A FUP convocou os petroleiros para uma paralisação nesta sexta-feira contra o projeto de privatização dos ativos da estatal. A greve visa atrair a Petrobras para mais discussões sobre os motivos da continuidade da iniciativa do Governo Temer.
Nessa sexta-feira (24/03), o mercado de petróleo e gás natural brasileiro pode assistir a mais uma paralisação em massa em forma de protesto. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) convocou petroleiros de todo o país para uma greve contra o projeto de privatização dos ativos da Petrobras. A iniciativa, colocada em prática no Governo Temer, continuará a ser realizada, mesmo sob uma nova gestão na administração da petroleira estatal.
Petroleiros de todo o Brasil criticam continuidade do projeto de privatização dos ativos da Petrobras, que seguirá mesmo com o novo governo de Jean Paul Prates
A FUP está convocando petroleiros de todo o Brasil para a realização de uma greve nesta sexta-feira, contra a continuidade do projeto de privatização iniciado no Governo Temer e intensificado no Governo Bolsonaro.
“A decisão da diretoria executiva, publicada no dia 17/3, prevê prosseguir com a venda dos projetos que já tiveram pré contrato assinado: Polo Norte Capixaba, Polos Golfinho e Camarupim (ES), Polos Pescada e Potiguar (RN) e Lubnor (CE)”, critica a FUP.
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A organização dos petroleiros critica a continuidade da iniciativa, mesmo após a mudança do Governo Federal e da própria presidência da estatal.
A paralisação do dia 24 é uma forma de pressionar a Petrobras a negociar com os petroleiros e buscar uma solução para o impasse. A FUP também afirma que a greve é uma medida extrema, mas que pode ser necessária caso a empresa mantenha sua postura de venda de ativos.
Os processos de privatização da companhia, iniciados durante o governo de Michel Temer, têm sido alvos de diversas críticas no mercado brasileiro, inclusive do próprio Lula.
O presidente já afirmou ser contra a desestatização de ativos da Petrobras, assim como o novo executivo da empresa, Jean Paul Prates.
Ainda gerida pela gestão do governo anterior, a empresa afirmou ao mercado que “não vê fundamentos para que contratos assinados sejam suspensos”.
A greve a ser realizada no fim dessa semana busca respostas para a FUP e demais petroleiros sobre a situação atual do projeto de privatização.
Resquício do Governo Bolsonaro na estatal ainda luta pela privatização dos ativos. Greve da FUP e dos petroleiros reforça a insatisfação com o projeto
Durante o governo Bolsonaro, o processo de venda da Petrobras teve como objetivo manter apenas os ativos da região Sudeste e concentrar as atividades da empresa na produção de petróleo e gás natural no pré-sal.
Em contrapartida, o governo Lula visa expandir as operações da estatal em todo o país, em diversos setores e estados, e interromper as vendas que ainda não foram concluídas.
Na gestão do último presidente, um total de 54 ativos da empresa foram vendidos ao mercado privado, alcançando a marca de R$ 175 bilhões. Agora, o resquício da bancada bolsonarista na administração da empresa luta para concluir algumas outras desestatizações.
“É inadmissível que profissionais alinhados ao governo anterior sigam entranhados na gestão da empresa, inviabilizando e boicotando o programa de governo que foi aprovado nas urnas”, afirmou o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar.
A Petrobras ainda não se pronunciou sobre o anúncio da greve dos petroleiros e da FUP na próxima sexta-feira.