Rodadas de diálogo avançam entre os blocos econômicos com foco em destravar o acordo e ampliar relações comerciais
O Mercosul e o Canadá intensificaram, na quinta-feira (9 de outubro de 2025), as tratativas para concluir um acordo de livre comércio.
As conversas seguem até sexta-feira (10.out), com o objetivo de atualizar compromissos e estreitar as relações entre o bloco sul-americano e o país norte-americano.
Além disso, negociadores e equipes técnicas dos quatro países-membros do Mercosul — Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai — participam ao lado de representantes canadenses para avaliar avanços, pendências e prioridades.
O encontro ocorre sob coordenação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Também conta com a participação direta do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Entre os principais pontos da pauta estão:
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- Acesso a mercados e regras de origem;
- Facilitação de comércio;
- Barreiras técnicas;
- Medidas sanitárias e fitossanitárias;
- Serviços e investimentos;
- Compras governamentais, propriedade intelectual e meio ambiente;
- Concorrência;
- Apoio a micro e pequenas empresas;
- Trabalho, comércio, gênero e povos indígenas.
Esses temas refletem a busca por acordos modernos e equilibrados, semelhantes aos firmados com Cingapura, União Europeia e EFTA.
O EFTA é um bloco que inclui Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein.
Conforme destacou a Secretaria de Comércio Exterior, esses resultados servem de referência para novas rodadas de atualização.
Eles também reforçam o papel do Mercosul como ator relevante no comércio internacional.
Alternativa às sanções dos EUA
Enquanto isso, o governo brasileiro busca diversificar seus mercados externos diante das tarifas impostas pelos Estados Unidos em agosto de 2025.
No dia 6 de agosto, uma taxa adicional de 40% foi aplicada sobre produtos brasileiros.
Ela atingiu principalmente pescados, frutas, calçados e carne, que passaram a ter sobretaxas de até 50%.
Dessa forma, o diálogo com o Canadá tornou-se uma estratégia alternativa para reduzir os impactos das barreiras norte-americanas.
Em setembro, entre 10 e 12, a ApexBrasil e os ministérios da Indústria e das Relações Exteriores lideraram uma missão empresarial em Toronto.
O propósito foi ampliar o comércio bilateral e fortalecer parcerias estratégicas.
De acordo com o MDIC, as exportações brasileiras ao Canadá atingiram US$ 6,3 bilhões em 2024.
Elas foram impulsionadas por ouro, alumínio, aço, máquinas, aeronaves, equipamentos e café.
Esses produtos seguem entre os principais itens de interesse na nova rodada de negociações.
Continuidade e diplomacia ativa
O governo Lula ressalta que o atual diálogo é resultado da visita do ministro canadense de Comércio Internacional, Maninder Sidhu, ao Brasil em agosto de 2025.
Na ocasião, ele se reuniu com o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB).
O encontro reforçou o comprometimento mútuo em aprofundar relações econômicas.
Assim, o encontro desta semana marca mais um passo diplomático decisivo rumo a um acordo comercial abrangente.
Esse acordo pode fortalecer o Mercosul no cenário global.
Em meio às tensões tarifárias e à busca por novos mercados, o entendimento entre o Mercosul e o Canadá surge como alternativa sólida para diversificar exportações.
Ele também busca gerar competitividade e reforçar o papel do Brasil nas negociações multilaterais.
Afinal, o mundo observa: será este o passo que consolidará o novo eixo do comércio americano?



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