Empresa brasileira desenvolve primeiro projeto de armazenamento de energia com foco em fontes renováveis. O projeto “estoca vento” terá um grande papel na transição energética brasileira.
Atualmente, um dos maiores desafios enfrentados pelo Brasil é a geração de eletricidade. A escassez de chuvas nos últimos anos tem ampliado o custo das distribuidoras e sobrecarregado os sistemas hidrelétricos. Em contrapartida, houve também um aumento no investimento em fazendas de turbinas eólicas e painéis solares, consideradas fontes limpas de energia na transição energética. Com isso, surge outro desafio, que é o de armazenamento de energia gerado por estas fontes.
Brasil conta com novo projeto de transição energética – Armazenamento de energia em larga escala
É importante destacar que o armazenamento de energia pode ajudar em outros serviços auxiliares, como controle de frequência e recuperação automática, além de mitigar o impacto da instabilidade de fontes intermitentes, como a solar, o que contribui na redução da demanda de operação de usinas termelétricas.
A empresa ISA CTEEP, especialista em transmissão e presente em 17 estados do Brasil, onde trafegam 30% da eletricidade transmitida no país, inaugurou recentemente o primeiro projeto de armazenamento de energia em baterias em larga escala do sistema de transmissão. O intuito da iniciativa é evitar o acionamento de seus geradores a diesel em horários de pico.
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De certa forma, este empreendimento está ligado ao que a atual presidente do Banco do BRICS, Dilma Rousseff, afirmou na abertura da ONU em 2015. Na época, a presidente destacou que o Brasil não contava com tecnologia para “estocar vento”. Agora parece que finalmente isso é possível, ou melhor, armazenar a energia eólica e ainda solar para distribuí-la em horários de pico, durante o verão, como um reforço à rede elétrica.
Saiba como funciona o projeto para “estocar vento”
A proposta da ISA CTEEP é utilizar um sistema que possui um conjunto de baterias de lítio fabricadas pela Contemporary Amperex Technology Co., Ltd (CATL), a maior produtora de baterias automotivas de Lítio Ferro Fosfato (LIFEPO4 ou LFP) da China.
Cada bateria possui capacidade de 30 MW de potência e pode disponibilizar eletricidade por até 120 minutos, totalizando uma capacidade de armazenamento de energia de 60 MWh. É a primeira vez que o país utiliza esta tecnologia, que pode ser usada em mais de 29 mil quilômetros de circuitos, incluindo ativos próprios e controlados em conjunto, e em 133 subestações com tensão de até 550 kV.
A iniciativa apresentada pela empresa, além de gerar menos poluição, também bane o ruído dos geradores, assim como a necessidade de transportar diesel para manter os equipamentos em funcionamento, colocando o Brasil um passo à frente na transição energética.
Além disso, este empreendimento contribui para a descarbonização do sistema. A empresa estima que, em dois anos de atividade que “estoca vento”, será possível evitar a emissão de aproximadamente 1,2 mil toneladas de Gases de Efeito Estufa (GEE). Desta forma, a ISA CTEEP visa realizar as obras em áreas de preservação ambiental, como o Parque Estadual da Serra do Mar.
Energia solar e eólica podem receber mais investimentos
Segundo o presidente da ISA CTEEP, Rui Chammas, a nova tecnologia facilita o uso e incentiva o investimento em fontes renováveis, na medida em que atua na compensação da variabilidade de geração de energia intermitente, o que permite ampliar a integração das fontes eólica e solar ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e, consequentemente, mitigar as emissões de gases poluentes.
Vale lembrar que, o Governo Federal, com o objetivo de fomentar as fontes de energia limpa, zerou os impostos cobrados sobre os painéis solares. Entre os impostos que não serão cobrados sobre os equipamentos estão o imposto de importação, Imposto sobre produtos industrializados, Cofins e PIS.