Com R$ 5,6 milhões, o Exército constrói uma cidade cenográfica em Campinas para treinar tropas. São 66 construções realistas em 12 quadras, incluindo estações para uso de granadas e resgates.
Uma obra monumental e de alta complexidade começou a ser executada em Campinas, no interior de São Paulo. Longe dos holofotes, o Exército Brasileiro deu início à construção de uma estrutura que promete transformar a forma como as tropas se preparam para crises urbanas.
Por trás de um orçamento milionário, a proposta é simular cenários urbanos com impressionante realismo. Mas qual é a real finalidade desse projeto?
A construção, avaliada em R$ 5,6 milhões, será instalada no Centro de Instrução de Operações Urbanas (CIOU), localizado no 28° Batalhão de Infantaria Mecanizado (28° BIMec).
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Segundo informações do Exército, a “cidade cenográfica” terá 2,8 mil metros quadrados e será composta por 66 benfeitorias distribuídas em 12 quadras.
O espaço contará com 20 tipos diferentes de edificações, incluindo 16 residências, três torres, estações de grande porte, locais específicos para o uso de granadas e treinos de arrombamento.
Estrutura da cidade cenográfica
O projeto da cidade cenográfica é ambicioso e detalhado. A primeira fase inclui 31 edifícios distribuídos em quatro quadras.
As construções variam em tamanho e funcionalidade, com destaque para uma torre de 125 m² e uma estação de grande porte com 1.190,72 m². Residências menores, com tamanhos entre 29 e 215 m², também farão parte do cenário.
As edificações serão rústicas, sem acabamento interno e sem cobertura para instalações de água, esgoto ou energia.
Apesar disso, o realismo será mantido. O edital exige características similares às de um ambiente urbano convencional, como postes de iluminação pública com cabeamento aéreo.
Segundo o documento, o terreno escolhido já conta com arruamento e vegetação preservada, eliminando a necessidade de desmatamento.
Por que construir uma cidade cenográfica?
De acordo com o Exército, a obra é uma resposta à precariedade das estruturas existentes. Atualmente, o CIOU utiliza contêineres improvisados para simular ambientes urbanos, o que compromete a qualidade do treinamento militar.
“A falta de realismo prejudica sobremaneira o adestramento das tropas, o que reflete na capacidade operacional da Força Terrestre”, declarou o órgão em nota.
A proposta é que a nova infraestrutura ofereça condições mais realistas para simulações de crises. Entre os objetivos estão treinamentos voltados para desastres naturais, resgates de reféns, contenção de distúrbios civis e resposta a ataques terroristas.
Segundo especialistas, o preparo técnico e tático em ambientes que reproduzem desafios reais é essencial para operações bem-sucedidas.
O que é o CIOU?
O Centro de Instrução de Operações Urbanas (CIOU) é a principal unidade do Exército voltada para o treinamento de militares em cenários urbanos.
A instalação, situada em Campinas, tem como missão preparar tropas para situações de crise em cidades, incluindo operações de resgate e controle de multidões.
O novo projeto busca elevar os padrões de treinamento, com foco na construção de edificações permanentes que ampliem as possibilidades de simulação.
“As estruturas temporárias não atendem à complexidade dos exercícios necessários para a manutenção da operacionalidade do Exército Brasileiro”, afirma o documento oficial.
Sustentabilidade e custo
Embora o orçamento de R$ 5,6 milhões tenha gerado debate, o Exército ressalta que a obra foi projetada para minimizar o impacto ambiental.
O uso de uma área plana com vegetação preservada e arruamentos existentes foi um dos critérios adotados para viabilizar a construção. Além disso, as edificações terão estruturas simples, otimizando os custos e o tempo de execução.
A implantação dessa cidade cenográfica coloca o Brasil em um patamar estratégico na capacitação de tropas, permitindo treinamentos com padrões semelhantes aos utilizados por exércitos de outros países.
O investimento, portanto, vai além da preparação militar e reflete no fortalecimento da segurança nacional.
Um projeto estratégico e polêmico
Apesar de suas vantagens, a construção da cidade cenográfica também levanta questionamentos. Especialistas discutem a viabilidade do alto investimento em um contexto econômico desafiador.
Enquanto isso, o Exército mantém a defesa do projeto como um elemento-chave para a modernização das forças armadas.
A nova estrutura trará benefícios concretos para a atuação do Exército em cenários urbanos? Compartilhe sua opinião nos comentários!