1. Início
  2. / Energia Renovável
  3. / Usina solar flutuante: Itaipu lança projeto-piloto
Tempo de leitura 4 min de leitura Comentários 0 comentários

Usina solar flutuante: Itaipu lança projeto-piloto

Publicado em 19/03/2025 às 20:49
Painéis solares flutuantes instalados sobre a água, refletindo o céu azul
Painéis solares flutuantes

A Itaipu Binacional autorizou, em 13 de março de 2025, a implementação de uma usina solar flutuante no reservatório da hidrelétrica. O projeto prevê a instalação de aproximadamente dois mil módulos fotovoltaicos em uma área entre 7 e 10 mil metros quadrados, localizada no setor paraguaio da usina.

Além disso, o prazo para execução da obra será de 150 dias, seguido de 180 dias destinados ao suporte técnico, capacitação e aprovação final do sistema. Dessa forma, os resultados obtidos ajudarão a definir futuras estratégias para a geração de energia solar flutuante em larga escala.

Parceria internacional e características do projeto

O acordo para a realização do projeto contou com a presença dos diretores-gerais da Itaipu, Enio Verri (Brasil) e Justo Zacarias Irún (Paraguai), além dos representantes do consórcio binacional Sunlution-Luxacril, Ediléu Cardoso Jr. e Sebastian Rojas.

A unidade solar experimental terá capacidade de 1 MWp (megawatt-pico), energia suficiente para abastecer cerca de 650 residências. Assim, essa tecnologia representa um avanço na diversificação da matriz energética da Itaipu, aproveitando o vasto potencial de seus reservatórios.

Impacto e objetivos do projeto-piloto

De acordo com Enio Verri, a energia gerada pela instalação flutuante, estimada entre 1,8 mil MWh e 2 mil MWh anuais, ajudará a suprir parte do consumo dos escritórios da própria Itaipu.

Além disso, os resultados obtidos nesse projeto servirão como referência para futuras ampliações tanto na Itaipu quanto em outras represas no Brasil e Paraguai. Dessa forma, será possível expandir a tecnologia de energia solar flutuante com base em estudos concretos e análises detalhadas.

O principal objetivo do projeto envolve a realização de pesquisas aprofundadas sobre a eficácia da tecnologia, suas vantagens e possíveis impactos ambientais no reservatório. Assim, a análise técnica permitirá o desenvolvimento de soluções que maximizem a eficiência energética sem comprometer o meio ambiente.

Energia como ferramenta de inclusão social

Durante o evento de lançamento, Enio Verri destacou a importância da eletricidade para a inclusão social. Segundo ele, quem tem acesso à energia elétrica pode melhorar sua qualidade de vida, garantindo o uso de eletrodomésticos e equipamentos essenciais.

Além disso, o Brasil, sendo o maior produtor mundial de energia hidrelétrica, possui uma grande oportunidade de integrar a geração solar flutuante em suas usinas. Com essa iniciativa, Itaipu pode se tornar um modelo para outros projetos de energia renovável na América Latina.

Potencial de expansão da geração solar flutuante

O CEO do grupo KWP Energia/Sunlution, Ediléu Cardoso Jr., enfatizou o potencial da energia solar flutuante. Segundo ele, se apenas 10% da superfície do reservatório fosse utilizada, seria possível instalar uma usina com capacidade de 14 mil MW, o equivalente a uma nova Itaipu.

Além disso, esse projeto, o primeiro dessa escala em uma hidrelétrica binacional, representa um marco para a adoção da energia solar flutuante em larga escala. Assim, ele contribui para diversificar a matriz energética e reduzir a dependência de combustíveis fósseis.

Benefícios ambientais e tecnológicos

Durante a apresentação técnica, Pedro Domaniczky, chefe da Assessoria de Energias Renováveis no Paraguai, e o engenheiro Márcio Massakiti, representante do Brasil, destacaram as vantagens do sistema.

A energia solar flutuante evita o desmatamento e não ocupa áreas produtivas. Além disso, reduz a evaporação da água e minimiza a proliferação de algas, beneficiando o ecossistema aquático.

Outro ponto essencial envolve a análise comparativa de dados antes e depois da instalação. Dessa maneira, será possível avaliar com precisão os impactos ambientais e a eficiência da tecnologia. Assim, Itaipu terá embasamento técnico para futuras decisões sobre a ampliação do projeto.

Investimento e tecnologia de ponta

O consórcio Sunlution-Luxacril venceu a concorrência pública com uma proposta de US$ 854,5 mil, valor 11,72% inferior ao previsto no edital.

O contrato abrange a elaboração do projeto de engenharia, o fornecimento de equipamentos elétricos, os sistemas de controle e instrumentação, a estrutura mecânica, as obras civis, a montagem e o comissionamento.

De acordo com Ediléu Cardoso Jr., essa iniciativa trará para Itaipu a mais moderna tecnologia em energia solar flutuante disponível no mundo. Além disso, o objetivo principal é garantir eficiência máxima, reduzindo custos e otimizando a integração com a usina hidrelétrica.

Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo
Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais antigos
Mais recente Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Marcelo Ibrahim da Silva Simão

Engenheiro de Produção, pós graduado em gerenciamento de projetos e processos, com 10 anos de experiência em certificação, processos e gerenciamento de negócios. Grande interesse pelo setor de óleo e gás e energias renováveis.

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x