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Um “navio invisível” para radares? Conheça o USS Zumwalt, o navio de guerra mais avançado já construído pela Marinha dos Estados Unidos

Escrito por Débora Araújo
Publicado em 19/05/2025 às 18:11
Um “navio invisível” para radares Conheça o USS Zumwalt, o navio de guerra mais avançado já construído pela Marinha dos Estados Unidos
Imagem do destróier USS Zumwalt (DDG-1000) aprimorada com IA

O destróier USS Zumwalt (DDG-1000) impressiona com tecnologia furtiva, design angular e armamentos avançados, sendo considerado o navio de guerra mais futurista e invisível já criado pela Marinha dos EUA.

O USS Zumwalt (DDG-1000) é o destróier mais futurista já lançado ao mar pela Marinha dos Estados Unidos. Com seu design angular e tecnologia furtiva de última geração, o navio ganhou fama como o “navio invisível”, por ser quase indetectável por radar. Apesar de ter 190 metros de comprimento e deslocar cerca de 15 mil toneladas, ele pode parecer, nos radares inimigos, tão pequeno quanto um barco de pesca.

Projetado para operar com discrição em ambientes hostis, o Zumwalt é considerado o navio de guerra mais tecnologicamente avançado já construído, combinando poder de fogo, automação e uma das estruturas mais singulares da engenharia naval moderna.

O “navio invisível” dos EUA: um projeto que mudou os padrões da Marinha

O programa do USS Zumwalt foi iniciado no final da década de 1990, com a proposta de criar uma nova classe de destróieres multifuncionais. A ideia era que eles fossem capazes de operar próximos ao litoral (operações “littoral”) com baixa assinatura de radar, executando missões de ataque terrestre e apoio às forças navais e terrestres.

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Comissionado em 2016, o Zumwalt é o primeiro de três navios da classe DDG-1000, cuja construção custou aproximadamente US$ 4,4 bilhões por unidade. O investimento elevou o padrão de tecnologia embarcada e impulsionou novas formas de conceber navios de guerra.

Design stealth: o navio que quase não aparece

A característica mais marcante do USS Zumwalt é o seu design. O navio adota uma estrutura conhecida como “tumblehome hull”, com laterais inclinadas para dentro, o que reduz significativamente sua assinatura de radar. Superfícies planas e anguladas dispersam as ondas de radar em direções imprevisíveis, dificultando a detecção.

Essa abordagem faz com que o navio invisível tenha o menor perfil de radar já registrado em embarcações desse porte. Na prática, isso permite que o Zumwalt se aproxime mais de áreas sensíveis sem ser identificado por sensores convencionais, aumentando a eficácia em missões furtivas.

Propulsão elétrica integrada e automação

Outro avanço significativo está na propulsão. O Zumwalt utiliza um sistema de propulsão elétrica integrada (IEP), alimentado por turbinas Rolls-Royce que geram energia para todo o navio — inclusive para os motores, sensores e sistemas de armas. Isso permite uma distribuição eficiente de energia e prepara o navio para armamentos de próxima geração, como canhões eletromagnéticos e lasers.

A automação também é destaque: enquanto destróieres tradicionais da Marinha americana exigem tripulações de cerca de 300 pessoas, o Zumwalt opera com apenas 130 tripulantes, graças a sistemas automatizados de navegação, controle de danos e monitoramento de equipamentos.

Armamentos e reconfiguração estratégica do “navio invisível”

Originalmente, o USS Zumwalt foi equipado com dois Sistemas Avançados de Artilharia (AGS), projetados para lançar projéteis de longo alcance. No entanto, o cancelamento do desenvolvimento dessas munições levou à reavaliação do projeto. A Marinha decidiu redirecionar o uso do navio para missões de guerra de superfície.

Atualmente, o Zumwalt está passando por uma atualização que o tornará o primeiro navio da frota americana a receber mísseis hipersônicos, armamento capaz de atingir velocidades superiores a Mach 5, tornando-o ainda mais letal e difícil de interceptar.

Além disso, o destróier é equipado com mais de 80 células de lançamento vertical (VLS), capazes de disparar mísseis de ataque terrestre Tomahawk, mísseis antiaéreos e torpedos antissubmarino.

Comparação com outros navios stealth

O Zumwalt não é o único navio com características furtivas. Em menor escala, navios como as corvetas Classe Visby (Suécia), as fragatas Classe La Fayette (França) e destróieres da Classe Type 055 (China) também utilizam formas e materiais que reduzem sua detectabilidade.

No entanto, nenhum outro navio de guerra combina tanta tecnologia stealth, propulsão elétrica e capacidade de integração com armas avançadas como o Zumwalt. Ele é um protótipo operacional do futuro da guerra naval.

Desafios e críticas ao projeto

Apesar de suas inovações, o Zumwalt enfrentou críticas ao longo de seu desenvolvimento. O custo elevado e o cancelamento de parte do armamento original levaram à redução do número de unidades encomendadas — de 32 navios planejados inicialmente para apenas 3.

Especialistas também apontam que o navio ainda precisa provar sua eficácia em cenários reais de combate. As adaptações atuais, como a instalação de mísseis hipersônicos, buscam ampliar sua utilidade estratégica e justificar o investimento bilionário.

O futuro da furtividade no mar

O USS Zumwalt representa o ponto de partida para uma nova geração de embarcações de guerra, em que a Marinha dos Estados Unidos aposta em invisibilidade, automação e armamentos de altíssimo alcance e precisão.

Enquanto tecnologias como inteligência artificial, propulsão alternativa e armamento de energia dirigida avançam, o Zumwalt se mantém como o laboratório flutuante mais avançado da Marinha — e um símbolo de como os navios de guerra do futuro serão construídos.

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Marcos
Marcos
22/05/2025 13:17

Na atual guerra dos drones, é apenas mais um alvo.

Qiiito
Qiiito
Em resposta a  Marcos
27/05/2025 09:26

Acho interresante a guerra de narrativas os EUA dizem serem quase invisível a China diz desenvolver radares que vão detctar. mais ela própria gasta construindo equipamentos que se diz tambem quase invisiveis. Durmam com um barulho deste kkkkkkkkk

Paulo
Paulo
21/05/2025 08:23

A dita furtividade é um mito que só se sustenta na ideia de que inimigo não vai evoluir na tecnologia de detecção, o que é virtualmente um erro crasso.
Uma vez detectado é só mais um navio.

Débora Araújo

Débora Araújo é redatora no Click Petróleo e Gás, com mais de dois anos de experiência em produção de conteúdo e mais de mil matérias publicadas sobre tecnologia, mercado de trabalho, geopolítica, indústria, construção, curiosidades e outros temas. Seu foco é produzir conteúdos acessíveis, bem apurados e de interesse coletivo. Para sugestões de pauta, correções ou contato direto: deborasthefanecruz@gmail.com

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