A Unigel está investindo R$ 660 milhões na construção de uma nova fábrica de hidrogênio verde no Brasil. A unidade, que será a maior do mundo, será construída na Bahia.
A Unigel, uma das maiores indústrias químicas da América Latina e líder em setores como amônia e fertilizantes, está investindo US$ 120 milhões, o equivalente a R$ 660 milhões, na construção da primeira fábrica brasileira de hidrogênio verde, produto que é substituto dos combustíveis fósseis. O objetivo é que esta fábrica de hidrogênio verde no Brasil seja a maior do mundo.
Nova fábrica de hidrogênio verde produzirá 10 mil toneladas por ano
Desta forma, a Unigel investirá na produção de amônia e hidrogênio verde, produtos que estão ganhando destaque na corrida mundial no processo de descarbonização. O projeto, sendo o primeiro em escala industrial, foi anunciado nesta semana em Camaçari, na Bahia, onde a nova fábrica será instalada ao lado de outras unidades que geram estirênico e amônia.
O Brasil pode se tornar um dos grandes líderes do mundo na produção do combustível. A unidade entrará em operação já no fim do próximo ano, com estimativa de produção de 10 mil toneladas do produto anualmente. Grande parte do Hidrogênio Verde será transformado em 60 mil toneladas de amônia verde anuais.
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Para Roberto Noronha, presidente da empresa Unigel, esta se trata de uma iniciativa que colocará a empresa na liderança da descarbonização do país. Sendo assim, a fábrica de hidrogênio contará com a tecnologia e o sistema industrial da alemã Thyssenkrup Nucera. Desta forma, será instalada em Camaçari uma nova fábrica que produzirá 10 mil toneladas por ano de hidrogênio verde, utilizando energia limpa, e a conversão em 60 mil de amônia.
Com o interesse já demonstrado pelos clientes, e acreditando na expansão mais rápida da demanda, a Unigel planeja quadruplicar a capacidade produtiva em 2025, inclusive para a exportação.
Unigel se pronuncia sobre produção de hidrogênio verde
Segundo Roberto, a fábrica de hidrogênio no Brasil é um projeto inovador para a Unigel, que estará na vanguarda, tendo em vista que será o maior do mundo quando entrar em operação, no final de 2023. Segundo Noronha, o hidrogênio verde é produzido com água e eletricidade gerada por uma fonte de energia limpa, como solar ou eólica.
O objetivo é substituir o produto usado hoje, o hidrogênio cinza, feito com combustíveis fósseis como o gás natural. O hidrogênio verde será a fonte energética do futuro, pois na sua essência é absolutamente limpo.
O hidrogênio pode ser utilizado em sua forma pura ou transformado em amônia, matéria-prima importante para os setores de siderurgia, fertilizantes e refino de petróleo, e usado em milhares de produtos.
Também pode ser utilizado no transporte de embarcações, aviões e até em veículos como caminhões e ônibus. A disponibilidade do hidrogênio verde ajudará diversos outros setores da indústria no processo de neutralidade.
Equipamentos da maior fábrica de hidrogênio verde do Brasil
A Thyssenkrupp fornecerá os eletrolisadores, que funcionam como o “coração” da fábrica. Eles aplicam grande corrente elétrica e separam as moléculas das soluções. No caso da água, separará hidrogênio e oxigênio.
Os equipamentos serão produzidos pela Thyssen na Itália e enviados em módulos, por navios, para serem vendidos pela sua subsidiária. Segundo Paulo Alvarenga, presidente da Thyssenkrupp para a América do Sul, a empresa possui expertise na tecnologia da eletrólise há tempos, mas antes possuía outras aplicações industriais.
A energia eólica que será utilizada na nova fábrica virá da empresa Casa dos Ventos, uma das maiores do país em termos de geração de energia limpa. A empresa instalará três eletrolisadores, que realizam a separação do hidrogênio na molécula de água, de 20 MW cada um, fornecidos pela Nucera.