Disputa entre potências econômicas chega ao Brasil com impactos diretos em energia, dólar, empregos e alimentos. Entenda o que está em jogo
A guerra comercial entre Estados Unidos e China pode parecer distante, mas ela já está mexendo com o seu bolso. Tarifas, cotas de importação e medidas protecionistas criam um efeito dominó que atinge o Brasil em cheio, principalmente em áreas como exportações, agroindústria, indústria pesada e taxa de câmbio.
Mesmo que você não acompanhe notícias de economia, saiba: essa disputa global já afeta preços de alimentos, produtos importados, investimentos e até o nível de emprego no país.
O que é guerra comercial e por que ela preocupa o Brasil?
A guerra comercial começou com medidas adotadas pelo governo Donald Trump, que impôs tarifas de até 25% sobre produtos vindos da China. Em resposta, outros países, inclusive a própria China, aplicaram taxas sobre itens americanos, criando um clima de instabilidade global.
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No Brasil, o reflexo foi direto: exportações para os EUA passaram a ser taxadas em 10% e, no caso do aço, a tarifa chegou a 25%. Isso reduziu a competitividade dos produtos brasileiros no exterior e acendeu o alerta vermelho em setores estratégicos.
Produtos mais caros e dólar instável: o impacto no dia a dia
Com menos espaço para exportar, muitas empresas brasileiras passam a priorizar o mercado interno. Isso pode causar aumento nos preços de alimentos e bens industriais. Além disso, a instabilidade global leva investidores a buscar segurança no dólar, o que pressiona o câmbio e encarece importações.
Você sente isso no supermercado, no preço de eletrônicos, remédios, peças automotivas e até passagens internacionais. Uma simples tarifa imposta a um país do outro lado do mundo pode encarecer o vinho argentino ou o celular que você queria comprar.
Guerra comercial afeta empregos e desestimula investimentos
Com as barreiras comerciais, indústrias exportadoras brasileiras podem reduzir a produção e, com isso, o número de empregos. O cenário de incerteza também dificulta investimentos de longo prazo, especialmente quando há risco de concorrência com produtos de países que desviam suas exportações para o Brasil.
Empresas chinesas, por exemplo, que enfrentam barreiras nos EUA, podem buscar espaço em países como o nosso, o que aumenta a concorrência com produtos nacionais.
Mas o Brasil também pode se beneficiar?
Sim. Apesar dos riscos, a guerra comercial também abre oportunidades. Se a China compra menos soja americana, pode aumentar a importação da soja brasileira. Produtos brasileiros também podem ganhar mercado nos EUA, se forem mais baratos que os chineses com tarifa.
Além disso, com o real desvalorizado, nossas exportações podem ficar mais competitivas em outros países. Essa é uma chance para diversificar mercados e reduzir a dependência dos EUA e da China.
O que vem pela frente?
Ainda não há sinais claros de que a guerra comercial vá terminar. Mesmo com mudanças de governo nos EUA, as tensões persistem. O Brasil precisa observar o cenário com cautela, buscar acordos comerciais equilibrados e proteger setores sensíveis da economia, como energia, logística, agro e indústria de base.