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Estudo sugere uma construção monumental que permitirá a ligação entre a Europa e os Estados Unidos, eliminando a principal desvantagem das energias renováveis

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 12/02/2025 às 19:39
construção
Foto: Reprodução

Um estudo inovador propõe a construção de uma construção monumental que conectaria a Europa e os Estados Unidos, eliminando barreiras na transmissão de energia renovável

Um estudo sugere que uma construção inovadora pode transformar a maneira como a Europa e a América do Norte gerenciam a energia renovável, eliminando um dos principais desafios do setor renovável: a intermitência.

A ideia principal é a criação de um cabo de energia transatlântico para conectar as redes elétricas desses dois continentes, garantindo um fornecimento estável de eletricidade e impulsionando a transição para uma matriz energética livre de carbono.

A construção seria um salto histórico na cooperação energética

De acordo com um estudo recente da Ember, com link disponível no final do texto, a interconexão transatlântica poderia aumentar significativamente a confiabilidade da energia, aproveitando as diferenças climáticas entre os dois continentes.

A lógica é simples: quando a produção de energia solar ou eólica diminui em uma região, a outra pode compensar, garantindo uma rede elétrica mais estável e resiliente.

Este projeto remete ao feito histórico de Charles Tilston Bright, engenheiro responsável pela criação do primeiro cabo telegráfico transatlântico no século XIX.

No entanto, desta vez, a proposta é transportar eletricidade em larga escala, proporcionando uma troca de energia em tempo real entre os continentes.

Resolvendo a maior fraqueza da energia renovável

Um dos principais desafios da energia renovável é a sua intermitência. A geração de eletricidade a partir do vento e do sol varia conforme as condições climáticas e as estações do ano.

Na França, por exemplo, a produção de energia eólica pode oscilar de 46,7 GW para apenas 0,4 GW. A energia solar também apresenta flutuações, variando entre 1,3 GW e 33,6 GW ao longo do ano.

Em janeiro de 2019, a combinação de energia solar e eólica no país forneceu apenas 0,65 GW, representando 1% da demanda nacional.

Com a interconexão entre a Europa e a América do Norte, essas oscilações poderiam ser minimizadas. O compartilhamento de eletricidade permitiria um fornecimento mais estável e confiável, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis como fonte de energia de reserva.

Fortalecimento da segurança e eficiência energética

Além de melhorar a eficiência, o cabo transatlântico também representa um avanço na segurança energética.

Ao conectar duas das maiores economias do mundo, ele poderia servir como um buffer contra crises energéticas, oscilações de mercado e instabilidades geopolíticas. Em termos práticos, isso significaria:

  • Custos de energia mais baixos para os consumidores, graças à otimização da oferta e da demanda;
  • Redução da dependência de combustíveis fósseis para suprir faltas de energia;
  • Uma rede elétrica mais resiliente diante de desastres naturais ou tensões políticas.

Transformando os mercados globais de energia

Além de estabilizar o fornecimento, este projeto também pode impulsionar investimentos em energia renovável.

Com a interligação transatlântica, o excedente de energia hidrelétrica e eólica da América do Norte poderia ser direcionado para o mercado europeu, enquanto a energia solar e eólica offshore da Europa poderia ajudar a suprir a demanda norte-americana.

Regiões como Québec, no Canadá, poderiam se beneficiar significativamente desse projeto. O local é um dos maiores produtores de energia hidrelétrica do mundo e poderia aproveitar essa conexão para acessar um mercado europeu altamente demandante.

Um passo necessário para o futuro

Com o crescimento da demanda global por eletricidade, impulsionado pela expansão de veículos elétricos, sistemas de aquecimento, data centers e a eletrificação industrial, torna-se cada vez mais essencial garantir uma rede energética estável e eficiente.

Analistas da Ember destacam que, nas próximas décadas, a maior parte do aumento na demanda de energia precisará ser atendida por fontes livres de carbono. A interconexão transatlântica surge, assim, como uma solução estratégica para garantir essa transição.

Se concretizado, este projeto monumental pode redefinir o futuro da energia renovável, provando que a cooperação internacional é essencial para uma rede elétrica mais limpa e sustentável.

Estudo disponível em Ember.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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