Descarbonização da siderurgia brasileira: mesa-redonda na ABM Week discutirá marco legal, alternativas para descarbonização e uso de hidrogênio como redutor de CO2.
A descarbonização do setor siderúrgico brasileiro desponta como um tema crucial em discussões sobre o futuro da indústria e a sustentabilidade. Frente à urgência global por práticas mais ecológicas, a substituição de métodos tradicionais por tecnologias inovadoras, como o uso de hidrogênio, está sendo avaliada como uma potencial solução para a produção de ferro. Estes avanços não somente visam a redução de impactos ambientais, mas também representam oportunidades significativas para modernização e crescimento do setor.
Um dos principais focos dessas iniciativas é a diminuição das emissões de CO2, essencial para atingir as metas climáticas internacionais. Durante debates com especialistas, alternativas viáveis e abordagens para a mitigação das emissões foram extensivamente exploradas. A descarbonização não é apenas uma medida de responsabilidade ambiental, mas também uma estratégia para fortalecer a competitividade da siderurgia brasileira no cenário global. A importância da descarbonização, portanto, vai além da preservação do meio ambiente, sendo um impulsionador de inovação na cadeia de produção do aço.
Marco legal para hidrogênio verde no Brasil
Em votação simbólica em 12 de junho, a Comissão Especial do Hidrogênio Verde do Senado aprovou o projeto de lei que estabelece o marco legal para a exploração de hidrogênio de baixa emissão de carbono no Brasil. Essa mudança é imperativa. Embora as emissões do setor minero-metalúrgico representem apenas 3,4% do total das emissões de gases de efeito estufa no Brasil, conforme estudo [da Accenture](https://www.accenture.com/content/dam/accenture/final/industry/natural-resources/document/Accenture-Descarbonizacao-Na-Mineracao-Brasileira.pdf), empresas de mineração e siderurgia estão empenhadas em reduzir esse número. Elas procuram ocupar espaços de debate, inovação e parceria, alinhando-se às expectativas da sociedade em contribuir para os processos de descarbonização em múltiplas escalas.
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Pressões reguladoras e panorama de descarbonização
A busca por métodos de produção mais limpos e eficientes não é apenas uma reação às pressões regulatórias e ambientais, mas uma estratégia vital para manter a competitividade da indústria no futuro. De acordo com o estudo da Accenture, acionistas, investidores e consumidores começam a ver o setor minero-metalúrgico e siderúrgico não apenas como grande emissor de gases de efeito estufa, mas também como um guardião de matérias-primas sustentáveis. Para contribuir com este cenário inovador na siderurgia, a ABM – Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração incluirá na ABM Week um painel e uma mesa-redonda sobre descarbonização na indústria siderúrgica.
Eventos e palestras sobre descarbonização na ABM Week
O painel intitulado ‘Viabilidade do hidrogênio para a descarbonização da cadeia de ironmaking no Brasil’ ocorrerá em 5 de setembro, reunindo executivos, profissionais e pesquisadores para debater soluções para redução da pegada de carbono na indústria de base. Conforme avaliação de especialistas globais, o hidrogênio desempenhará um papel crucial na descarbonização da indústria. Além de ser um redutor de CO2 nos processos de produção de ferro e aço, o hidrogênio renovável será necessário em diversos outros setores.
O consultor Helênio Silva, da Paul Wurth/SMS Group, que coordenará o painel ao lado dos consultores Vânia Lúcia de Lima Andrade e José Murilo Mourão, destaca a importância do debate, especialmente por ocorrer em um momento estratégico. Espera-se que o encontro seja extremamente proveitoso, trazendo insights e soluções sobre descarbonização.
Palestrantes e Temas Abordados no Painel
Organizado pelas Comissões Técnicas de Mineração, Redução e Aglomeração da ABM, o painel contará com quatro palestrantes que apresentarão um panorama sobre a descarbonização no Brasil e no mundo. Maria Emilia Peres, líder das ofertas integradas para clima, sustentabilidade & equidade da Deloitte, discorrerá sobre o uso de hidrogênio para descarbonização da cadeia siderúrgica brasileira. O professor Pasquale Daniele Cavaliere, da Universidade de Salento, Itália, abordará a redução direta de hidrogênio em pellets de alta qualidade.
Thiago Campos, gerente técnico sênior de vendas da Paul Wurth/SMS Group, falará sobre a competitividade da rota de redução direta por H2 + forno elétrico a arco para a siderurgia brasileira. Mario Feltrin, da rede mundial de engenharia da Air Liquide, discutirá a viabilidade do hidrogênio e alternativas para descarbonização na siderurgia.
Alternativas para descarbonização com biocombustíveis
A mesa-redonda ‘O uso dos biocombustíveis na descarbonização da siderurgia brasileira’ também se realizará em 5 de setembro. Siderúrgicas irão compartilhar suas estratégias, oportunidades, casos já implementados e desafios regulatórios no uso de biocombustíveis (biomassa, biometano/biogás e óleo vegetal) para redução das emissões. A Comissão Técnica de Energia e Utilidades organiza a mesa-redonda, que terá como palestrantes Roberto Luis Prosdocimi Maia, da Usiminas, Marcos Prudente, da Gerdau, André Frias, da Ternium, Marcos Meyer, da ArcelorMittal Brasil, e André Dezanet, da Vallourec Florestal.
Carlos Sadao Shiratsu, coordenador da mesa-redonda e consultor, juntamente com Eder Quental, gerente técnico da Gerdau, salientam a importância de explorar várias rotas para a descarbonização na siderurgia brasileira, destacando a relevância dos biocombustíveis na mitigação das emissões nocivas. Para saber mais, acesse: [ABM Week 2024](https://www.abmbrasil.com.br/por/evento/abm-week-8-edicao).
Fonte: © milena.almeida@gotcha.com.br