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ANTT autoriza construção de MEGA ferrovia que pode tirar 5 MIL caminhões de minério por dia de conhecida e PERIGOSA rodovia (BR)

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 01/11/2024 às 23:27
Aprovada ferrovia que pode retirar 5 mil caminhões da BR-381 por dia, trazendo segurança e sustentabilidade para Minas Gerais.
Aprovada ferrovia que pode retirar 5 mil caminhões da BR-381 por dia, trazendo segurança e sustentabilidade para Minas Gerais.

ANTT aprovou a construção do Ramal Ferroviário Serra Azul, que promete revolucionar o transporte de minério e desafogar a perigosa BR.

A promessa de um novo horizonte logístico para Minas Gerais e o Brasil está mais perto da realidade.

Com o aval da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a construção de um novo ramal ferroviário, projetado para escoar toneladas de minério de ferro, promete transformar o cenário de transporte em uma das rodovias mais movimentadas e perigosas do país: a BR-381.

A proposta é audaciosa: substituir o fluxo diário de caminhões pesados que cruzam a estrada, diminuir acidentes fatais e até cortar emissões de carbono.

O projeto, chamado Ramal Ferroviário Serra Azul, é uma iniciativa da Cedro Participações, que, após aprovação da ANTT, prevê a instalação de um ramal de 26 km de extensão entre Mateus Leme e São Joaquim de Bicas, na Grande Belo Horizonte.

linha ferroviária poderá absorver o transporte de até 25 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, retirando cerca de 5 mil caminhões da rodovia por dia, segundo informações da Cedro Participações.

Oportunidade de exportação e redução de riscos

De acordo com dados da ANTT, o ramal se conectará à Malha Regional Sudeste, principal linha ferroviária que percorre Minas Gerais em direção ao Rio de Janeiro, garantindo a exportação do minério.

A expectativa é de que o projeto, além de desafogar o trânsito pesado da BR-381, possa gerar milhares de empregos durante as fases de construção e operação.

A BR-381, conhecida como “Rodovia da Morte” devido ao elevado número de acidentes fatais, é um dos trechos mais perigosos do país.

Nos últimos três anos, cerca de 400 mortes foram registradas no trajeto que corta a Serra Azul, na região metropolitana de BH.

Para o vice-presidente Jurídico e Institucional da Cedro, Eduardo Couto, o ramal não só transformará a logística de transporte de minério de ferro como também será um importante passo em direção a uma economia mais sustentável e segura.

“A infraestrutura ajudará a reduzir a emissão de até 40 milhões de toneladas anuais de carbono e diminuirá os custos, beneficiando a cadeia produtiva do setor”, explicou Couto.

Estrutura e capacidade: como será o ramal ferroviário

Segundo os planos da Cedro, o ramal será operado por cinco trens com capacidade de carregar até 130 toneladas em 132 vagões.

Cada um desses trens representa uma substituição de aproximadamente 570 carretas, o que implicará em uma drástica redução do tráfego pesado na BR-381, melhorando o fluxo e aumentando a segurança para os motoristas e para as comunidades locais.

Contudo, a proposta não avançou sem resistência. A MRS Logística, concessionária responsável pela Malha Regional Sudeste, fez questionamentos sobre o projeto junto à ANTT, afirmando que a decisão foi tomada de forma precipitada.

A MRS buscava exercer o direito de preferência pelo trecho, mas seus pedidos de prorrogação de prazo foram rejeitados pela agência.

Mesmo com o aval, a disputa foi levada ao Tribunal Regional Federal, onde a MRS obteve uma liminar para suspender a decisão, em uma tentativa de reverter a autorização.

Impasse entre empresas e ação judicial

Esse desentendimento entre Cedro e MRS abre um impasse sobre a continuidade do projeto.

A Cedro afirmou que a suspensão obtida pela MRS não traz impacto direto na aprovação da ANTT, já que a decisão foi publicada oficialmente no Diário Oficial da União.

Enquanto a decisão judicial está em vigor, o setor de infraestrutura aguarda um desfecho que possa garantir a execução do ramal e o alcance dos benefícios propostos.

Para Felipe Fernandes Queiroz, diretor da ANTT, a medida é crucial para o avanço da infraestrutura ferroviária do Brasil.

Em suas palavras, “o objetivo é fomentar a expansão do sistema ferroviário no país, sem permitir a procrastinação de um projeto com potencial para transformar a segurança e a economia regional”.

Promessa de redução de acidentes e impacto ambiental

O projeto conta com potencial para reduzir acidentes, melhorar a segurança das estradas e contribuir para um Brasil mais sustentável.

Com a substituição de caminhões por trens, haverá uma significativa diminuição na emissão de gases poluentes, de acordo com a Cedro.

Isso significa que o impacto não será apenas econômico, mas também ambiental, alinhando-se a diretrizes de sustentabilidade que hoje são cada vez mais cobradas pela sociedade.

Para os moradores de regiões como Mateus Leme e São Joaquim de Bicas, o ramal pode significar mais tranquilidade, com menos trânsito de veículos pesados nas estradas, menos acidentes e, consequentemente, uma melhor qualidade de vida.

Mas, com os embates entre empresas e a suspensão judicial, será que esse projeto sairá do papel? O impasse deixa em aberto o futuro dessa megaestrutura e os impactos que ela poderia trazer para Minas Gerais e o Brasil.

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Valter Otacílio Silva Júnior
Valter Otacílio Silva Júnior
02/11/2024 08:54

A MRS poderá também viabilizar um outro mega projeto que também iria desafogar o trânsito da 381, reduzindo a emissão de gases pelos caminhões, construindo uma o corredor de exportação de café do planeta, ligando lá o Porto Seco de Varginha, até Andrelândia no sul de Minas, onde teria um grande pátio de entroncamento, com a construção de um terminal rodoferroviário, onde os caminhões iriam transportar para Ferrovia do Aço, toda produção de grãos e madeira da região, aos portos do Rio de Janeiro.

Ribeiro
Ribeiro
Em resposta a  Valter Otacílio Silva Júnior
02/11/2024 11:10

Já existe uma ferrovia em Varginha que vai até o Porto seco, e se conecta à “rota do calcário” em Lavras e eventualmente Andrelândia. Está abandonada por picuinhas da VLI. Construir uma nova linha é desperdício e lavagem de dinheiro.

Valter Otacílio Silva Júnior
Valter Otacílio Silva Júnior
02/11/2024 09:01

A MRS poderá também viabilizar um outro mega projeto que também iria desafogar o trânsito da 381, reduzindo a emissão de gases pelos caminhões, construindo o maior corredor de exportação de café do planeta, ligando o Porto Seco de Varginha até Andrelândia 148km no Sul de Minas, teria um grande pátio de entroncamento, com a construção de um terminal rodoferroviário, onde os caminhões iriam transportar para Ferrovia do Aço, toda produção de grãos e madeira da região, aos portos do Rio de Janeiro.

Jose Milton Ferreira
Jose Milton Ferreira
02/11/2024 10:50

Tem algo errado nesse texto: 132 vagões só trasnportarem 130 toneladas?

Jorge
Jorge
Em resposta a  Jose Milton Ferreira
02/11/2024 19:39

Não, casa um dos vagões têm capacidade de levar 130 ton, o que soma, aproximadamente, 17000 ton.

Jonatan
Jonatan
Em resposta a  Jose Milton Ferreira
02/11/2024 19:40

Sou mecânico de locomotivas, cada vagão carrega 130 toneladas e alguns até 140

Paulo Nascimento
Paulo Nascimento
02/11/2024 11:02

Tomara que não seja outra Ferrovia do Aço, onde trabalhei na Gutierrez década de 70, em Itabirito MG. Túneis e viadutos jogados fora. Época de governo militar, falcatruas por aqui é coisa antiga.

Carlos Silva
Carlos Silva
Em resposta a  Paulo Nascimento
02/11/2024 17:07

Estão operando novamente

Jeová alencar galvão
Jeová alencar galvão
Em resposta a  Paulo Nascimento
02/11/2024 20:11

Depois essa **** de militares dizem que não havia roubo na época do militarismo. Era até pior pq era escondido o roubo pq a mídia não podia falar nada que era preso ou morto.

Marcos
Marcos
Em resposta a  Jeová alencar galvão
04/11/2024 07:02

Roubo sempre teve so que agora com esse **** de nove dedos ta d+

Paulo Nascimento
Paulo Nascimento
02/11/2024 11:05

Mas sou favorável incondicionalmente de que se faça investimento em Ferrovias, um país com nossa dimensão tal investimento é de suma importância, desafogar rodovias, pode-se até criar entreposto para facilitar a vida dos caminhoneiros Menos tempo de estrada, e mais tempo com a família.

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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