A mobilidade de pessoas cegas pode ganhar um importante reforço com a chegada de um novo dispositivo que utiliza inteligência artificial. A tecnologia oferece orientação em tempo real, detecta obstáculos e fornece instruções por meio de comandos de voz ou sinais táteis
Um novo sistema eletrônico vestível foi desenvolvido para auxiliar pessoas cegas ou com baixa visão na navegação em ambientes. A tecnologia, baseada em inteligência artificial (IA), transforma imagens captadas por uma câmera em orientações por voz e vibrações. O estudo foi publicado na revista Nature Machine Intelligence.
Orientação por voz e vibração
O dispositivo criado por Leilei Gu e equipe combina comandos de voz com sinais táteis. O sistema usa um algoritmo de IA que analisa o vídeo de uma câmera acoplada e determina rotas livres de obstáculos.
A orientação é enviada por meio de fones de ouvido de condução óssea, além de vibrações emitidas por peles artificiais instaladas nos pulsos.
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Essas peles vibram conforme o usuário deve se mover para desviar de objetos laterais, como paredes ou móveis. A ideia é que a pessoa receba informações sonoras e táteis sobre o ambiente em tempo real, facilitando a locomoção com mais segurança e autonomia.
Nature Machine Intelligence (2025). DOI: 10.1038/s42256-025-01018-6
Testes em ambientes reais e virtuais
Para avaliar a eficácia da tecnologia, o sistema foi testado com robôs humanoides e também com participantes cegos e com baixa visão.
Os testes ocorreram tanto em ambientes simulados quanto no mundo real.
Os resultados indicaram melhorias significativas na mobilidade dos participantes. Eles conseguiram, por exemplo, atravessar labirintos sem bater em obstáculos e pegar objetos em locais determinados com mais precisão.
Integração dos sentidos pode ampliar uso
A pesquisa aponta que a combinação dos sentidos visual, auditivo e tátil pode tornar os sistemas de assistência visual mais eficazes.
O estudo sugere que essa integração melhora a usabilidade e pode ser um passo importante para outras tecnologias assistivas no futuro.
Os autores defendem o aperfeiçoamento contínuo do sistema e novas aplicações em diferentes contextos.