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Delegados da Polícia Federal alertam: cortes no governo Lula podem paralisar a PF e agravar o combate ao crime organizado no Brasil

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 17/11/2024 às 19:46
Polícia Federal
Foto: Reprodução
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Delegados da Polícia Federal criticam cortes no governo Lula e alertam para impacto no combate ao crime

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) lançou uma carta aberta na última quarta-feira, 13, com críticas contundentes ao governo federal. O documento destaca cortes no orçamento da Polícia Federal (PF) para 2025 e a falta de investimentos contínuos na corporação, apontando esses fatores como ameaças à autonomia e à eficiência da instituição.

Segundo a entidade, tais medidas comprometem a capacidade da PF em combater o crime organizado, colocando a segurança pública em risco.

A ADPF também expressou preocupações em relação à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, encabeçada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.

Para os delegados, a PEC foi elaborada sem diálogo adequado com as forças de segurança e não atende às necessidades estruturais do setor. “O texto proposto não traz absolutamente nenhum incremento da capacidade de resposta da Polícia Federal no enfrentamento à criminalidade e não atende às reais necessidades dos órgãos de segurança pública“, destaca a carta.

O impacto dos cortes no orçamento

Um dos principais pontos levantados pela ADPF foi a redução do orçamento da PF. Segundo a associação, essa medida não apenas limita a atuação da corporação, mas também desestimula os profissionais.

Um exemplo citado no documento é o fim do sobreaviso remunerado, que afetou diretamente a prontidão dos delegados. “A quem interessa desmantelar a PF?“, questionaram os representantes da associação, em um tom de alerta à sociedade.

A carta foi divulgada durante o 9º Congresso Nacional dos Delegados de Polícia Federal, realizado na Bahia, e reflete a insatisfação da categoria com a falta de priorização da segurança pública no planejamento do governo.

A PEC da Segurança Pública: solução ou paliativo?

A PEC da Segurança Pública é outro tema central das críticas. Entre as mudanças propostas, está a ampliação das competências da PF para incluir o combate a crimes ambientais, organizações criminosas e milícias com alcance interestadual ou internacional.

Apesar do potencial impacto positivo, a ADPF acredita que a proposta carece de substância para fortalecer a estrutura da PF.

Segundo a Polícia Federal, a medida é mais um exemplo de solução política paliativa. Não houve diálogo com as forças de segurança, e as mudanças propostas não suprem os desafios estruturais que enfrentamos, pontuaram.

Lewandowski: recursos e pessoal são insuficientes

Em entrevista recente ao canal GloboNews, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, reconheceu as dificuldades enfrentadas pela Polícia Federal. Ele mencionou que, a partir de janeiro de 2025, a PF assumirá a responsabilidade pela fiscalização de licenças para CACs (caçadores, atiradores e colecionadores), tarefa anteriormente conduzida pelo Exército Brasileiro.

Estamos na expectativa de assumir o controle da fiscalização dos CAC. Certamente a PF provará sua eficiência no controle das armas, mas faltam recursos e faltam pessoas para que tenha mais eficientemente cumprir esse papel”, afirmou o ministro.

Lewandowski destacou que a ministra Esther Dweck prometeu a realização de um concurso para agentes administrativos, além de recursos adicionais. “Se formos contemplados com mais tarefas, precisamos de mais recursos“, cobrou.

Diretor-geral reforça pedido por apoio

Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal, também participou da entrevista e enfatizou os desafios da transição das funções do Exército para a PF. Segundo ele, a migração da base de dados do Exército já foi concluída, mas o aumento das atribuições exige maior suporte financeiro e humano.

Já fazemos controle de polícia administrativa e agora recebemos essa tarefa. São quase 1 milhão de atiradores que estarão sob nosso controle. A partir de janeiro daremos mais um passo no controle da fiscalização“, afirmou Rodrigues.

Além disso, Rodrigues participou do evento que confirmou o nome do delegado da PF, Valdecy Urquiza, como novo secretário-geral da Interpol. O evento foi uma oportunidade para destacar a importância da PF no cenário nacional e internacional, mas também para ressaltar a necessidade de mais investimentos.

As críticas e reivindicações levantadas pela ADPF revelam uma preocupação maior com o futuro da segurança pública no Brasil. A associação alerta que o enfraquecimento da PF pode trazer consequências graves para o combate ao crime organizado e para a proteção da sociedade.

Enquanto isso, o governo federal precisa encontrar maneiras de equilibrar as demandas crescentes da corporação com a necessidade de contenção de despesas.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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