Este é considerado o combustível do futuro, pois trata-se de uma tecnologia que usa a corrente elétrica para separar o hidrogênio do oxigênio existente na água capaz de produzir energia.
Pelo menos três grandes projetos de hidrogênio verde estão engatilhados na região Nordeste que vão impulsionar o Brasil para um patamar elevado na produção dessa tecnologia inovadora. Esta semana, a primeira molécula de H2V do país foi apresentada no Complexo Termelétrico do Pecém, localizado em em São Gonçalo do Amarante, na Região Metropolitana de Fortaleza (CE). Já em Camaçari (BA), uma fábrica da Unigel será instalada, sendo a primeira das três fases da obra com previsão de inauguração ainda este ano. Pernambuco também está na corrida do “ouro verde” através do Porto de Suape.
São fatos históricos para a geração de energia limpa para veículos e insumo em indústrias como siderurgia e refino de petróleo. Para o projeto de Pecém (o primeiro da América Latina) foram investidos mais de R$ 42 milhões. Essa é uma aliança da EDP Brasil, juntamente com parceiros estratégicos, com o apoio do Governo Federal e do Ceará. Estiveram presentes durante o evento de lançamento da primeira molécula de hidrogênio verde autoridades como o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o governador cearense, Elmano de Freitas, o CEO da EDP Brasil, João Marques da Cruz, o embaixador de Portugal no Brasil, Luís Faro Ramos.
A planta de hidrogênio verde da EDP é um projeto de Pesquisa & Desenvolvimento da UTE Pecém. O projeto contempla uma usina solar com capacidade de 3 MW, além de um módulo eletrolisador com tecnologia de ponta para produção do combustível renovável, capaz de produzir 250 Nm3/h do gás.
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Já a fábrica da Bahia terá capacidade de produção de 10 mil toneladas por ano de hidrogênio verde e de 60 mil toneladas por ano de amônia verde. Serão investidos cerca de US$ 1,520 bilhões, com expectativa de diversos novos empregos. A projeção é de que a amônia verde seja usada como combustível, em especial por graneleiros e navios porta contêineres.
Em Pernambuco, o Porto de Suape já demonstrou interesse no projeto da empresa francesa Qair para a instalação de uma planta de produção de hidrogênio verde, azul com captura de carbono e amonia. Uma comitiva da companhia visitou o complexo portuário pernambucano ainda em 2021. São previstas duas usinas de dessalinização para aproveitamento da água do mar com 1 GW de capacidade eletrólise, em 16 módulos de 140 MW. O projeto deve tem previsão para começar em 2025.
Por que o Hidrogênio Verde é o combustível do futuro?
No Universo, não existe outro elemento químico mais abundante de que se tenha conhecimento. Ele é formado em combinação com a água, junto ao oxigênio, podendo ainda combinar com o carbono para formar gás, carvão e petróleo. Para que possa ser usado como combustível, precisa ser separado de outras moléculas.
A partir da quebra de moléculas que contenham H2 na composição, é possível obter o H2V. O produto tem matérias-primas renováveis como etanol, o biogás e a vinhaça – um dos resíduos das usinas de cana-de-açúcar. Mas o maior benefício é a possibilidade de obtenção por meio da eletrólise da água.
O hidrogênio verde é fundamental para o cumprimento dos acordos de combate às mudanças climáticas. Até o ano de 2050, a produção de hidrogênio verde deve corresponder a 18% da energia mundial. A projeção do mercado global do setor é de até 2030, a produção anual de H2V será de 90 GW no mundo. O investimento privado na produção dessa tecnologia deve aumentar em seis vezes até 2025, e 16 vezes até 2030, de acordo com projeções de especialistas.