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Mineradora australiana entra em Minas Gerais para abalar o império bilionário dos Moreira Salles e quebrar o monopólio do nióbio

Escrito por Carla Teles de Lima
Publicado em 13/01/2025 às 19:32
Mineradora australiana entra em Minas Gerais para abalar o império bilionário dos Moreira Salles e quebrar o monopólio do NIÓBIO
A entrada da mineradora australiana St. George em Araxá marca o primeiro grande desafio ao domínio absoluto da CBMM no mercado global de nióbio. Esse movimento pode ser o começo do fim de um monopólio que perdurou por mais de seis décadas.

A St. George Mining investe R$ 76 milhões para explorar nióbio em Araxá e desafiar a CBMM, que domina 80% do mercado global do metal essencial para a transição energética. A disputa promete movimentar a economia local e reacender a concorrência em um setor controlado há mais de 60 anos pelos Moreira Salles.

Araxá, a charmosa cidade mineira famosa por suas águas termais e queijos artesanais, está prestes a se tornar palco de um embate épico. De um lado, a St. George Mining, uma mineradora australiana ousada. Do outro, os poderosos Moreira Salles, donos da CBMM, que controlam 80% do mercado mundial de nióbio. Será que os australianos têm o que é preciso para enfrentar esse gigante? Vamos descobrir.

A chegada da mineradora St. George a Araxá

Chegar na cidade onde a CBMM reina absoluta há mais de 60 anos não é para qualquer um. A St. George não apenas se instalou em Araxá, mas também anunciou um projeto ambicioso: extrair 5.000 toneladas de nióbio por ano a partir de 2027. Comparado às 150 mil toneladas anuais da CBMM, parece uma gota no oceano. Mas a mensagem é clara: os australianos querem um pedaço desse mercado valioso.

O nióbio não é apenas mais um metal. Ele é essencial para a transição energética, sendo utilizado na fabricação de baterias, turbinas e materiais de alta resistência. Não é à toa que o governo dos Estados Unidos o considera o segundo metal mais crítico para o futuro. Com 90% das reservas globais localizadas no Brasil, o país está no centro das atenções globais – e Araxá, no olho do furacão.

A força da CBMM no mercado global

Essas são pedras de nióbio em seu estado natural, com um brilho metálico que chama atenção. Esse metal é essencial para criar materiais mais fortes e avançar na transição para energias limpas.
Essas são pedras de nióbio em seu estado natural, com um brilho metálico que chama atenção. Esse metal é essencial para criar materiais mais fortes e avançar na transição para energias limpas.

A CBMM não chegou ao topo à toa. Desde os anos 1950, a empresa lidera o mercado, desenvolvendo tecnologias e garantindo uma base sólida para o nióbio. Seus lucros bilionários não apenas enchem os bolsos dos acionistas, mas também contribuem com cerca de 1% da receita do governo mineiro.

A chegada da St. George traz um sopro de novidade, mas também um desafio para a mão de obra local. Disputar trabalhadores com a CBMM pode aquecer o mercado de empregos, mas também gerar tensão em uma cidade que sempre viveu sob o domínio de um único grande empregador.

A estratégia da mineradora para entrar no mercado

Fundada há 14 anos, a mineradora St. George começou pesquisando metais como lítio e níquel na Austrália, mas nunca chegou a extrair nenhum deles. Agora, com os olhos voltados para o nióbio, a mineradora australiana encontrou em Araxá uma oportunidade de ouro, ou melhor, de metal estratégico.

Enfrentar um monopólio consolidado é como tentar driblar um goleiro experiente em uma final de campeonato. A St. George precisará de capital, tecnologia e estratégias bem delineadas para competir. A empresa deve convencer investidores e moradores locais de que pode realmente entregar resultados.

O futuro do mercado de nióbio

Com a eletrificação avançando e a busca por alternativas aos combustíveis fósseis, metais como nióbio estão mais valorizados do que nunca. Isso coloca Araxá e o Brasil no mapa estratégico da transição energética global.

O Brasil já é líder em nióbio, mas a competição pode trazer benefícios, como inovação tecnológica e maior visibilidade internacional. Se a St. George conseguir uma fatia do mercado, isso pode atrair mais investimentos e solidificar a posição do país como potência em recursos naturais.

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arantesmarcio855@gmail.com
arantesmarcio855@gmail.com
14/01/2025 20:16

Esses governos entregando nossas riquezas… Triste isso!!!

Fleur
Fleur
15/01/2025 08:16

Triste realidade… msis uma das riquezas das nossas Minas Gerais que se vão do país…

Wilton Ferreira da Costa
Wilton Ferreira da Costa
Em resposta a  arantesmarcio855@gmail.com
15/01/2025 08:19

Não podemos entregar tudo aos chineses é necessário haver um diversificação nos investimentos estrangeiros no país.

Carla Teles de Lima

Falo sobre tecnologia, inovação e no setor de petróleo e gás, trazendo conteúdo atualizado e relevante sobre o mercado brasileiro. Todos os dias, compartilho informações sobre oportunidades de trabalho e as principais novidades do setor. Tem uma sugestão de pauta? É só enviar para o meu e-mail: carlatdl016@gmail.com.

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