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Japão vai reduzir jornada de trabalho para que trabalhadores possam se concentrar em fazer filhos

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 12/12/2024 às 15:31
Governo de Tóquio anuncia jornada de 4 dias para combater crise de natalidade. Ideia promete transformar o futuro do Japão.
Governo de Tóquio anuncia jornada de 4 dias para combater crise de natalidade. Ideia promete transformar o futuro do Japão.

Em resposta à crise de natalidade, Tóquio vai implementar uma jornada semanal de quatro dias a partir de 2025. A medida busca incentivar a formação de famílias e melhorar a qualidade de vida. A proposta também ecoa no Brasil, onde discussões sobre redução de carga horária ganham espaço. Um desafio global para o futuro do trabalho.

Um país inteiro está repensando seu modelo de trabalho. A ideia, ousada e carregada de controvérsia, não é apenas sobre produtividade ou descanso, mas sobre algo mais profundo: a sobrevivência de uma nação.

Em um momento crítico de sua história, o Japão busca uma solução que não apenas transforme a rotina dos trabalhadores, mas que também encoraje as famílias a crescerem novamente.

O plano é tão inusitado quanto urgente.

No centro dessa mudança está a decisão do governo metropolitano de Tóquio de reduzir a jornada de trabalho para quatro dias semanais.

A medida, anunciada no início deste mês de dezembro, busca frear a crise de natalidade que assola o Japão.

Com uma taxa de nascimentos em queda constante e uma população que envelhece em ritmo alarmante, as autoridades japonesas acreditam que oferecer mais tempo livre pode ajudar os cidadãos a focar na formação de famílias.

Uma crise demográfica sem precedentes

Conforme a Reuters, o Japão registrou em 2023 seu menor número de nascimentos na história recente: pouco mais de 758 mil bebês nasceram, representando uma queda de 5,1% em relação ao ano anterior.

Paralelamente, os casamentos também atingiram um recorde negativo, com apenas 489,2 mil uniões formalizadas — o menor índice em pelo menos 90 anos.

Esses dados alarmantes acendem um alerta vermelho: o país corre o risco de sofrer um colapso populacional.

A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, destacou em discurso na Assembleia Metropolitana que a nova política tem como objetivo criar “um futuro onde tanto homens quanto mulheres possam prosperar”.

Segundo Koike, garantir que mulheres não precisem escolher entre carreira e maternidade é essencial para reverter o cenário atual.

“Continuaremos a revisar os estilos de trabalho de forma flexível”, afirmou a governadora.

Redução da jornada e outras medidas inovadoras

Atualmente, os funcionários do governo metropolitano de Tóquio têm direito a um dia extra de folga a cada quatro semanas.

A nova regra, programada para abril de 2025, transformará essa folga em um dia fixo semanal.

Segundo o Japan Times, o plano também inclui uma opção para pais com filhos pequenos: trocar parte do salário pela possibilidade de sair mais cedo do trabalho.

Essas medidas, embora audaciosas, são uma tentativa desesperada de contornar uma tendência preocupante.

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisa da População e da Seguridade Social, a população japonesa pode encolher cerca de 30% até 2070, passando para 87 milhões de habitantes.

Nesse cenário, quatro em cada dez japoneses terão 65 anos ou mais.

Uma realidade que ecoa no Brasil

Embora pareça distante, o dilema demográfico do Japão oferece uma antevisão do que pode acontecer no Brasil.

Segundo o IBGE, a população idosa também deve se tornar maioria até 2070, com quase 40% dos brasileiros acima de 65 anos.

Essa previsão ressalta a importância de discutir políticas que equilibram produtividade e bem-estar.

Por aqui, propostas similares têm ganhado atenção.

Conforme reportagem do jornal O Globo, a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) apresentou um projeto que sugere a adoção de uma jornada semanal de quatro dias.

A ideia busca alterar o artigo 7º da Constituição e se alinha às tendências globais de flexibilização do trabalho.

Especialistas apontam que reduzir a carga horária semanal pode diminuir o estresse e melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores.

“Agora é o momento de Tóquio tomar a iniciativa de proteger e melhorar as vidas, os meios de subsistência e a economia de nosso povo durante estes tempos desafiadores”, afirmou Yuriko Koike.

O desafio é global

Ainda que o plano de Tóquio seja visto com otimismo, ele não está isento de desafios.

Economistas alertam que a transição para semanas de trabalho reduzidas pode afetar setores produtivos e gerar resistência por parte de empresas.

Além disso, mudar comportamentos culturais profundamente enraizados é uma tarefa complexa.

Por outro lado, conforme demonstram estudos globais, a adoção de jornadas mais curtas pode aumentar a eficiência e a satisfação dos funcionários.

Experiências em países como Islândia e Nova Zelândia mostraram que trabalhadores mais felizes são também mais produtivos.

Com o futuro da sociedade japonesa em jogo, resta saber se essas iniciativas serão suficientes para reverter a crise demográfica e inspirar outras nações a repensarem seus modelos de trabalho.

O que você acha da ideia de uma jornada de quatro dias por semana? Seria possível aplicar algo assim no Brasil? Deixe sua opinião nos comentários!

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Jair
Jair
12/12/2024 19:26

Quanto mais filhos mais salário pra educar eles? Sair mais cedo e ganhar menos como sustentar os filhos?

Brasil Morro Abaixo
Brasil Morro Abaixo
Em resposta a  Jair
12/12/2024 21:27

De fato, ter filhos atualmente é um financiamento de 35 anos (a geração atual é infantilidade e com 35 anos vão ter um cérebro de 12 no futuro), e isso se vê claramente em nosso país, então, é praticamente uma sentença de pobreza e escravidão para os pais que não ter que sustentar. Para o governo de esquerda de **** que temos é ótimo cada família ter 10 filhos, votos e não de obra barata, tudo o que precisam.. e Dale miséria no povo cheio de filhos para sustentar..

João
João
13/12/2024 04:01

As mulheres do Brasil só Kerem ganhar dinheiro e não Kerem ter filhos

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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