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A nova tarifa imposta pelos EUA sobre o aço deve reduzir em US$ 1,5 bilhão as exportações brasileiras do setor

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 12/03/2025 às 20:57
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Foto: Flickr Instituto Aço Brasil

O comércio internacional passa por constantes mudanças, com tarifas e sanções impactando setores estratégicos. A nova política tarifária dos EUA sobre o aço pode afetar diretamente exportadores brasileiros, gerando perdas bilionárias no setor siderúrgico, mas sem grande impacto no crescimento do PIB.

A nova taxação sobre o aço imposta pelos Estados Unidos deve impactar diretamente a siderurgia brasileira. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) calcula que o setor perderá cerca de US$ 1,5 bilhão em exportações.

A medida já está em vigor e deve reduzir a produção brasileira em quase 700 mil toneladas.

Impacto no mercado brasileiro de aço

Os Estados Unidos são o principal destino do aço brasileiro. Em 2024, mais da metade das exportações do setor foram para o mercado americano.

A nova taxação representa um desafio para a indústria nacional, que agora busca alternativas para minimizar as perdas.

Fernando Ribeiro, coordenador de Relações Econômicas Internacionais do Ipea, destaca a importância do mercado americano para o Brasil.

Segundo ele, é fundamental que o país encontre formas de negociar a medida:

Isso se deve ao fato de que os Estados Unidos são um mercado muito importante para o aço brasileiro. Em 2024, último dado de ano fechado que nós temos, eles foram destino de mais da metade das exportações. Portanto, é um mercado crucial de aço para o Brasil e daí a importância de se lidar com essa questão“, afirma Ribeiro.

Tentativa de negociações

O Instituto Aço Brasil e as siderúrgicas brasileiras esperam que o governo brasileiro consiga um novo acordo com os EUA.

A entidade reforça a importância de restabelecer o sistema de importação negociado em 2018, durante o primeiro governo de Donald Trump.

Na época, os dois países acordaram cotas de importação de 3,5 milhões de toneladas de produtos semiacabados e 687 mil toneladas de laminados, sem impostos.

Com a nova medida, todas as importações passam a ser taxadas em 25%.

Pressão da indústria americana

A resistência ao restabelecimento do acordo não vem apenas do governo dos EUA.

Os CEOs das três maiores siderúrgicas americanas pediram que Trump mantenha a taxação sem concessões. Segundo eles, a mudança nas tarifas é necessária para garantir a segurança nacional.

A pressão da indústria americana reforça o desafio da diplomacia brasileira em reverter a medida.

O governo precisa encontrar um caminho para dialogar com os EUA e defender os interesses do setor siderúrgico nacional.

Impacto na economia brasileira

O estudo do Ipea estima que a nova taxação reduzirá a produção siderúrgica brasileira em 2,19%.

Além disso, pode causar uma contração de 11,27% nas exportações do metal e uma redução de 1,09% nas importações.

No entanto, o impacto no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve ser pequeno. Segundo Ribeiro, a queda estimada no PIB é de apenas 0,01%, enquanto as exportações totais devem recuar 0,03%.

Apesar da baixa influência sobre o PIB, a medida preocupa o setor siderúrgico, que teme uma retração mais ampla na indústria.

Consequências para o mercado americano

A indústria brasileira tem um papel importante no abastecimento de aço dos Estados Unidos.

Em 2024, o Brasil respondeu por 60% da demanda das usinas americanas por placas de aço, o equivalente a 5,6 milhões de toneladas.

O Instituto Aço Brasil alerta que a manutenção da nova taxação pode prejudicar também a indústria americana. Sem as placas brasileiras, as siderúrgicas dos EUA podem enfrentar dificuldades para manter a produção.

A expectativa agora é pelo desdobramento das negociações entre os dois governos e pelo impacto da medida nos próximos meses.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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