Inglês 
Espanhol 
7 min de leitura
4 comentários
Comprar um carro usado pode ser uma ótima opção, mas exige atenção a diversos detalhes. Descubra como evitar problemas com documentação, manutenção e fraudes ao escolher o veículo ideal para você.
O mercado de carros usados no Brasil segue em alta, mesmo diante dos aumentos de preços ocorridos nos últimos anos. Apesar disso, os veículos usados ainda lideram as vendas, superando em mais de cinco vezes o número de unidades comercializadas de carros zero quilômetro.
Esse cenário tem uma explicação clara: o principal atrativo dos carros usados é o custo-benefício. No entanto, especialistas alertam ser crucial adotar certos cuidados antes de fechar um negócio, garantindo que o preço pago seja justo e que o comprador não seja surpreendido por problemas.
Para auxiliar nesse processo, reunimos uma série de dicas fundamentais para adquirir um carro usado com segurança, desde a verificação de itens básicos até análises mais complexas de documentação e estado mecânico do veículo. Veja abaixo todos os detalhe.
- Esse país tem tanto combustível que a gasolina é mais barata que uma garrafa de água
- A multa vai cantar! Interior de SP terá novos radares, anuncia concessória veja onde
- Nissan GT-R 2024: O último Godzilla que une brutalidade, elegância e desempenho surreal em um só carro
- Ford F-150 Lariat 2025: O V8 mais potente e incrível do mercado? Descubra por que ela supera Silverado e Ram!
Documentação e histórico do veículo
Um dos primeiros passos ao considerar a compra de um carro usado é verificar a sua documentação. Problemas nessa área podem ser muito mais complicados de resolver do que danos físicos, como amassados na lataria ou estofamento danificado.
O comprador deve utilizar o número do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam) para acessar informações básicas do veículo, como:
- Placa, marca e modelo;
- Ano de fabricação e cor original;
- Número do chassi;
- Histórico de multas, licenciamento e pagamento de IPVA;
- Sinistros registrados e acidentes graves;
- Pendências judiciais, como penhoras;
- Situação de roubo ou furto.
Embora algumas informações sejam restritas, especialistas recomendam a emissão de um laudo cautelar por meio de empresas especializadas.
Verificação da quilometragem
Com o carro usado em mãos, é hora de examinar detalhes como a quilometragem, visível no painel de instrumentos. No Brasil, a média anual de rodagem é de 15 mil km.
Assim, um carro fabricado em 2020 deve apresentar algo próximo a 60 mil km no odômetro. No entanto, é importante considerar o histórico do veículo, pois carros de locadoras ou motoristas de aplicativos podem ter rodado bem mais.
Por outro lado, um número muito abaixo do esperado sem justificativa plausível é motivo de alerta. Tenório Júnior aponta que adulterar odômetros é uma prática comum.
Para evitar problemas, observe outras áreas do carro que podem indicar desgaste compatível com a quilometragem:
- Freios: desgaste excessivo em pastilhas, discos ou tambores;
- Lanternas: modelos antigos tendem a ser desbotados ou menos brilhantes;
- Interior: alavanca de câmbio, volante, pedais e tapetes do motorista devem apresentar sinais condizentes com o uso.
Avaliação do motor e do câmbio
O motor é o coração do veículo e exige atenção especial. Vazamentos de óleo, por exemplo, são problemas comuns que podem ser notados visualmente. Em casos graves, pode ser necessária a remoção do câmbio para resolver o vazamento, implicando altos custos de manutenção.
Outro ponto importante é o tipo de óleo utilizado no carro. Modelos que utilizam correia banhada a óleo precisam de cuidado redobrado, pois o uso incorreto do lubrificante pode levar a danos sérios, como desgaste prematuro e rompimento da correia.
O óleo de baixa qualidade também pode comprometer os pistões, aumentando o consumo de combustível e reduzindo a eficiência do motor.
Quanto ao câmbio, verificações simples ajudam a identificar possíveis problemas. Em carros manuais, a embreagem não deve fazer o veículo andar apenas no final do curso do pedal, e as trocas de marchas precisam ser suaves.
Já em modelos automáticos, as trocas entre as posições P, R, N e D devem ocorrer sem trancos. Problemas nesse sistema podem custar mais de R$ 10 mil para serem corrigidos.
Suspensão e pneus
A altura do carro é um bom indicador de sua idade. Veículos mais antigos tendem a ter molas de suspensão desgastadas, resultando em uma carroceria mais baixa.
Os amortecedores são os componentes que mais sofrem com o uso, e é pouco provável que um carro com cinco anos de uso tenha a mesma altura de um modelo novo.
Os pneus também podem revelar informações importantes. A data de fabricação está indicada no chamado DOT (Department of Transportation), composto por quatro dígitos que indicam a semana e o ano de produção.
Um carro de 2017 com pneus fabricados em 2022, por exemplo, provavelmente passou por uma troca recente. Embora isso não seja motivo de desespero, pode ser mais um elemento a ser considerado na avaliação geral.
Sistema elétrico e airbag
No painel de instrumentos, algumas luzes merecem atenção especial: injeção eletrônica, ABS, controle de estabilidade e óleo.
Se alguma dessas luzes permanecer acesa após a ignição, pode haver necessidade de manutenção. Tenório Júnior relata casos em que donos de carros removeram luzes do painel para esconder problemas graves, como falta de pressão de óleo, o que pode levar à necessidade de retífica do motor.
Outro componente vital é o airbag. A falta desse item em veículos que já sofreram colisões pode ser fatal em um novo acidente. Os vendedores mal-intencionados podem apagar luzes de alerta no painel e fechar o compartimento do airbag, dando a falsa impressão de que está tudo em ordem.
Testes simples com scanners automotivos ajudam a identificar anomalias no sistema elétrico. Quanto a componentes como vidros, travas e som, basta testá-los durante a inspeção para identificar problemas.
Pintura e carroceria
A pintura do veículo pode revelar muito sobre seu histórico. Frestas entre as portas, para-lamas e capô devem ter espaçamentos uniformes. Qualquer irregularidade pode indicar danos estruturais decorrentes de acidentes.
Ao avaliar a pintura, prefira ambientes com iluminação artificial e evite olhar o carro sob luz solar direta ou molhado, pois essas condições dificultam a identificação de ondulações.
No interior, o estado do estofamento e do acabamento também deve ser compatível com a idade do carro. Ondulações no reflexo da pintura ou desgastes anormais podem ser sinais de alerta.
Nesta primeira etapa, cobrimos os principais aspectos relacionados à documentação, estado mecânico e itens visuais que ajudam a garantir uma compra segura e consciente.
A seguir, continuaremos explorando outros pontos relevantes no processo de aquisição de um carro usado.
Checklist final e dicas adicionais
Na etapa final da aquisição, é importante realizar um checklist abrangente para garantir que nenhum detalhe seja negligenciado. Isso inclui tanto a parte mecânica quanto aspectos legais e estéticos. Comece revisando toda a documentação obtida, certificando-se de que não há pendências, como multas ou impostos atrasados. Se possível, consulte também um despachante para verificar a autenticidade dos documentos.
A inspeção mecânica deve incluir um teste de direção. Durante esse teste, preste atenção a ruidos anormais, comportamento da suspensão e desempenho do motor.
Além disso, confira se todos os componentes elétricos, como faróis, limpadores de para-brisa e sensores, estão funcionando corretamente.
Outro ponto importante é a avaliação de funções adicionais, como o sistema de ar-condicionado. Problemas nesse sistema podem acarretar custos de manutenção elevados, portanto, teste-o em diferentes temperaturas para verificar sua eficácia.
Para compradores que desejam garantir maior segurança, a contratação de uma vistoria técnica detalhada pode valer a pena. Empresas especializadas oferecem serviços que analisam o veículo por completo, emitindo um laudo técnico com informações sobre o histórico, estado mecânico e possíveis riscos.
Dicas para negociação
A negociação é uma etapa crucial na compra de um carro usado. Esteja preparado com todas as informações coletadas sobre o veículo para argumentar sobre o preço.
Problemas identificados durante a inspeção podem ser usados como base para solicitar descontos. Por exemplo, se o veículo necessita de trocas de pneus ou apresenta sinais de desgaste no sistema de freios, esses custos devem ser considerados na oferta final.
Não tenha pressa para finalizar o negócio. Compare ofertas semelhantes no mercado para ter certeza de que está fazendo um bom acordo. Se possível, leve um mecânico de confiança para a inspeção final antes de assinar qualquer contrato.
A compra de um carro usado pode ser vantajosa, mas exige atenção a detalhes que vão além da aparência. Com as dicas apresentadas, é possível realizar uma aquisição segura, evitando surpresas desagradáveis.
Seguir esse roteiro passo a passo é essencial para garantir um investimento inteligente e, acima de tudo, uma experiência positiva com o seu novo veículo.
Eu já tomei muito na cabeça e agora estou em busca de comprar outro carro mas vou com o mecânico de minha confiança além disso estou pensando em levar um funileiro de confiança kkk.
Ótimo
Excelente dicas parabéns por nos trazer esses detalhes tão importantes