Em outubro, a ANP irá leiloar 92 blocos de petróleo no estado de Santa Catarina. Petroleiras dos Estados Unidos, Colômbia, França e outros estão na disputa
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) lançou no fim de julho o edital da 17ª rodada de licitações, que vai ofertar 92 blocos exploratórios de petróleo e gás natural, em 7 de outubro. 56 deles estão em Santa Catarina, localizados nas bacias de Pelotas e de Santos, ao longo de 13 municípios do litoral. Diversas gigantes do setor estão na disputa pela extração. Veja ainda esta notícia: Governo de Santa Catarina inicia projeto para investir e realizar obras em ferrovias do estado
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Petroleiras que estão interessadas no leilão da ANP
A última companhia inscrita para a 17ª Rodada de Licitações de Blocos de petróleo e gás natural é a australiana Karoon Petróleo e Gás Ltda. Já estão na concorrência a Petrobras, Chevron Brasil Óleo e Gás Ltda (EUA), Shell Brasil Petróleo Ltda (anglo-holandesa) TotalEnergies EP Brasil Ltda (francesa), Ecopetrol Óleo e Gás do Brasil Ltda (Colômbia) e Murphy Exploration & Production Company (EUA).
O leilão está marcado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) para o dia 7 de outubro e irá ofertar 92 blocos com área total de 53,93 mil km². Os blocos estão localizados em quatro bacias sedimentares marítimas brasileiras: Campos, Pelotas, Potiguar e Santos. A Bacia de Pelotas é voltada para o litoral catarinense. O bloco mais próximo está à distância de 90 quilômetros da costa, e o mais longe, a 200 quilômetros.
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Extração de petróleo em Santa Catarina pode render bilhões de reais, porém ambientalistas apontam possíveis impactos
No mês de outubro, a ANP (Agência Nacional de Petróleo), irá realizar o seu 17º leilão para dezenas de blocos de exploração no litoral do estado de Santa Catarina. Técnicos do assunto, entretanto, dizem que não há motivos para que deixemos de utilizar essa matriz energética e que pode render bilhões de reais em royalties. Já as entidades ambientais traçam o pior cenário com a possibilidade da extração de petróleo em águas catarinenses. Apontam demissões em massa, comprometimento da indústria pesqueira e do turismo.
Pedro Rodrigues, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, explicou que o petróleo hoje tem uma tecnologia avançadíssima. Não é mais aquela imagem de uma bomba no meio do deserto jorrando óleo para tudo quanto é lado. Hoje existem normas bem exigentes e as regras precisam ser cumpridas e feitas as suas compensações. Trata-se de uma riqueza que precisa ser explorada. Se não usamos isso hoje, iremos perder essa riqueza embaixo da terra.
Técnicos do segmento de petróleo e ambientalistas debatem sobre a exploração, em Santa Catarina
Daniel Bettú, professor do Departamento de Engenharia de Petróleo da Udesc, em Balneário Camboriú, diz que a demanda pela extração de petróleo ainda irá crescer nos próximos 20 anos e que há necessidade de ampliar a produção em 20%, inclusive para a confecção de insumos para a operação de energias limpas e sustentáveis. O petróleo, de fato, não é a energia do futuro. Investir em matrizes energéticas renováveis é o caminho. Mas, se há mercado para os próximos 20 anos, não há por que abrir mão dessa riqueza cujos recursos podem estar carimbados para saneamento, saúde e educação, por exemplo.
A coordenadora da Frente Parlamentar Ambientalista de Santa Catarina, deputada Paulinha, diz que a tradicional pesca da tainha pode acabar no litoral de Santa Catarina e o turismo de praia será comprometido. Segundo ela “Além do fato de não haver os estudos necessários, até o momento nenhuma audiência pública foi realizada com a população de Santa Catarina e do litoral sul sobre a extração de petróleo”. A parlamentar ainda diz que os estudos são inexistentes, análises de Bacias Sedimentares, impactos ambientais e planos de contingência adequados. É temerário leiloar as áreas sem referências técnicas prévias. Mesmo que não haja um vazamento, a contaminação será inevitável, e não se sabe qual o tamanho dos danos e prejuízos que o litoral de Santa Catarina sofrerá.