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A guerra na Ucrânia VAI ACABAR em 2025?

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 31/12/2024 às 21:50
guerra na Ucrânia
MOSCOW, RUSSIA – FEBRUARY 21, 2022: Russia’s President Vladimir Putin addresses the nation on the recognition of independence of the Donetsk and Lugansk People’s Republics. Alexei Nikolsky/Russian Presidential Press and Information Office/TASS Ðîññèÿ. Ìîñêâà. Ïðåçèäåíò ÐÔ Âëàäèìèð Ïóòèí âî âðåìÿ ñâîåãî îáðàùåíèÿ î ïðèçíàíèè íåçàâèñèìîñòè Äîíåöêîé è Ëóãàíñêîé Ðåñïóáëèêè. Àëåêñåé Íèêîëüñêèé/ïðåññ-ñëóæáà ïðåçèäåíòà ÐÔ/ÒÀÑÑ

Analistas discutem se a guerra na Ucrânia poderá terminar em 2025, avaliando fatores geopolíticos e estratégicos que podem influenciar o desfecho do conflito.

A guerra na Ucrânia, que em fevereiro de 2025 completa quatro anos desde o início da invasão em grande escala liderada pela Rússia, permanece como um dos conflitos mais devastadores e complexos do mundo contemporânneo.

Com cidades destruídas, milhares de vidas perdidas e um impacto profundo na segurança global, a possibilidade de um fim para o confronto no próximo ano tem sido motivo de intenso debate entre analistas e lideranças políticas. Veja todos os detalhes da Guerra da Ucrânia.

O que há de novo

O ano de 2025 começará com um importante elemento de incerteza: a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.

O retorno de Trump à Casa Branca, previsto para 20 de janeiro, levanta expectativas sobre o cumprimento de sua promessa de negociar o fim da guerra entre Ucrânia e Rússia.

Especialistas acreditam que o plano de Trump para intermediar um acordo entre Kiev e Moscou pode trazer novos rumos ao conflito.

O ministro da Defesa da Rússia, Andrei Belousov, anunciou recentemente que as quatro regiões ucranianas anexadas por Moscou – Kherson, Zaporizhzhia, Luhansk e Donetsk – estariam completamente sob controle russo até o final de 2025.

Enquanto isso, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reforça que a Constituição do país não permite a cessação de territórios, rejeitando qualquer ideia de congelamento do conflito.

Por que isso importa

A situação no leste europeu é crítica. Avanços russos na região de Donetsk e dificuldades ucranianas em manter posições conquistadas na região de Kursk criam um cenário de desgaste e instabilidade.

Táticas de guerra de atrito adotadas pela Rússia continuam a corroer as defesas ucranianas, enquanto aliados ocidentais enfrentam dilemas sobre a continuidade do apoio militar e financeiro a Kiev.

Cedomir Nestorovic, codiretor acadêmico do Centro de Geopolítica e Negócios da ESSEC, acredita que 2025 será um ano decisivo. Segundo ele, “as táticas de desgaste russas garantem pequenos avanços diários, colocando pressão sobre a Ucrânia para negociar antes que seja tarde demais”.

O apoio dos EUA à Ucrânia também é uma peça-chave neste quebra-cabeças, e as possíveis mudanças na política externa sob Trump adicionam complexidade ao cenário.

O que saber

Volodymyr Zelensky afirmou recentemente ao jornal francês Le Parisien que os Estados Unidos não terão acesso completo à inteligência militar e diplomática da Ucrânia até que Trump tome posse.

Isso cria uma lacuna estratégica para o novo governo americano, cuja equipe de transição tem trabalhado em um plano que inclui condições rigorosas para a continuidade da ajuda à Ucrânia.

Keith Kellogg, indicado por Trump como enviado para Ucrânia e Rússia, propôs em coautoria um artigo sugerindo que a ajuda americana a Kiev deveria ser congelada até que houvesse negociações diretas com Moscou.

Esse congelamento, no entanto, seria acompanhado de medidas para impedir avanços russos, mantendo uma assistência limitada por meio da OTAN, sem adesão formal da Ucrânia à aliança.

Opiniões divergentes sobre a Guerra da Ucrânia

Enquanto alguns analistas veem as ações de Trump como uma oportunidade para encerrar o conflito, outros temem que sua relutância em manter o papel dos EUA como principal fornecedor militar possa enfraquecer Kiev.

Aurélien Colson, professor de Ciência Política na ESSEC Business School, sugere que a abordagem de “paz pela força” de Trump pode levar a um cessar-fogo armado.

Putin, por medo de novos meios militares fornecidos à Ucrânia, e Zelensky, para evitar uma paralisação do apoio dos EUA, poderiam ser levados à mesa de negociação”, explica Colson.

Por outro lado, Edgar Bellow, professor de Gestão Internacional e Geopolítica na NEOMA Business School, acredita que o cenário mais provável seja um conflito congelado. Segundo ele, isso envolveria “disputas territoriais não resolvidas e escaladas periódicas”, mantendo uma situação de instabilidade na região.

O que as pessoas estão dizendo

Lideranças globais e analistas têm manifestado opiniões contrastantes sobre o futuro do conflito:

  • Vladimir Putin: “Estamos prontos para negociações e compromissos”, declarou o presidente russo em 19 de dezembro, durante sua sessão anual de perguntas e respostas.
  • Volodymyr Zelensky: “Trump sabe do meu desejo de não apressar as coisas às custas da Ucrânia”, afirmou o presidente ucraniano em entrevista ao Le Parisien.
  • Donald Trump: “Estamos tentando acabar com a guerra”, disse o presidente eleito dos EUA em uma entrevista coletiva.
  • Cedomir Nestorovic: “A perda de território para a Ucrânia não significa uma perda permanente. Muitas fórmulas podem ser inventadas para atender ambas as partes”.
  • Yuriy Boyechko: “Todos querem paz, nós queremos paz mais do que ninguém, mas não acredito que o combate ativo termine tão cedo”, disse o CEO e fundador da instituição de caridade Hope for Ukraine.

O que vem a seguir

A chegada de Trump ao poder em janeiro de 2025 será um momento crucial para os rumos do conflito. Embora o presidente eleito tenha prometido priorizar negociações, as intenções de Vladimir Putin e a resistência de Zelensky a ceder territórios sugerem que um acordo não será facilmente alcançado.

Putin, por sua vez, continua direcionando recursos massivos para a guerra. O orçamento russo para 2025 destina 40% (cerca de US$ 142 bilhões) à defesa e segurança nacional, evidenciando sua disposição em prolongar o conflito.

Ele está acostumado a viver sob sanções e sua sobrevivência política depende da guerra”, disse Yuriy Boyechko.

O futuro imediato parece trazer mais perguntas do que respostas. Qualquer desfecho em 2025 dependerá de uma combinação complexa de fatores, incluindo pressão internacional, resistência ucraniana e as dinâmicas imprevisíveis da política global sob a administração Trump.

No entanto, uma coisa é certa: o mundo continuará observando atentamente cada movimento na tentativa de resolver um dos conflitos mais desafiadores de nosso tempo.

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Mariana da Silva Gonzalez Encina
Mariana da Silva Gonzalez Encina
01/01/2025 09:03

Gostei da matéria, esclarece dúvidas sobre o conflito e o interesse dos países.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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