musicais licenciados da Broadway, como “Hairspray”, com produção profissional e capacidade para mais de 1.300 espectadores por sessão.

A embarcação também conta com o AquaTheater, um anfiteatro aquático ao ar livre na popa, onde ocorrem espetáculos de mergulho sincronizado e acrobacias. O espaço é equipado com piscinas de profundidade variável, plataformas móveis e sistemas de som imersivo.

Além dos teatros, o navio oferece tirolesa, duas paredes de escalada de 13 metros, pista de patinação no gelo, campos de esportes e o Ultimate Abyss — um escorregador seco que se estende por dez andares de altura. Para os que buscam experiências tecnológicas, há dois simuladores FlowRider, que permitem aos passageiros surfar em ondas artificiais.

O Bar Bionic, onde braços robóticos preparam e servem drinks sob comando digital, é outro exemplo da integração entre entretenimento e automação. Essa experiência, embora lúdica, é construída sobre tecnologias industriais aplicadas ao setor de hospitalidade.

Um sistema logístico digno de um aeroporto internacional

Administrar um navio como o Symphony exige uma cadeia de suprimentos e logística equivalente à de um aeroporto de grande porte. As cozinhas centrais operam 24 horas por dia e são abastecidas com mais de 300 toneladas de alimentos por semana. Os 22 restaurantes e 42 bares operam com cardápios rotativos que atendem a uma população altamente diversificada em cultura, idioma e restrições alimentares.

O armazenamento é feito em câmaras refrigeradas, compartimentos secos e salas pressurizadas localizadas abaixo do convés principal. Sistemas de RFID controlam estoques em tempo real, com abastecimento realizado em portos estratégicos, como Miami e Barcelona, por meio de protocolos rígidos de segurança alimentar.

O Symphony também conta com sistema de lavanderia industrial, usinas de energia interna e departamentos hospitalares equipados com salas de cirurgia, leitos de UTI e capacidade para atendimento de emergência. O controle de multidão é feito por um software proprietário da Royal Caribbean, que monitora o fluxo de passageiros por geolocalização em tempo real, permitindo ajustes operacionais dinâmicos em áreas de alto tráfego.

Roteiros, terminais e operação global

Desde sua estreia, o Symphony of the Seas alterna entre o Caribe e o Mediterrâneo. Suas principais rotas partem de Miami, nos Estados Unidos, ou de Barcelona, na Espanha, com escalas em destinos como Bahamas, Cozumel, San Juan, Nápoles, Civitavecchia (Roma) e Marselha. Cada roteiro dura, em média, sete noites, com opções que podem chegar a 12 dias.

A Royal Caribbean investiu em infraestrutura portuária para facilitar a operação do navio. Em PortMiami, foi inaugurado o Terminal A, uma instalação dedicada que permite o embarque e desembarque de mais de seis mil passageiros em menos de três horas, com sistemas de biometria, check-in por aplicativo e embarque por reconhecimento facial.

O Symphony tornou-se também uma vitrine para a indústria naval. Estaleiros, universidades e órgãos reguladores acompanham de perto seus indicadores de eficiência energética, gerenciamento de bordo e impacto ambiental, já que suas soluções tendem a antecipar os próximos passos da navegação comercial e turística.

O Symphony of the Seas redefine o conceito de navio que é uma cidade

O Symphony of the Seas é, por méritos técnicos e operacionais, um um dos maiores cruzeiros do mundo. Mas mais do que seus números — que já impressionam por si só —, o que o torna singular é sua proposta de ser uma cidade navegável. Um espaço onde moradia, trabalho, cultura e lazer coexistem com o mesmo grau de complexidade de um centro urbano moderno, mas sob condições marítimas.

Sua existência é um marco para a engenharia naval, mas também um estudo de caso em gestão urbana, automação, sustentabilidade e hospitalidade em larga escala. Ao navegar, o Symphony não apenas cruza oceanos: ele atravessa fronteiras entre terra e mar, entre arquitetura e engenharia, entre turismo e urbanismo. Ele é, efetivamente, um navio que é uma cidade — e talvez, em breve, um modelo para outras que ainda serão criadas.

Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo
Inscreva-se
Notificar de
guest
1 Comentário
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Maria
Maria
20/05/2025 00:42

Tive a oportunidade de viajar nele em Julho de 2018. É maravilhoso! Gostaria de fazer outras viagens com a Royal Caribbean.Ja viajei também no Oasis. É muito bom viajar em um navio completo como esses

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x