O Brasil está focando no mercado de energia eólica offshore para retomar a economia e indústrias. Além disso, a fonte servirá como um grande impulso para a transição energética.
O Brasil conta com uma perspectiva positiva energética, principalmente, quando se trata de uma oportunidade muito grande de retomar a economia e a indústria por meio de recursos renováveis e de transição energética. A visão da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).
Elbia Gannoum, presidente da entidade, participou na última quinta-feira (17/11), no painel Eólicas Offshore: Tendências e oportunidades, no último dia de programação do Pavilhão Brasil na 27ª conferência climática das Nações Unidas, que acontece em Sharm el-Sheikh, no Egito.
Brasil conta com 170 GW de projetos de energia eólica offshore
Para a presidente, a energia eólica offshore, gerada em alto mar, será a grande saída para o Brasil se fortalecer na transição energética e destaca que a entidade está planejando criar uma estrutura industrial, de colocar o Brasil na rota de transição energética, de atrair tecnologia, capital, inovação, gerar empregos e renda.
- Nova tecnologia converte dióxido de carbono em combustível de metano
- China pretende coletar energia solar no espaço e enviá-la para a Terra
- Hidrogênio verde ganha força em São Paulo: Estado investe R$ 32 milhões em centro inovador para liderar combate às emissões e impulsionar energia limpa
- Petrobras investe alto no futuro sustentável brasileiro, com US$ 4,3 bilhões para energia solar e eólica, parte de um ambicioso plano de US$ 111 bilhões até 2029!
Gannoum destaca que a energia eólica onshore no Brasil, aquela gerada em terra, ocupa 13% da matriz energética nacional, com capacidade instalada de 25 GW, onde o país é o 3º do mundo que investe na fonte e o sexto em capacidade instalada. Por meio do desenvolvimento da energia eólica offshore e do hidrogênio verde, na opinião da presidente, o Brasil pode assumir a liderança mundial de energia e, principalmente, de energia renovável.
Os investidores se mostraram muito interessados e atualmente, o grande desafio não se trata de atrair empresas, pois eles já planejam investir, inclusive, a Abeeólica já conta com 170 GW de projetos com pedido de licenciamento do Ibama. Com os 7.367 km de costa e 3,5 milhões de km² de espaço marítimo sob jurisdição, o país conta com uma plataforma continental extensa que confere características favoráveis para a instalação e operação de empreendimentos para a geração das eólicas offshore.
Governo Federal foca na transição energética
Em janeiro deste ano, o Governo Federal editou um decreto que regulamenta a cessão de aproveitamento dos recursos naturais e espaços físicos em águas do mar sob domínio da União para a geração de energia elétrica.
O Decreto define como os procedimentos devem ser conduzidos, onde poderão ser apresentados os pedidos de cessão e quais os passos que o empreendedor deve seguir para consecução do empreendimento. Já no mês de outubro, os Ministérios de Meio Ambiente (MMA) e Ministérios de Minas Energia (MME) publicaram uma portaria que cria o Portal Único para Gestão do Uso de Áreas Offshore para Geração de Energia.
Todos os serviços de requerimentos e acompanhamentos de autorização para produzir energia offshore serão feitos pela plataforma. Diogo Nóbrega, o executivo da COP, empresa especializada em empreendimentos eólicos offshore, também esteve presente no painel e ressaltou a importância da regulação para dar segurança jurídica aos investidores.
Brasil pode gerar até 700 GW de energia eólica offshore
Nóbrega ressalta que este tipo de empreendimento precisa de muito montante, assim como incentivos governamentais para se desenvolver.
Nóbrega ressalta a experiência que teve na Dinamarca, que na década de 90 desenvolveu o primeiro empreendimento de energia eólica offshore do mundo. Já na Inglaterra, a energia eólica offshore não possui mais subsídio governamental e o custo é menor do que a geração em parques terrestres.
De acordo com o Ibama, a expectativa é que sejam gerados 700 GW de energia caso todo o potencial eólico brasileiro seja explorado, correspondendo a dez vezes mais do que o produzido por todos os empreendimentos de energia já instalados no país atualmente.