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Empresa gaúcha produz combustíveis e energia limpa a partir do lixo sem emissões de CO2, conta com 50 projetos nacionais e domina tecnologia que pode acabar com lixões e aterros sanitários pelo Brasil

19 de janeiro de 2022 às 08:05
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usina de fabricação de energia limpa a partir do lixo
Maquinário da Sílex para produção de energia limpa a partir do lixo | Imagem: Sílex

Em entrevista ao Portal CPG, a Sílex relata que produz gás natural, hidrogênio, óleo sintético, coque, entre outros produtos a partir do lixo comum e domiciliar sem emissões de dióxido de carbono no processo

Em entrevista exclusiva por meio de vídeo conferência ao portal CPG, o sócio-diretor da Sílex – tecnologias ambientais, Luiz Gilberto Lauffer, nos explicou como acontece a criação da energia limpa a partir do lixo e os processo de extração dos combustíveis a partir de resíduos de lixões e aterros sanitários. A tecnologia permite criar energia sem nenhum processo de incineração. Ou seja, sem oxidação térmica; sem nenhuma emissão de CO2 e poluições desde sua fabricação.

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A Sílex – Tecnologias Ambientais é responsável por 50 projetos em vários estados do Brasil (do Amapá ao Rio Grande do Sul). Uma referência na reciclagem de resíduos para a produção de energia limpa a partir do lixo.

Vídeo Entrevista – Luiz Gilberto ,Sócio-diretor da Sílex, explica um pouco sobre o processo

Entrevista exclusiva com o sócio-diretor da Sílex sobre o processo de criação de energia limpa a partir do lixo, sua importância e realidade das políticas públicas

Luiz Gilberto patenteou a técnica de reversão molecular ainda em 1975 e é um dos experts no Brasil inteiro em usinas de pirólise e de gaseificação. A Sílex já ganhou diversos prêmios por desenvolver projetos ambientais desde sua fundação.

A Sílex atua a mais de 47 anos nesse ramo. Somando todos os projetos em implementação, o custo em investimento já ultrapassou os US$ 22 milhões. E agora a expectativa é para um novo empreendimento em Cachoeira do Sul (RS), onde todo o lixo comum da cidade ( proveniente de lixões e aterros sanitários) e o lixo hospitalar será transformado em energia limpa, sem gerar subprodutos.

A empresa foi beneficiada pelo Programa de Desenvolvimento Industrial (Prodic) de Cachoeira do Sul e terá a permissão de usar 22 hectares e um prédio no antigo aterro sanitário da região para a produção de energia limpa a partir do lixo. Serão R$ 17 milhões em investimento, com retorno em 18 meses, segundo estimativas da diretoria da Sílex.

A expectativa é que o empreendimento de criação de energia limpa a partir do lixo gere 40 empregos e uma geração anual de R$ 2,4 milhões para a prefeitura em economia de destinação dos resíduos a aterros e de geração de tributos, colocando em prática o conceito de sociedade sustentável.

Brasil tem recursos para ser protagonista na criação de energia limpa, mas ainda há muito ainda para avançar

O Brasil tem recursos naturais que poderiam colocar como o protagonista na produção de energia limpa no planeta. O sol é abundante e os ventos são considerados “um dos melhores do mundo” devido à questões geográficas e imensa extensão litorânea.

O país tem alcançado números recordes na produção de energia limpa, através da energia eólica e energia solar. E as projeções para 2022 em diante são das melhores, segundo especialistas do ramo de energia renovável.

No entanto, em se tratando de energia eólica, por exemplo, o setor offshore deve encolher 25% em 2022, após um salto expressivo em 2021. E sobre a energia limpa a partir do lixo, o próprio Luiz Gilberto Lauffer aponta o Brasil como um país ainda atrasado.

“Nós somos a empresa mais avançada do País em processamento de resíduos, recuperação térmica e eficiência energética. Mas a PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos – Lei 12305/10) foi atrasada em mais de dez anos de sua implementação real atual, e outros países seguiram avançando em tecnologia e investimentos pesados. Agora concatenamos a PNRS sendo exigida, determinação federal do fim dos lixões, valor ideal de cobrança pelo lixo, energia e óleo combustíveis de bom valor de venda, crédito de Carbono e descarbonização em alta”.

Luiz Gilberto Lauffer – empresário da Sílex e especialista na transformação de energia limpa a partir do lixo

A Sílex domina as três principais tecnologias viáveis do planeta em se tratando de criação de energia limpa a partir de resíduos que poderiam ter sido descartados. São elas:

  1. Reversão Molecular com gaseificação, cuja meta é gerar gás combustível, Hidrogênio e coque de resíduo ou de biomassa.
  2. Extração Molecular, cuja meta é produzir óleo sintético semelhante ao óleo de Bunker, gás combustível (que gera energia elétrica nas turbinas a gás que fabrica) e coque.
  3. Combustão estequiométrica de terceira geração, cujo foco é gerar energia elétrica limpa em alta eficiência utilizando ao mesmo tempo a energia da expansão dos gases e o calor gerado, substituindo o obsoleto processo de incineração, sendo uma das principais metas é não emitir dioxinas e furanos que são gases tóxicos, além de gerar pegada negativa de Carbono.

A água contida nos resíduos é usada quebrando-a em Oxigênio e Hidrogênio, que no gás combustível chega a mais de 50% de Hidrogênio Branco, gerando a pegada negativa de carbono e crédito de Carbono. Queimado o Hidrogênio, volta a ser água. Um ciclo ambiental perfeito. Sendo este o motivo de ser considerado o combustível do futuro.

Além de utilizar resíduos como matéria prima, incluindo barras oleosas, existem outras tecnologias para outros usos como de calor, que seria perdido na atmosfera, poluindo o meio ambiente.

Em fase de instalação, a Sílex tem usinas de geração elétrica em embarcações que usam o calor dos gases de combustão dos motogeradores ou do motor ou turbina. E utiliza esse calor que iria ser perdido para a atmosfera para gerar energia elétrica limpa, substituindo os geradores normalmente a Diesel. Descarbonizando assim em parte a embarcação conforme metas do IMA para 2030.

O empreendimento de geração de energia limpa a partir do lixo em Cachoeira do Sul será de Geração Distribuída. Mas a Sílex mira para outros empreendimentos no Mercado Livre.

“Enquanto o leilão da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) de alguns meses atrás pagou R$ 162 por mWh para energia eólica, pagou mais de R$ 700 para a de fonte de resíduos urbanos e lixões. É um excelente preço incentivado”, diz Lauffer.

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Por que as biomassas são potenciais fontes de energia limpa?

Bioenergia é o nome dado à energia proveniente da biomassa, ou seja, da matéria orgânica de origem vegetal e animal. Esse tipo de energia pode ser utilizado para produzir combustíveis, eletricidade e calor, sendo considerado uma alternativa às fontes de energia convencionais, que vigoram na matriz energética mundial.

A bioenergia é uma fonte de energia limpa e renovável. Representa, portanto, uma alternativa à matriz energética mundial, que é dependente das fontes não renováveis e caras de energia, especialmente dos combustíveis fósseis.

No Brasil, o bagaço da cana-de-açúcar é a principal biomassa que pode ser transformada em energia limpa. Cerca de 48% da matriz energética do Brasil é formada por energia renovável. A bioenergia representa 27%.

Em termos de geração de energia elétrica, quase 10% da energia do Brasil é produzida por resíduos da cana, segundo a secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia.

O biogás e biometano, usando a torta de filtro e a vinhaça, que também são resíduos da cana, são possíveis para utilização como biogás e biocombustível.

Atualmente ainda é um percentual muito pequeno ocupando a matriz elétrica do Brasil. Porém um potencial enorme para se aproveitar, não só para geração de energia elétrica limpa, mas também no uso do setor de transporte, se somada ainda com a reciclagem do lixo hospitalar, industrial e urbano.

Falamos de energia limpa a partir do lixo. Que tal agora se aprofundar mais sobre combustíveis limpos derivado de resíduos?

Os combustíveis derivados de resíduos (CDR) são derivados de materiais que não podem ser utilizados no processo de biodigestão, sendo destinados para alimentação de fornos industriais.

Esse tipo de resíduo ao invés de ser descartado, é triturado em máquinas específicas, em que são permitidas reaproveitar tudo aquilo que não é orgânico, nem reciclável.

O resíduo se torna combustível para essas máquinas, criando uma nova cadeia de valor, estimulando a economia. Assim, os rejeitos da coleta seletiva (reciclagem) que não teriam outra finalidade, podem se tornar combustível.

Esse é um processo que estimula a redução de uso de combustíveis fósseis, os quais são mais caros e causam danos ao nosso Meio Ambiente. O resultado direto é a redução de emissão de CO2 na atmosfera.

Antes de se tornar combustível, os resíduos passam por uma triagem. São separados em sólidos urbanos e industriais considerados não-perigosos.

No geral, esses resíduos comerciais são compostos por plástico, papel, têxteis, madeira, minerais e embalagens compostas. Assim, como possuem alto poder de produção de calor, são, portanto, utilizados na incineração de caldeiras para produção de cimento, cal ou até utilizados em centrais elétricas movidas a combustíveis alternativos.

Após da trituração, o material é peneirado e separado por meio do classificador de ar. Depois deve-se separar os materiais ferrosos e não-ferrosos, com uso de sensores ópticos com a tecnologia.

Uma das vantagens do uso dos combustíveis derivados de resíduos é a possibilidade de reutilização de um material que não teria finalidade de reciclagem.

Assim, a empresa se adequa à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). E os materiais se destroem completamente, sem gerar passivos ambientais devido ao alto poder calorífico do lixo.

Como a energia limpa a partir do lixo contribui para a economia

Sem as energias renováveis não é possível pensar num mundo mais limpo e agradável para se viver. Além disso, todo tipo de produção e uso de energia limpa impulsiona a economia em qualquer lugar do planeta.

Afinal, energias renováveis são oriundas de fontes gratuitas. Ora, ninguém paga pela produção de raios solares e de vento. E também ninguém quer lixo não reutilizável, né?!

Ao longo dos anos, as empresas, sociedade e governos têm buscado alternativas de reduzir e reutilizar o lixo. De acordo a Organização das Nações Unidas (ONU), 1,4 bilhão de toneladas de resíduos sólidos são produzidos pelos sete bilhões de habitantes do planeta. Uma média de 1,2kg de lixo por dia.

É um problema global em que todos nós devemos ser responsáveis por fazer um pouco para reduzir os danos. Portanto, é essencial que ações sejam feitas para diminuir a geração de lixo e aumentar o tempo de vida útil de cada material. Esse hábito cria toda uma cadeia de economia.

Na chamada economia linear, o crescimento econômico estimula o consumo de recursos, tornando esse modelo insustentável a longo prazo. Já no caso da economia circular, a proposta é que existam ações de redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais e energia, em um processo constante.

Portanto, no caso dos resíduos que não podem ser reciclados, há a possibilidade de processamento que cria a energia limpa a partir do lixo.

Dessa forma, esse modelo sustentável se apresenta com uma alternativa para dar um novo ciclo ao material aproveitado, ajudando na preservação do Meio Ambiente e também estimulando a economia.

Para se ter índices maiores sobre o uso do combustível derivado de resíduos aqui no Brasil, é importante que cada vez mais existam debates sobre reaproveitamento do lixo, criação de leis e normativas que regulam essa questão, além da estimulação do setor.

Como a sociedade civil pode somar à iniciativa privada para um Brasil mais sustentável?

Um tema que unifica todos os países é a emergência climática. As discussões de propostas sobre o que fazer para reduzir os danos ambientais envolvem lideranças políticas de cada nação.

Mas para além do debate, ainda há muito o que a sociedade civil e a iniciativa privada podem fazer para ajudar efetivamente o planeta, com diferentes frentes, e as cleantechs, startups de tecnologia limpa, reúnem algumas atividades essenciais.

Entenda melhor as iniciativas das quais pode ajudar o Brasil a ter uma sociedade mais sustentável e agradável de se viver.

Logística reversa e economia circular

A logística reversa significa contemplar todo o caminho dos produtos e embalagens utilizadas pelo negócio, desde a coleta até a reinserção na cadeia produtiva.

Pode ser por meio da reciclagem, tratamento, recondicionamento e recuperação energética, como a produção de energia limpa a partir do lixo comum ou mesmo hospitalar, como conhecemos acima através do trabalho da empresa Sílex.

Cidades inteligentes e monitoramento da coleta de água

Segundo Stattus4, empresa especializada em coletar e entender dados de recursos naturais, o Brasil perde cerca de 38% da água que coleta nos mananciais durante a sua distribuição.

Se 20% dessas perdas fosse economizada, haveria água suficiente para abastecer os 35 milhões de brasileiros que hoje não têm acesso a água potável.

Reaproveitamento de máquinas usadas na indústria

O segmento industrial no Brasil é um dos que mais geram resíduos. São dejetos deos tipos, como químicos até o descarte de maquinário, mesmo que ainda esteja funcionando.

“A Central de Materiais é uma plataforma que trabalha com a jornada completa e rastreável da compra e venda de maquinário usado, buscando o melhor destino e gerando um equilíbrio tanto de impacto ambiental quanto de impacto econômico”, diz Marcio Leo Danielewicz, CEO e fundador da startup em entrevista ao portal Exame.

O reaproveitamento de máquinas industriais reduzi a produção de lixo e proporciona preços mais atrativos para novos centros produtivos. A empresa monitora a redução do impacto ambiental. Nos últimos quatro anos, mais de 50.000 toneladas de CO2 foram reduzidos e mais de 30.000 toneladas de minério de ferro extraído.

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