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Estrada nos EUA é construída com resíduos radioativos e gera polêmica sobre riscos à saúde pública!

Escrito por Débora Araújo
Publicado em 10/01/2025 às 10:01
Estrada nos EUA é construída com resíduos radioativos e gera polêmica sobre riscos à saúde pública!
Imagem gerada por inteligência artificial

Uso de fosfogesso, subproduto da fabricação de fertilizantes, preocupa especialistas devido à liberação de gás radônio. Projeto aprovado pela EPA levanta debate sobre segurança e impactos ambientais.

Asfalto radioativo? Uma estrada construída com resíduos radioativos no estado da Flórida, nos EUA, tem gerado polêmica e levantado preocupações de saúde pública. O material usado, chamado fosfogesso, é um subproduto do ácido fosfórico utilizado na fabricação de fertilizantes. Apesar de estar revestido por uma camada de asfalto de 10 cm, especialistas apontam riscos potenciais para a saúde humana devido à liberação de gás radônio, associado ao aumento do risco de câncer. A questão ganhou destaque após a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) aprovar um projeto piloto que utiliza esse material. Mas será que essa inovação realmente é segura? Vamos entender os detalhes.

O que é o fosfogesso?

O fosfogesso é um resíduo gerado durante a produção de ácido fosfórico, um componente essencial para a fabricação de fertilizantes. O material contém traços de rádio, um elemento químico que se decompõe e libera gás radônio. Esse gás, altamente radioativo, é conhecido por seus riscos à saúde, especialmente quando inalado em ambientes fechados.

Normalmente, o fosfogesso é armazenado em grandes pilhas projetadas para minimizar a exposição humana. Contudo, o projeto piloto aprovado pela EPA propõe uma aplicação diferente: usá-lo na construção de estradas, encapsulado por uma camada de asfalto.

A estrada de teste na Flórida

O projeto piloto, aprovado pela EPA, envolve a construção de uma estrada de duas faixas em propriedade privada na Flórida. A estrada terá quatro seções contendo fosfogesso e outras quatro feitas com materiais convencionais. Cada trecho com fosfogesso terá 152 metros de extensão, enquanto os trechos sem o material medirão 91,4 metros.

A EPA afirma que o fosfogesso será encapsulado sob uma camada de asfalto de 10 cm, o que teoricamente impediria o contato direto com o material radioativo. Além disso, o projeto será realizado em um ambiente controlado, reduzindo o risco de exposição ao público.

Por que usar fosfogesso?

A ideia de usar fosfogesso na construção de estradas surge como uma tentativa de encontrar uma aplicação prática para o material, que geralmente é descartado em pilhas gigantescas. Além de liberar espaço de armazenamento, essa abordagem busca aproveitar o fosfogesso como um recurso em vez de tratá-lo apenas como um resíduo.

No entanto, essa proposta divide opiniões. Enquanto alguns especialistas acreditam que o encapsulamento do material sob o asfalto é seguro, outros alertam para os riscos a longo prazo, incluindo a liberação gradual de radônio na atmosfera.

Os riscos de saúde e o asfalto radioativo

Apesar das garantias da EPA, o uso de resíduos radioativos na construção de estradas levanta preocupações significativas. O gás radônio, liberado durante a decomposição do rádio presente no fosfogesso, é altamente perigoso para a saúde humana. A exposição prolongada ao radônio está associada a um aumento no risco de câncer de pulmão, mesmo em concentrações baixas.

Embora a EPA minimize os riscos, argumentando que o asfalto age como uma barreira eficaz, críticos destacam que fissuras ou desgastes ao longo do tempo podem comprometer a segurança do encapsulamento.

Contexto político e histórico dos EUA

A ideia de usar fosfogesso na construção de estradas não é nova. Em 2020, durante a administração de Donald Trump, a EPA aprovou o uso do material em projetos de infraestrutura. No entanto, essa aprovação foi revogada pelo governo de Joe Biden, que levantou preocupações sobre a segurança e os riscos ambientais associados.

O projeto piloto na Flórida representa um esforço renovado para explorar o potencial do fosfogesso. No entanto, ele enfrenta resistência de ambientalistas e especialistas em saúde pública que questionam a necessidade de correr riscos com um material tão controverso.

Benefícios e preocupações de autoridades dos EUA

Benefícios

  • Aproveitamento de resíduos: O uso de fosfogesso reduz a necessidade de criar enormes pilhas de descarte, liberando espaço e minimizando os custos de armazenamento;
  • Custo reduzido: Incorporar o material na infraestrutura pode diminuir os gastos com construção de estradas;
  • Proposta sustentável: O projeto explora maneiras de transformar resíduos em recursos úteis.

Preocupações

  • Riscos à saúde: Mesmo sob o asfalto, o material ainda pode liberar radiação ao longo do tempo;
  • Impacto ambiental: A exposição ao fosfogesso pode afetar a qualidade do ar e do solo nas proximidades;
  • Danos futuros: Fissuras ou falhas no encapsulamento podem liberar o material radioativo, expondo humanos e animais aos riscos.

O futuro do fosfogesso na construção nos EUA

O debate sobre o uso de asfalto radioativo na construção de estradas está longe de acabar. Enquanto o projeto piloto avança, é essencial monitorar os resultados para determinar a viabilidade dessa aplicação em larga escala. Estudos futuros precisarão avaliar os impactos de longo prazo para garantir que os benefícios econômicos e ambientais não sejam superados pelos riscos à saúde nos EUA.

O caso da estrada na Flórida é um lembrete de que soluções inovadoras devem sempre ser avaliadas com cautela, especialmente quando envolvem materiais com potencial de impacto significativo. A segurança do público e do meio ambiente deve ser a prioridade em qualquer iniciativa de infraestrutura.

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Débora Araújo

Escrevo sobre energias renováveis, automóveis, ciência e tecnologia, indústria e as principais tendências do mercado de trabalho. Com um olhar atento às evoluções globais e atualizações diárias, dedico-me a compartilhar sempre informações relevantes.

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