O comércio internacional passa por constantes mudanças, com tarifas e sanções impactando setores estratégicos. A nova política tarifária dos EUA sobre o aço pode afetar diretamente exportadores brasileiros, gerando perdas bilionárias no setor siderúrgico, mas sem grande impacto no crescimento do PIB.
A nova taxação sobre o aço imposta pelos Estados Unidos deve impactar diretamente a siderurgia brasileira. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) calcula que o setor perderá cerca de US$ 1,5 bilhão em exportações.
A medida já está em vigor e deve reduzir a produção brasileira em quase 700 mil toneladas.
Impacto no mercado brasileiro de aço
Os Estados Unidos são o principal destino do aço brasileiro. Em 2024, mais da metade das exportações do setor foram para o mercado americano.
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A nova taxação representa um desafio para a indústria nacional, que agora busca alternativas para minimizar as perdas.
Fernando Ribeiro, coordenador de Relações Econômicas Internacionais do Ipea, destaca a importância do mercado americano para o Brasil.
Segundo ele, é fundamental que o país encontre formas de negociar a medida:
“Isso se deve ao fato de que os Estados Unidos são um mercado muito importante para o aço brasileiro. Em 2024, último dado de ano fechado que nós temos, eles foram destino de mais da metade das exportações. Portanto, é um mercado crucial de aço para o Brasil e daí a importância de se lidar com essa questão“, afirma Ribeiro.
Tentativa de negociações
O Instituto Aço Brasil e as siderúrgicas brasileiras esperam que o governo brasileiro consiga um novo acordo com os EUA.
A entidade reforça a importância de restabelecer o sistema de importação negociado em 2018, durante o primeiro governo de Donald Trump.
Na época, os dois países acordaram cotas de importação de 3,5 milhões de toneladas de produtos semiacabados e 687 mil toneladas de laminados, sem impostos.
Com a nova medida, todas as importações passam a ser taxadas em 25%.
Pressão da indústria americana
A resistência ao restabelecimento do acordo não vem apenas do governo dos EUA.
Os CEOs das três maiores siderúrgicas americanas pediram que Trump mantenha a taxação sem concessões. Segundo eles, a mudança nas tarifas é necessária para garantir a segurança nacional.
A pressão da indústria americana reforça o desafio da diplomacia brasileira em reverter a medida.
O governo precisa encontrar um caminho para dialogar com os EUA e defender os interesses do setor siderúrgico nacional.
Impacto na economia brasileira
O estudo do Ipea estima que a nova taxação reduzirá a produção siderúrgica brasileira em 2,19%.
Além disso, pode causar uma contração de 11,27% nas exportações do metal e uma redução de 1,09% nas importações.
No entanto, o impacto no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve ser pequeno. Segundo Ribeiro, a queda estimada no PIB é de apenas 0,01%, enquanto as exportações totais devem recuar 0,03%.
Apesar da baixa influência sobre o PIB, a medida preocupa o setor siderúrgico, que teme uma retração mais ampla na indústria.
Consequências para o mercado americano
A indústria brasileira tem um papel importante no abastecimento de aço dos Estados Unidos.
Em 2024, o Brasil respondeu por 60% da demanda das usinas americanas por placas de aço, o equivalente a 5,6 milhões de toneladas.
O Instituto Aço Brasil alerta que a manutenção da nova taxação pode prejudicar também a indústria americana. Sem as placas brasileiras, as siderúrgicas dos EUA podem enfrentar dificuldades para manter a produção.
A expectativa agora é pelo desdobramento das negociações entre os dois governos e pelo impacto da medida nos próximos meses.