O Estaleiro Atlântico Sul, responsável por ter gerado 11 mil empregos no Porto de Suape, em Pernambuco, está retomando ao mercado após Recuperação Judicial e planeja ingressar em outros mercados.
De acordo com o balanço do último ano, apesar das dificuldades, o Estaleiro Atlântico Sul voltou a ter uma geração de caixa capaz de fazer com que a companhia antecipasse os pagamentos de seus credores. No último ano, o Estaleiro Atlântico Sul, que opera no Porto de Suape, em Pernambuco, mitigou seu prejuízo em 89,4%, indo para apenas R$ 33,3 milhões, o que é bem pouco, se comparado com os R$ 317,2 milhões em 2020. Sendo assim, de acordo com o balanço publicado na última terça-feira (5), o que lhe permitiu fazer antecipações de R$ 30 milhões aos credores foi sua volta como um fornecedor de reparos navais essencial para o mercado e a redução de sua dívida.
Estaleiro Atlântico Sul obteve geração de receitas de R$ 65,4 milhões
Em Recuperação Judicial desde 2020, o EAS tem até o próximo ano para que não seja mais considerado em RJ. No exercício fechado em 2021, a empresa teve como marco a reestruturação da dívida em R$ 1.398,9 bilhão, o que permitiu ganhos com pagamentos de taxas de juros menores.
O estaleiro obteve geração de receitas de R$ 65,4 milhões com serviços que tornam possível uma geração de caixa líquida de R$ 26,6 milhões. Vale lembrar que o Estaleiro Atlântico Sul é uma empresa dos grupos Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, onde cada grupo possui 50% das ações. O EAS teve uma planta construída no Porto de Suape, em Pernambuco.
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A planta produz navios de grande porte em uma área de 1.600 hectares. A unidade possui um dos maiores diques navais do país, capaz de abrigar vários navios até um milhão de toneladas de porte bruto e conta com dois guindastes Golias, capazes de levantar até 1.500 toneladas cada e até 2.800 quando juntos. Além disso, a planta no Porto de Suape também conta com uma mega infraestrutura de produção naval 4.0 e que lhe permite atuar em praticamente todo o setor naval.
EAS faz serviços em cerca de 11 navios e rebocadores e foca no retorno do mercado de reparos navais brasileiro
O Estaleiro Atlântico Sul, no Porto de Suape, está focando no retorno ao mercado de reparos navais, um segmento que o Brasil é muito carente. Em dois anos, a empresa virou referência no setor.
No último ano, a empresa realizou serviços em cerca de 11 navios e rebocadores, e atualmente acumula uma carteira de contratos de serviços que permite ocupar sua área de dique, produção a seco e o cais naval.
A empresa conta atualmente com 500 funcionários, mas já gerou empregos para 11 mil pessoas, entre os anos de 2007 e 2014, quando Pernambuco foi apontado como um Estado em situação de quase pleno emprego.
De acordo com Nicole Mattar, o balanço do último ano mostra o esforço e a disposição do estaleiro do Porto de Suape em se reerguer. Quando Mattar iniciou suas atividades, em 2008 entregou 15 navios tanqueiros e duas plataformas de petróleo, entretanto, nos último sete anos, vem sofrendo com a crise da economia nacional, que começou em 2015, levando a paralisação das atividades.
Estaleiro está buscando novos negócios
De acordo com Nicole, a empresa fará uma nova antecipação, cumprindo o cronograma do PPJ que estima pagamentos aos credores nos meses de março e setembro.
De acordo com a superintendente da empresa de Pernambuco, a EAS vai além dos reparos navais e está trabalhando em novos negócios, como a construção de plataformas de sustentação para torres de energia eólica.
O Brasil ainda precisa da finalização da legislação para este novo setor e atualmente anuncia a construção de um parque eólico de 106 GW, que precisará de várias plataformas.