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Brasil no foco mundial: Chineses investem milhões e americanos financiam projetos de lítio, transformando o país no epicentro global para minerais críticos e estratégia geopolítica

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 05/12/2024 às 09:08
Chineses investem milhões e americanos financiam projetos de lítio, transformando o país no epicentro global para minerais críticos
Foto gerada por IA

China e EUA intensificam investimentos em minerais brasileiros: entenda como a rivalidade entre as potências impacta o Brasil, impulsiona a economia e redefine o mercado global de recursos naturais.

Investimentos em minerais críticos: Aparentemente, uma nova disputa estratégica entre China e Estados Unidos está ganhando força, desta vez para garantir o acesso a fontes essenciais de minerais críticos. Esses recursos são indispensáveis para a produção de tecnologias avançadas, como baterias, semicondutores, veículos elétricos e equipamentos de defesa, colocando-os no centro das tensões globais. Na última semana de novembro, pelo menos três iniciativas importantes destacaram a intensificação dessa corrida por domínio no setor de minerais, evidenciando a importância geopolítica e econômica do tema. Enquanto a China busca consolidar seu papel como maior fornecedor mundial, os EUA intensificam esforços para diversificar suas cadeias de suprimento e reduzir a dependência do gigante asiático.

Confira as principais estratégias adotadas por esses países, o impacto dessa disputa no mercado global e por que os minerais críticos são considerados um dos pilares das economias do futuro. Além disso, analisaremos como essa competição pode influenciar outras nações, mercados emergentes e até a estabilidade das relações internacionais.

Investimentos da China e EUA em minerais estratégicos

Pelo lado chinês, a China Nonferrous Mining Metal Company (CNMC) adquiriu a Mineração Taboca, produtora de estanho, tântalo e nióbio, que era controlada pelo grupo peruano Minsur, pelo valor de US$ 340 milhões.

Além disso, outra empresa chinesa Baiyin Nonferrous fechou um contrato de compra da Mineração Vale Verde, produtora de cobre em Alagoas e controlada pelo fundo de investimentos Appian Capital, pelo valor, não confirmada pela Appian, de US$ 420 milhões.

Já em relação aos americanos, o Export-Import Bank of the United States se comprometeu em financiar US$ 266 milhões para a Lithium Ionic construir o seu projeto de lítio Bandeira, no Vale do Lítio, em Minas Gerais. 

A Mineração Taboca, em sua mina de Pitinga, localizada no município de Presidente Figueiredo, no Amazonas, conta com reservas expressivas de minerais como estanho, contendo nióbio, tântalo, zircônio, urânio e terras raras.

Um estudo de avaliação realizado há alguns anos, indicou recursos totais de 618 milhões de toneladas de minério, sendo 164 milhões de toneladas Medidas, 260 milhões Inferidas, 194 milhões Indicadas. Além disso, o estudo apontava para um potencial adicional de 568 milhões de toneladas, o que elevaria o total de recursos para 1,186 bilhão de toneladas.

Por que a China está aplicando investimentos na mina brasileira?

O estanho, um dos materiais extraídos na mina, é um material fundamental para a produção de semicondutores, itens estratégicos na corrida pela liderança tecnológica global. Embora a negociação não represente uma ameaça direta à segurança nacional do país, analistas expressam preocupação sobre a imagem estratégica do país no cenário global após a venda.

A disputa entre China e EUA não se limita ao setor de minerais, se estendendo ao setor econômico, domínio tecnológico, militar e geopolítico. Nos últimos anos, Pequim tem intensificado a busca por minerais estratégicos em regiões como a América Latina, ao passo que Washington endurece sanções contra empresas da China ligadas a semicondutores e tecnologia avançada.

Segundo especialistas, a compra da Taboca reflete a crescente presença de investimentos da China na América Latina, região que é descrita como um “playground para a China”. “ A América Latina abriu suas portas, muitas vezes de forma negligente, permitindo que Pequim adquira ativos estratégicos como mineradoras de grande importância para o mercado global.

Entenda como disputa de investimentos entre China e EUA pode afetar o Brasil

Recentemente, a disputa entre China e EUA no setor de minerais deu mais um passo, e a asiática proibiu a exportação de materiais estratégicos (como gálio, germânio, antimônio e grafite) para os Estados Unidos. A medida, anunciada no dia 3 de dezembro, é uma resposta às restrições americanas ao acesso de componentes tecnológicos por parte da China e deve ter desdobramentos globais, inclusive para o Brasil.

Um relatório do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) estima que o bloqueio da China pode gerar um impacto econômico de até US$ 3,4 bilhões nos EUA, mas as repercussões podem ir muito além do território americano. Embora o Brasil não seja um grande exportador de minerais estratégicos, o aumento do custo de produtos eletrônicos importados da China e EUA pode afetar diretamente consumidores e empresas brasileiras.

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Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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